Teologia
Bíblica
A
palavra “teologia” vem de duas palavras gregas que significam
θεóς,
(transliteração: theos) = "divindade" + λóγος,
(logos)
= "palavra", por extensão, "estudo, análise,
consideração, questionamento sobre alguma coisa ou algo"), no
sentido literal, é o estudo sobre a divindade.
.Combinadas, temos a palavra “teologia”, que significa “estudo
de Deus”.
A
origem histórica do termo em questão nos remete à Hélade, também
chamada de Grécia Antiga. Era utilizada inicialmente para descrever
o trabalho de muitos poetas, que tentavam dar uma noção de como
eram os deuses. Os teólogos eram os que faziam poesias sobre os
deuses e sobre seus feitos, suas virtudes, suas emoções, sua vida
particular e também seus vícios e erros. Entretanto, não era uma
análise sobre os deuses e, sim, uma narração dos feitos deles que
se pareciam com os feitos humanos e as virtudes dos mesmos. Somente
na Idade Medieval é que o termo deixou de lado o conceito poético e
passou a ser considerado como assunto de inquirição existencial e
filosófica.
A
Teologia bíblica estuda a Bíblia e organiza as conclusões obtidas
pela Teologia exegética (que usa técnicas como a exegese para
interpretar a Bíblia) em várias divisões e áreas de estudo, com a
finalidade de estudar e conhecer a evolução ou a história
progressiva da Revelação de Deus à humanidade, desde da sua queda
e passando pelo Antigo Testamento e Novo Testamento.
A
Teologia Bíblica, ao contrário da Teologia Sistemática, é
indutiva, isto é, a partir da pesquisa exegética faz afirmações,
ou seja, parte do específico para o geral. De um modo geral, a
Teologia Bíblica parte da exegese de textos bíblicos como afirmação
primeira, daí elaborando afirmações decorrentes.
A
Teologia Bíblica ainda divide-se em:
Teologia
Bíblica do Antigo Testamento. Nesta parte, os teólogos bíblicos
dão especial ênfase às profecias e indícios revelados no Antigo
Testamento relativos à vinda e missão de Jesus Cristo, o Messias;
Teologia
Bíblica do Novo Testamento.
Não
há uma Teologia Bíblica unificada, o que há são diversas
teologias das tradições biblicas. Mesmo no Antigo Testamento,
encontram-se as teologias dos livros históricos, e estas ainda se
subdividem em outras teologias de acordo com o método de pesquisa
empregado, também encontram-se a teologia dos escritos proféticos e
dos escritos sapienciais. No Novo Testamento há a teologia de
Mateus, de João (Jo, 1Jo, 2Jo, 3Jo, Ap), de Paulo (Cartas Paulinas),
de Lucas (Lc e At). O teológo alemão Hans-Joachim Kraus aborda no
livro Die Biblische Theologie esta problemática da múltiplas
tradições e teologias bíblicas.
A
tentativa de organizar as variadas ideias da religião cristã (e os
vários tópicos e temas de diversos textos da Bíblia) em um sistema
simples, coerente e bem-ordenado é uma tarefa relativamente recente.
Na ortodoxia oriental, um exemplo antigo é a Exposição da Fé
Ortodoxa, de João de Damasco (feita no século VIII), na qual se
tenta organizar, e demonstrar a coerência, a teologia de textos
clássicos da tradição teológica oriental.
No
Ocidente, as Sentenças de Pedro Lombardo (no século XII), em que é
coletada uma grande série de citações dos Pais da Igreja,
tornou-se a base para a tradição de comentário temático e
explanação da escolástica medieval -- cujo grande exemplo é a
Suma Teológica de Tomás de Aquino. A tradição protestante de
exposição temática e ordenada de toda a teologia cristã
(ortodoxia protestante) surgiu no século XVI, com os Loci Communes
de Filipe Melanchton e as Institutas da Religião Cristã de João
Calvino.
No
século XIX, especialmente em círculos protestantes, um novo modelo
de teologia sistemática surgiu: uma tentativa de demonstrar que a
doutrina cristã formava um sistema coerente baseado em alguns
axiomas centrais. Alguns teólogos se envolveram, então, numa
drástica reinterpretação da fé tradicional com o fim de torná-la
coerente com estes axiomas. Friedrich Schleiermacher, por exemplo,
produziu Der christliche Glaube nach den Grundsatzen der
evangelischen Kirche, na década de 1820, onde a ideia central é a
presença universal em meio à humanidade (algumas vezes mais oculta,
outras, mais explícita) de um sentimento ou consciência de
"absoluta dependência"; todos os temas teológicos são
reinterpretados como descrições ou expressões de modificações
deste sentimento.
Teologia
Própria é o estudo de Deus o Pai. Cristologia é o estudo de Deus o
Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia é o estudo de Deus o
Espírito Santo. Bibliologia é o estudo da Bíblia. Soteriologia é
o estudo da salvação. Eclesiologia é o estudo da igreja.
Escatologia é o estudo do fim dos tempos. Angelologia é o estudo
dos anjos. Demonologia Cristã é o estudo dos demônios sob uma
perspectiva cristã. Antropologia Cristã é o estudo da humanidade.
