A Mariologia está sempre subordinada e ordenada a Cristologia. Maria está intimamente ligada a Cristo, só se pode compreender Maria partindo de Cristo.Toda a
Mariologia procede de um princípio fundamental, que vem a ser a principal prerrogativa de Maria Santíssima: Ela é a Mãe de Deus feito homem. Coloca-se assim a Mariologia
sempre em referência a Cristologia. Assim a Mariologia será cristocêntrica e estará a serviço da Cristologia. Concebe-se assim, uma Mariologia Cristológica. “Na Virgem
Maria, tudo é relativo a Cristo e dependente d’Ele”.(Paulo VI, O Culto a Virgem Maria, nº 25).
Quando o Maria é considerada a partir de sua relação com a Igreja, tomando como fundamento o fato de ser Maria o tipo e o modelo de Igreja, temos a Mariologia
Eclesiológica.
Deve-se procurar integrar as duas tendências mariológicas numa Mariologia completa. O Capítulo VIII (“A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no
Mistério de Cristo e da Igreja”) da Constituição Dogmática “Lumen Gentium” sobre a Igreja, coloca Maria em relação a Cristo e com a Igreja. Uma doutrina Mariana
integrada a Cristologia e a Eclesiologia.
Fontes principais da Mariologia: a) primeira fonte, base de toda mariologia, os temas bíblicos. A Sagrada Escritura “seja como que a alma da Sagrada Teologia” (Dei
Verbum, nº 24); b) contribuições dos Padres e Doutores da Igreja; c) magistério da Igreja; d) a presença de Maria nas liturgias da Igreja e) devoção e piedades marianas do
Povo de Deus; f) bons teólogos católicos.
Com o estudo da Mariologia espera-se: aprofundar o estudo sobre Maria à luz do Evangelho e da fé católica; mostrar que Maria ocupa um lugar especial no Plano de
Deus; tomar Maria como exemplo de vida, de fé e de amor; poder celebrá-la de modo adequado na liturgia e na devoção popular.
“Permanecei na escola de Maria. Inspirai-vos nos seus ensinamentos, procurai
acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato divino, vos envia lá
do alto”. (Discurso do Papa Bento XVI após recitação do Rosário na Basílica de
Aparecida).
In Nativitate Beatæ Mariæ Virginis. |
O fato de Maria Santíssima ter sido escolhida para Mãe de Deus, e de sê-lA realmente, por isso que é Mãe do Filho de Deus Humanado, tem conseqüência irrecusável na economia da Graça, no plano da Redenção do gênero humano. Observa muito bem Santo Agostinho, que Deus poderia fazer-se homem, sem nascer de mulher, sem o concurso da Virge Maria. Seria coisa facílima à Sua onipotente majestade. Como pôde nascer de mulher, sem concurso de varão, poderia igualmente dispensar a colaboração de Maria. Se, depois, quis nascer de Maria, é porque Maria entrava no plano divino que determinou a Encarnação do Filho de Deus.
O Altíssimo, com efeito, nada faz sem motivo. É agente infinitamente sábio, para agir inconsideradamente. Toca-nos, se nos queremos integrar nos desígnios divinos, aceitar o pressuposto irrefragável de sua misericórdia, quando determinou que a Encarnação do Verbo se fizesse, mediante o corpo humano formado no puríssimo seio de Maria Santíssima. E, como professamos no Credo, Jesus se encarnou "por causa de nós homens e de nossa salvação", não nos é lícito excluir a colaboração de Maria Santíssima na obra com que a bondade divina remiu o gênero humano.
Dom Antônio de Castro Mayer, Carta Pastoral sobre a Mediação Universal de Maria Santíssima.
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