Hamartiologia é o estudo do pecado.
Teologia
Bíblica é estudar um certo livro (ou livros) da Bíblia e enfatizar
os diferentes aspectos da Teologia que ele focaliza. Por exemplo, o
Evangelho de João é muito Cristológico, pois focaliza muito na
divindade de Cristo (João 1:1,14; 8:58; 10:30; 20:28). A Teologia
Histórica é o estudo das doutrinas e como elas se desenvolveram
através dos séculos da igreja cristã. A Teologia Dogmática é um
estudo das doutrinas de certos grupos cristãos que possuem doutrinas
sistematizadas, por exemplo a Teologia Calvinista e Dispensacional. A
Teologia Contemporânea é o estudo das doutrinas que se
desenvolveram ou têm estado em foco recentemente. A Teologia
Sistamática é uma importante ferramenta em nos ajudar a compreender
e ensinar a Bíblia de uma forma organizada.
Teologia
Sistemática
Partindo
do princípio da definição hegeliana do termo "teologia",
a teologia é o estudo das manifestações sociais de grupos em
relação às divindades. Como toda área do conhecimento, possui
então objetos de estudo definidos. Como não é possível estudar
Deus diretamente, como sugere o termo literalmente observado, a
definição de Hegel que, somente se pode estudar aquilo que se pode
observar se torna pertinente e atual, conforme as representações
sociais nas mais variadas culturas.
Teologia
sistemática é, então, a divisão da Teologia em sistemas que
explicam suas várias áreas. Por exemplo, muitos livros da Bíblia
dão informações sobre os anjos. Nenhum livro sozinho dá todas as
informações sobre os anjos. A Teologia Sistemática coleta todas as
informações sobre os anjos de todos os livros da Bíblia e as
organiza em um sistema: Angelologia. Isto é a Teologia Sistemática:
a organização de ensinamentos da Bíblia em sistemas de categorias.
A palavra “sistemática” se refere a algo que colocamos em um
sistema.
A
teologia sistemática, que engloba ramos como a teologia doutrinal, a
teologia dogmática e a teologia filosófica, é o ramo da teologia
cristã que reúne as informações extraídas da pesquisa teológica,
organiza-as em áreas afins, explica as aparentes contradições e,
com isso, fornece um grande sistema explicativo (diferentemente da
teologia histórica ou da teologia bíblica).
A
teologia sistemática está também associada por vezes à
apologética cristã, que serve para, no confronto teológico entre
diferentes religiões e heresias, defender a doutrina da confissão
cristã em causa.
Segundo
a Igreja Católica, a teologia sistemática é dividida em dois ramos
principais:
-a
teologia dogmática ou fundamental,
que "expõe e estuda, sistematicamente, as verdades fundamentais
da Fé", que são "verdades eternas e obrigatórias para
todos os cristãos, nos seus aspectos materiais e formais";
-a
teologia moral,
"que estuda os preceitos éticos contidos na doutrina revelada,
aplicando-os ao cotidiano da vida do homem e da Igreja". [1]
Loci
da teologia sistemática
Um
locus (do latim, lugar; plural loci) é uma área específica de
estudo da teologia sistemática. Os loci clássicos são:
Prolegômenos
ou Teologia fundamental
Teologia
propriamente dita ou Teontologia
Bibliologia,
Cristologia, Pneumatologia,Antropologia
teológica,Soteriologia,Eclesiologia Escatologia, Teologia dos
sacramentos, Hamartiologia Angeologia, Mariologia, Demonologia
Evolução
do termo
No
cristianismo, isso se dá a partir da Bíblia. O teólogo
cristão-protestante suíço Karl Barth definiu a Teologia como um
"falar a partir de Deus". O termo "teologia" foi
usado pela primeira vez por Platão, no diálogo "A República",
para referir-se à compreensão da natureza divina de forma racional,
em oposição à compreensão literária própria da poesia, tal como
era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles
empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
Teologia
como o ramo fundamental da filosofia, também chamada "filosofia
primeira" ou "ciência dos primeiros princípios",
mais tarde chamada de metafísica por seus seguidores;
Teologia
como denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior à
filosofia, com uma conotação pejorativa e, sobretudo, utilizada
para referir-se aos pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo
e Ferécides de Siro).
Santo
Agostinho tomou o conceito de teologia natural da obra Antiquitates
rerum humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única
teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a
mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a Teologia
Sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da
revelação e, portanto, considerada superior. A teologia
sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não
estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma
serva (ancilla theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de
Deus.
Teodiceia,
termo empregado atualmente como sinonimo de "teologia natural",
foi criado no século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas
obras (chamada "Ensaio de Teodiceia. Sobre a bondade de Deus, a
liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora Leibniz
utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim
seja explicar a existência do mal e justificar a bondade de Deus.
Na
tradição cristã (de matriz agostiniana), a teologia é organizada
segundo os dados da revelação e da experiência humana. Esses dados
são organizados no que se conhece como teologia sistemática ou
teologia dogmática.
A
teologia é fortemente influenciada pelas mais diversas religiões e,
portanto, existe a teologia hindu, a teologia budista, a teologia
judaica, a teologia católica-romana, a teologia islâmica, a
teologia protestante, a teologia mórmon, a teologia umbandista,
entre outras.
Bibliografia
BERKHOF,
Louis. Teologia Sistemática. Trad. Odayr Olivetti. Campinas: LPC,
1990.
BRAATEN,
Carl E. & JENSON, Robert W. (eds.) Dogmática Cristã. 2 vols.
Trad. G. Delfstra et alli. São Leopoldo: Sinodal, 1990.
BOFF,
Clodovis. Teoria do Método Teológico. Petrópolis: Vozes, 1998.
FIORENZA,
Francis S. & GALVIN, John P. (org.). Teologia Sistemática. 2
vols. Trad. Paulo Siepierski. São Paulo: Paulus, 1997.
HODGE,
Charles. Teologia Sistemática. Trad. Valter Martins. São Paulo:
Hagnos, 2001.
McGRATH,
Alister E. Teologia: Sistemática, Histórica e Filosófica. Trad.
Marisa de Siqueira Lopes. São Paulo: Shedd, 2005.
Criacionismo
científico
Criacionismo
científico se entende pela afirmação científica da ação de um
criador para o surgimento da vida e tudo mais que existe. O conceito
de criacionismo científico mais trabalhado é o de visão bíblica e
Cristã, que tem expoentes de pensamento nos EUA, tal qual Ruse que
afirma: “O criacionismo, em um sentido geral, refere-se à teoria
de que DEUS fez o mundo sozinho, por meios miraculosos, do nada. Mais
especificamente, na América atual, o criacionismo é a teoria de que
a Bíblia, em particular os primeiros capítulos do Gênese, é um
guia literalmente verdadeiro da história do universo e da história
da vida aqui na Terra, inclusive de nós seres humanos.” [1]
Outras
definições de Criacionismo são:
a
idéia de “que a ordem surgiu ... da inteligência criativa divina
... [ou] da inteligência divina trabalhando por causas naturais”
[2]
“a
crença de que a vida na Terra é o produto de um ato divino e não
da evolução orgânica” [3]
“a
crença de que o universo e todos os seres vivos foram criados por
DEUS” [4]
Existem
também definições mais explícitas que evidenciam a visão Cristã
do Criacionismo, como:
“Os
criacionistas ... acreditam que DEUS criou a Terra e os seres vivos
nela, como escrito na Bíblia” [5]
“Uma
doutrina Cristã afirmando que o mundo e todos os seres vivos nele –
especialmente os seres humanos – foram criados por DEUS” [6]
O
Criacionismo científico conflita-se com a teoria da evolução, ao
identificar que um Criador através de modo sobrenatural gerou a vida
existente e que não existe macro-evolução com criação de novas
espécies como afirma a teria da evolução. (É de se notar que o
Criacionismo científico não rejeita a idéia de micro-evoluções
dentro mesmas espécies, mas que estas são limitadas.)
Podemos
ver um exemplo de proposição Criacionista científica, na qual o
Criacionista Henry M. Morris estabelece o seguinte modelo de
afirmações para a teoria Criacionista científica:
1.O
mundo, tal como ele existe agora, foi criado do nada por ação
divina.
2.Essa
criação aconteceu menos de dez mil anos atrás.
3.Não
aconteceu qualquer desenvolvimento subseqüente.
4.A
teoria da evolução é falsa, porque a mutação e a seleção
natural não podem explicar o suposto desenvolvimento subseqüente de
todos os seres vivos.
5.Podem
ocorrer modificações limitadas dentro de uma espécie, mas todas as
espécies (atuais e extintas) foram criadas por DEUS no início: não
existe a suposta “especiação” afirmada pela teoria da evolução.
6.Não
existe “antepassado comum” compartilhado por espécies distintas
(por ex., os seres humanos e outros primatas).
7.Os
eventos catastróficos e não os alegados processos geomorfológicos
da “ciência” da Geologia, foram a causa das características
geológicas da Terra.
8.O
evento geológico mais importante na história foi o grande dilúvio
descrito no Gênese, que explica, entre outras coisas, a presença de
fósseis de espécies extintas em camadas geológicas distintas. [7]
Este
tipo de Criacionismo pode ser chamado de ciência em decorrência de
se formular sobre uma hipótese empírica e falsificável. O
Criacionismo científico nega a teoria da evolução, mas não nega a
ciência. Uma de suas pressuposições é baseada sobre a “geologia
da inundação” que relata os impactos gerados pelo grande dilúvio
Bíblico. [8]
Referências
1.↑
Ruse, M. 2005 “Creationism”, in Horowitz, M. (org.), New
Dictionary of the History of Ideas, 6 vols., Detroit, Charles
Scribner’s Sons, vol. 2, pp. 489-493.
2.↑
Arnhart, L. 2005 “Evolution–Creationism Debate”, in MITCHAM, C.
(org.), Encyclopedia of Science, Technology, and Ethics, 4 vols.
Detroit, Macmillan Reference, vol. 2, pp. 720-723.
3.↑
Feffer, L. B. 2003 “Creationism”, in Kutler, S. I. (org.),
Dictionary of American History, 10 vols., 3ª ed., New York, Charles
Scribner’s Sons, vol. 2, pp. 446-447.
4.↑
Saladin, K. S. 2002 “Creationism”, in Robinson, R. (org.),
Biology, 4 vols., New York, Macmillan Reference, vol. 1, pp. 185-187.
5.↑
George, M. 2001 “And Then God Created Kansas? The
Evolution/Creationism Debate in America’s Public Schools”,
University of Pennsylvania Law Review, vol. 149, nº 3: 843-872.
6.↑
Longley, E. 2000 “Creationism”, in Pendergast, S.; Pendergast, T.
(orgs.), St. James Encyclopedia of Popular Culture, 5 vols., Detroit,
St. James Press, vol. 1, pp. 627-628.
7.↑
Morris, H. M. 1965 A Bíblia e a Ciência Moderna, São Paulo,
Imprensa Batista Regular. 1981 Scientific Creationism. San Diego, CLP
Publications.
8.↑
Engler, S. 2007 “Tipos de Criacionismos Cristãos”. Junho/2007.
EVOLUÇÃO X CRIAÇÃO:
Argumento científico-Teológico: Será que a evolução tem base bíblica ou científica?
Só Deus estava presente quando tudo começou; ou Deus ou ninguém. A probabilidade da formação da vida na evolução é tão pequena que exige o milagre pela fé, da geração espontânea. Quanto ao relativismo, não podemos supor que absolutos não existam porque isso já seria criar o absoluto de que absolutos não existem.
Se tudo é relativo e não há verdade absoluta, é relativo em relação a que absoluto? Todo mundo é religioso pois não há como provar cientificamente que Deus não existe, pois os ateus crêem na inexistência da divindade e isso é fé, tratada pela religião.
QUADRO COMPARATIVO: Modelos para a ciência e a história: | |
EVOLUCIONISMO | x CRIACIONISMO: |
(Espontâneo/seleção natural) | x (planejado/proposital) |
No princípio: | x Deus |
Aparecimento do Espaço, matéria e tempo: Explosão do Big Bang x Criação temporal
(Ato Sobrenatural).
Aparecimento do Universo: Expansão do Big Bang durante bilhões/anos x Criação Especial com Idade Aparente.
Aparecimento da Vida Vegetal: Universo Estéril produziu vida espontaneamente x Criação completa, complexa e diversificada;
Aparecimento da Vida Vegetal: universo estéril produziu vida espontaneamente x Criação completa, complexa e diversificada.
Método do Aparecimento: Probabilidade e chance x planejamento e execução. Tempo de Existência: bilhões de anos (14a20 bi) x milhares de anos(Apx. 10 a 13 mil)
Quem apertou o “botão” do big bang? O que produziu instabilidade no Universo? Tendências:EVOLUÇÃO x CRIAÇÃO;
Religião: Humanismo x Cristianismo (Deus); Ética: Relativismo x Absolutos de Deus (Bíblicos); Moralidade: Relativismo x Padrões morais de Deus; Sociedade: Relações de libertinagem e prostituição x Tradições e manut. das famílias; Governo: Totalitarismo x Democracia
MODELOS QUE INFLUENCIARAM A LÓGICA DE PENSAMENTOS: HISTÓRIA DO PENSAMENTO EVOLUCIONISTA: (Não começou com Darwin há 150 anos atrás...)
* TALES DE MILETO (621 A 543 a.C.): Disse que o mundo evoluiria da água por processos naturais. * ANAXIMANDRO DE MILETO – seguidor de Tales de Mileto (610 – 547 a.C.): Disse que o mundo surgiu do elemento “apeíron” que seria formado da água, ar, fogo e terra. * EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO (492-430 a.C.): Disse que os animais e vegetais surgiram em épocas diferentes e que sobreviveu o melhor capacitado , pois a vida animal surgiu muito tempo depois da vida vegetal. * LÉUCIPO (Séc. V a.C.): Fundador da filosofia atômica – Disse que o universo é apenas formado por átomos e espaços vazios.
* DEMÓCRITO (460-370 a.C.):Criador do Atomismo;A realidade é formada só por ínfinitos átomos. SÉCULO XVII:
* J.S.Wammerdan (1637-1680): Disse que todas as espécies são oriundas de uma única ancestral
(criada).
* G.W. Leibnitz (1656-1716): Disse que todas as classes de animais são ligadas por transições, mas não apresentou nenhuma.
* P.L.M.de Mampertuis (1698-1759): Disse que a sobrevivência seria do ser mais capaz. SÉCULO XVIII: * D.DIDEROT (1713-1784): Falou sobre a Seleção Natural.
* ERASMUS DARWIN (1731-1794): Disse que a evolução é dirigida por influências ambientais.
* J.B. DE LAMARCK (1744-1829): Disse que da herança provinha as características adquiridas. SÉCULO XIX: * ROBERT CHAMBERS (1802-1871):Disse que havia evolução como processo natural.
* CHARLES DARWIN (1809-1882): Deu introdução a Origem das Espécies, evidenciada em
24/1/1959. * HERBERT SPENCER (1820-1903): Introduziu o conceito de evolução;um sentido mais moderno.
HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRIACIONISTA: * JÓ (2100 a.C.): Disse que o Universo foi feito por um Criador.
* MOISÉS (1450 a.C.): Disse que o Universo foi feito pelo Criador e com uma idade aparente.
* SALOMÃO (950 a.C.): Disse:o Universo foi pelo Criador e obedece leis estabelecidas.
* PLATÃO (427-347 a.C.): Disse que o Universo foi feito por um Criador de acordo com um plano racional e que o Universo não é eterno. * ARISATÓTELES – Discípulo de Platão (384 – 322 a.C.): Disse que o Universo foi criado e é eterno – Aceitava a redondeza da terra e a geração espontânea de vermes,larvas, vespas e carrapatos. SÉCULO XVI: * Johannes Kepler (1571-1630): Disse que o mundo dos homens, da natureza e de Deus todos eles se encaixaam e que Deus, o Criador, trouxe à existência, todas as coisas do nada. SÉCULO XVII: * Isaac Newton (1683-1727): Disse que aceitava a Bíblia como autoridade em todos os assuntos e que a ciência não existia para provar a Bíblia, mas a Bíblia para dirigir a boa ciência. SÉCULO XVIII:
* Leonard Euler (1707-1783): Disse que aceitava a Bíblia como a única verdade absoluta. Dizia que a matemática do Universo é perfeita e um trabalho de um sábio Criador e que nada acontece no Universo sem que uma regra de um máximo ou de um mínimo apareça. SÉCULO XIX: * James Clarck Matson (1831-1879): Escreveu sobre a inerrância e a infabilidade da Bíblia.
* Wernher Van Braum (1912-1977): Phd em Ciência Aeronáutica-Disse que ao se contemplar os mistérios da fé, se compreende a existência do Criador. (Fora estes, há cerca de 150 nomes de homens da ciência que aceitavam a Bíbliaa na íntegra...).
PROPOSIÇÃO 1: A TEORIA DA CRIAÇÃO ESPECIAL: Todas as coisas criadas constituem um produto de um ato único e soberano por parte de um Criador (Deus) onisciente, onipotente, onipresente e pessoal, o qual não depende de sua criação para a sua existência, nem é parte dela. Ciência do Aprendizado: Quanto mais complexa, mais inteligência.
PROPOSIÇÃO 2: TODO UNIVERSO FOI CRIADO EX-NIHILO (do nada), COMPLEXO E FUNCIONAL-MATURIDADE E ESTABILIDADE COM UMA IDADE APARENTE RECENTEMENTE (MILHARES DE ANOS): Matéria, espaço, energia e entropia – a tendência é que tudo fique desorganizado diferente da proposta evolucionista que acha que tudo se organizará. (A ferrugem é prova da desorganização).
PROPOSIÇÃO 3: TODAS AS FORMAS DE VIDA FORAM CRIADAS NO PRINCÍPIO-
SOBRENATURALMENTE, COMPLEXAS (Desenho e inteligência), PERFEITAS (Completas), COM DIVERSIDADE BÁSICA. A genética e a palentologia afirmam que a organização e a complexividade diminuem com o tempo. Por exemplo, a escrita cuneiforme babilônica e os hierogrifos egípcios demonstram inteligência dos antepassados. Os cientistas do passado faziam cálculos complexos, sem o uso do computador.
PROPOSIÇÃO 4: A DIVERSIDADE DENTRO DOS GRUPOS DE ORGANISMOS VIVOSCRIADOS EM ESPÉCIES DISTINTAS, COM FORMAS ORIGINAIS, GENETICAMENTE POLIVALENTES. Todos os tipos básicos foram chamados à existência simultaneamente, onde as variações seriam dentro dos grupos e não de um só.
PROPOSIÇÃO 5:O PLANETA TERRA EXPERIMENTOU NA SUA EXISTÊNCIA UM DILÚVIO
UNIVERSAL RECENTE (CATASTRÓFICO): Isso explica a coluna geológica extratificada, a formação de fósseis e a movimentação das placas continentais (hidroplacas).
PROPOSIÇÃO 6: EXISTEM EVIDÊNCIAS SUBSTANCIAIS ACIMA DA BIOSFERA, NA
BIOSFERA E EMBAIXO DA BIOSFERA: Estas evidências compõem as cinco primeiras proposições da Teoria da Criação Especial. (A própria vida aponta para Deus: Sl.139:14; Rm.1:20).
Quem não tem base científica, não é real: No ano de 1859, Charles Darwin publica o seu livro “A Origem das Espécies”, desenvolvendo duas hipóteses principais: • A evolução ocorreu realmente-todas as formas presentes de vida se desenvolveram de outras formas primitivas; • O processo evolutivo deve ser explicado pela seleção natural (incluindo a doutrina da sobrevivência do mais apto), operando sobre variações ao acaso. (Que já é um ateísmo). Cientistas concordaram com o fato da evolução, mas queriam saber se ela ocorrera realmente e como ocorrera.
A evolução implica em que “todas as formas de vida” que existem atualmente sobre a terra são derivadas de uma (ou de muito poucas) formas originais e primitivas de vida, através de uma série de transformações relacionadas entre si, as quais se originaram todas de forma exclusivamente natural.
1 - Tudo que não pode ser observado, não é ciência. (Observação é ponto chave do cientificismo): Não tem como observar a Criação, mas temos a revelação da Palavra que não é científica. A evolução diz que a matéria sempre existiu e auto-capacidade transformou-a em vidas complexas de unicelulares evoluídos e que big-bang explodiu e deu origem a tudo. Não tem como observar evolução da matéria nem big-bang, assim a evolução não é científica. 2 - Evidências da natureza determinam se postulados estão corretos: Criacionistas crêem num Deus que criou tudo perfeito; Evolucionistas acreditam que matéria se evoluiu e o processo de evolução continua. As 4 Leis da Ciência:(Supremacia sobre todas as Leis) falarão a respeito disso comprovando ou a Evolução ou a Criação: 1ª Lei da termodinâmica: Conservação de Energia - Não pode ser criada nem destruída, podendo passar de estado para outro mas a quantidade do universo é sempre a mesma. Se evolução é global, energia deveria estar sendo criada, o que fere esta lei mas não fere a criação de Deus que fez tudo perfeito. 2ª Lei da Termodinâmica: O universo caminha de níveis organizados para níveis cada vez mais desorganizados: A evolução diz o contrário, afirmando que o universo se organiza cada vez
No caso da Criação, Deus fez tudo completo, total, puro e grande mas o pecado entrou no mundo e desorganizou. 3ª (Pasteur) - Lei da Biogênese: Somente um ser vivo pode fazer surgir outro ser vivo semelhante. Como evolução diz que da matéria inanimada surgem seres com vida complexos? Matéria inanimada não produz vida. Criação, a Bíblia diz em Gn.1:26 - Façamos o homem; Deus vivo produziu criaturas vivas. 4ª Lei da Causa e do Efeito - Nenhum efeito é quantitativamente maior e qualitativamente superior à causa. Como o homem um ser vivo complexo pode ter surgido de uma matéria? Pela evolução, a matéria produzindo homem, se ser humano é da matéria, efeito é maior que a causa. Pela criação, somente um Deus superior, inigualável poderia criar seres inferiores; Deus é superior aos homens criados e a tudo criado. (Jr. 32:17; Is.5:8). 2 Postulados Sobre as espécies: A Criação, em (Gn.1:1-12) e (Gn.20:21) fala de animais e vegetais segundo a sua espécie, mas a Evolução - Afirma que há variabilidade genética com formas de vida transicionais; uma espécie com outra produz outra. OBS: 1956 - Mendel descobriu código genético:Característica de uma espécie somente passa para a futura, se codificada no código genético da espécie. A moderna genética molecular diz que a estrutura de cada espécie é única e particular p/produzir aquela espécie. Espécies diferentes originam ser sem capacidade de reprodução. No caso das Mutações: As mutações são aleatórias, quase sempre produzindo lesões aos organismos e assim, desorganizam e não organizam para estágios mais avançados;retiram complexidades do organismo;involuem e não evoluem;causam entropia, que é a desordem ao sistema. No caso dos Fósseis: Os fósseis são animais e plantas soterrados que viram rochas e sítios arqueológicos.
Paleontologia: Fósseis mais completos que existem são dois: Homem de Nerthandal e homem de
Cromagno. • Homem de Nerthandal foi considerado ancestral. Descobriram que a única diferença dos de hoje é o raquitismo.
• Homem Ábilis, descoberto, sendo mais antigo e completo. Se é evolução, como há registro fóssil mais antigo?
• Homem de Cromagno, mais completo: Ciência diz que ele tinha capacidade física mais evoluída e de raciocínio que o de hoje. Após estes, surgiram verdadeiras brincadeiras: 1912- Homem de Nebrasca-Usando 1 dente, Osborn, diretor do Museu de História natural dos Estados Unidos, concluiu que dente tinha traços de homem e símios.
• Homem de Pitdown -Tempos depois, descobriram que dente era dente de raça de porco extinta.
Fragmentos de mandíbula inferior e superior. Ciência descobriu que ossos foram misturados. Parte de chimpanzé e dentes limados p/parecerem humanos, colocados pela química e envelhecidos • Homem de Pequim - Outra fraude.
Não existe mudança gradual dos registros fóssies; não existem elos perdidos. Onde estão as espécies transicionais? Se há evolução, onde estão as espécies transicionais nos registros fósseis? Existem fósseis no mundo inteiro, mas não há espécies entre um e outra. Descobriram no registro fóssil espécies complexas anteriores a espécies menos complexas. Não há ordem crescente de espécies no registro fóssil. Cadê a espécie entre protozoários e metazoários invertebrados? Entre invertebrados e vertebrados? Entre peixes e anfíbios? De anfíbio para réptil? De réptil para mamífero? As mesmas lacunas entre espécies no registro fóssil são as encontradas em vida.
Deus estipulou uma lei de cada um segundo sua espécie. A vida na coluna geológica “aparece de repente”-explosão do cambriano, completos, complexos, diversificado e disperso. Os fósseis estão na ordem errada: Ex. Pegadas de cavalos aparecem mais antigos que os de dinossauros (Urbesquistão e Virgínia-EUA); Pegadas dos seres humanos e dinossauros (Turkmésia e Arizona-EUA); Pólem de plantas em rochas do período pré-cambriano (Venezuelaa e Grand Quenion); Artefatos humanos em carvões de pedras datadas de milhões de anos?
Vida não é obra do acaso; Deus sustenta todas as coisas e a vida não é obra de mera sorte:
• Lua está distante da terra 378.0 km. Se tivesse a 80.0 km da terra, marés cobririam o planeta 7x por dia.
• Se atmosfera fosse mais rarefeita,bombardeio de meteoros diário c/velocidade de 45 km/seg. destruiria tudo. • A quantidade de oxigênio da atmosfera se fosse um pouco maior, não haveria condições de vida.
• O movimento de rotação, se fosse 1/10 mais lento, os dias teriam 10 x mais duração e as noites 10x e assim tudo seria queimado e congelado de noite.
• A terra em relação ao sol: Se tivesse na mesma distância de mercúrio e vênus a vida seria torrada e se tivesse na distância de marte e plutão, a vida seria congelada.
• O cérebro é a estrutura mais complexa do universo. Possui 10 bilhões de células e cada possui 10.0 a 100.0 fibras interligadas. Se 1/100 dessas interligações funcionasse, seria maior que toda a rede de comunicações da terra e os homens não podem fazer estrutura como o cérebro.
Existem 7 x 10000000000000000000000 estrelas, que é mais que os grãos de areia da terra. A terra não poderia ter vida há mais de 10.0 anos atrás, pois a distância entre o sol e na terra, o sol diminui 1,5metros por ano e se fosse há mais de 10.0 anos, não dava para ter vida na terra pois aqui seria uma temperatura de 145 graus celsius.
A Bíblia diz: (Sl.139:14)-Fomos formados de modo assombroso. (Is.45:12) - Fiz a terra e criei nela o homem. A geração espontânea da vida, na Teoria da Evolução exige um milagre equivalente ao argumento teológico (Probabilidades são mínimas de se ocorrer, da vida vindo de algo sem vida).
As cadeias de DNA possuem mais ou menos 1 metro, se esticadas, e se enrolam não aleatoriamente nos ribossomos nucleares.
Na Bíblia, é preciso entender todo o contexto de assuntos descritosem vários livros, pois toda proposta científica está limitada à percepção humana (pensar; achar). Existem coisas que existem, independente de querermos ou não (Ex. Lei da Gravidade).
Na pesquisa científica, há elementos básicos como: O cientista (São todos corretos?) O raciocínio (todo raciocínio procede?) A evidência (todas são plenas?) A teoria (Todas são sem dúvida?) A possibilidade (Todas são 100%?) Teorias são idéias que geralmente não presenciamos; nas evidências nem sempre a amostragem resumida indica toda a proposição que se quer defender.
Valor de pi (pi=3,14) – (1 Rs.7:15)-Perímetro de 2pir, dado em cáculos das colunas ocas do tabernáculo;
Homem x Macaco: Dizem que há 97 genes com semelhança de 9,4% e diferença de 0,69%? O ser humano possui 30.0 a 40.0 genes. Se o número de genes duplicados fosse de 15.0, teremos que 97 de 15.0 é igual a 0,65%. Se em 0,65% há diferença de 0,6%, 100 % de gene a diferença seria de 92,3%; somos diferentes dos macacos em 92,3%.
ISSO 9000: Avalia em partes cada etapa e depois avalia no todo; Deus fez isso nos dias da criação. Deriva Continental: No terceiro dia, Deus criou a (única) porção seca (Pangéia).
RESUMO SOBRE EVOLUÇÃO: A evolução é uma interpretação que não foi comprovada; portanto, trata-se apenas de uma crença, baseada sobre conclusões filosóficas em lugar de fatos científicos.
A questão da evolução não é simplesmente um problema para a ciência, mas um problema de filosofia. A ciência consegue reunir uma certa quantidade de dados, mas não bastam para provar a evolução.
Existe uma diferença entre o simples fato de reunir dados e a interpretação dos mesmos ou chegar a uma conclusão baseada neles. O problema é que os filósofos querem ensinar a evolução como uma lei ou um fato científico completamente provado e como algo que realmente ocorreu, quando na verdade, tudo se reduz a uma teoria científica.
PROBLEMAS DOS EVOLUCIONISTAS CUJOS FATOS NÃO SÃO CONCLUSIVOS PARA SUAS PROVAS: • Tanto a terra como o universo tiveram um início e nem sempre existiram;
• Ausência de dados quanto à origem da vida sobre a terra; • A repentina aparição da vida, como evidenciam os fósseis;
• O fato de muitos tipos do reino animal (phyla) tanto os simples como os mais complexos aparecem, aparecem simultaneamente logo no princípio e seguem existindo hoje sem mudança ou transformação; • Não existem fósseis “de transição” entre as formas vitais mais simples e mais complexas;
• Não existe a menor prova de mudança de um tipo “phylum” para outro.
• Torna-se necessária a nebulosa e hipotética doutrina da “emergência”, o cientismo, como que possuindo todas as respostas para os problemas transcendentes dos homens;
• Em lugar de elos perdidos, falta a corrente inteira: existem tremendos vazios carentes de dados necessários e acerca dos quais estamos na mais completa ignorância.
A GRANDE QUESTÃO: Está no fato de que os cientistas não aceitam o sobrenatural para origem de todas as coisas. Os fatos reais que se referem à mente e ao espírito do homem e sua consciência moral e seus sentidos dos valores e estéticos ou religiosos não concordam com as explicações do naturalismo mecânico. E assim, como os teólogos defendem a Deus como Criador, os evolucionistas têm o direito em crer no Naturalismo.
O Naturalismo é Doutrina que fala daquilo que é produzido pela natureza. Doutrina ou escola literária intensa a qualquer idealização da realidade, e que insiste particularmente nos aspectos que, no homem, resultam da natureza e de suas leis.
Nele, todo conjunto de fenômenos pode ser reduzido, por um encadeamento mecânico, a fatos do mundo concreto material sem a intervenção de nenhuma causa transcendente.
quer na maneira de viver; naturismo, sem a presença ou intervenção divina |
P. ex.: em moral, doutrina que fundamenta a conduta humana na satisfação dos instintos biológicos e assim, preconiza a volta à natureza e à simplicidade primitiva, quer nas instituições sociais, A VISÃO BÍBLICA DA CRIAÇÃO DO HOMEM:
2)CRIAÇÃO DO HOMEM:
Deus criou homem à sua imagem (Gn.1:1),superior aos irracionais (1 Co.15:39). A natureza divina penetrou na sua substância material(corpo)e substância imaterial(alma),que se retira ao corpo morrer.(natureza humana).
Em 1 Tess.5:23 e Heb.4:12, homem possui Espírito,Alma e Corpo;o espírito e alma representam a não-física.Distintos,espírito e alma são inseparáveis, entrosados, quase se confundem(Ec.12:7 e Ap.6:9).
3)CORPO: (No Antigo testamento em Hebráico e Aramáico):
* basar - carne, como algo frágil e errante (Ex.30:32);
* beten – ventre (lugar oco e vazio) – (Sl.31:9);
* shor – cordão umbilical, umbigo (Pv.3:8); sentido de parente carnal; força física do corpo (Pv.5:1);
* ‘etsem – sentido de osso, essência e substância do corpo (Pv.16:24);
* geshem (aramaico) – corpo físico; (Dn.4:3);
A palavra corpo em hebráico também pode indicar sentido de corpo sem vida:
* n@belah – corpo morto, cadáver (1 Rs.13:25);
* guwphah – corpo morto (Fechado)-cadáver (1 Cr.10:12);
* nephesh – ser outrora vivo (que respirava) – (Ag.2:13);
CORPO (No Novo Testamento em Grego): * soma – corpo físico (que também pode indicar a igreja que projeta a sombra do sol da justiça, que é
Jesus) – (Mt.5:29); ptoma – o corpo caído (carcaça sem vida) – (Mc.6:29);
O corpo indica: Casa(2 Co.5:1);Invólucro(Dn.7:15);Templo(1 Rs.8:27) - Parte externa que nos envolve, de carne e pele.
4)ESPÍRITO: (No Antigo testamento em Hebraico e Aramáico): * ruwach – indicando o entusiasmo e vigor (Gn.45:27);
* n@shamah – indicando respiração, fôlego ofegante (Pv.20:27);
* ruwach (aramaico) – espírito, vento, sede da mente;
(No Novo testamento em Grego):
* pneuma – fôlego; Capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com Ele, de forma individual. Formado por Deus na parte interna da natureza do homem, capaz de se renovar e desenvolver - (Salmo 51:10). O ESPÍRITO É:a) O centro e a fonte da vida humana. É o que faz o homem diferente de todas as demais coisas; podendo se tornar a morada do Espírito Santo (Rm.8:16), centro de adoração(Jo.4:23); oração,cântico,bênção(1 Co.4:15) e de serviço (Rm.1:9 e Fp.1:27).
O Espírito representa a natureza suprema do homem, regendo a qualidade do seu caráter, conforme influências: Devemos:• Guardá-lo(Ml.2:15);dominá-lo(Pv.16:32); renová-lo(Ez.18:31); transformá-lo(Ez.1:19). Espírito é comum aos que passaram p/outra vida.(At.23:9); Arrebatar é estado de espírito (Ap.4:2).
5)ALMA: (No Antigo testamento em Hebraico):
* nephesh chay – (Alma vivente) lugar das emoções e paixões reanimadas (Gn.2:7);
(No Novo testamento em Grego):
* psuche – fôlego, força vital que anima o corpo (respiração), indicando o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso coração), constituída por Deus como um ser moral designado para vida eterna, como uma essência que difere do corpo e não é dissolvida pela morte
(distinta de outras partes do corpo). Também se refere aos mortos:
* rapha’ – como almas espirituais abatidas, entristecidas e levadas abaixo (descida) (Jô.26:5); A alma indica a parte que vemos em relação à vida atual. Pessoas falecidas são “almas”quando ao passado (Ap.20:4). A alma dá o conhecimento de si próprio.Ela possui e usa o espírito(fonte de vida) e lhe dá expressão no corpo.
A alma é o espírito encarnado mediante o corpo; a combinação destes dois elementos, o espírito e o corpo. Se há uma paixão opressora, a alma (vida egocêntrica natural) venceu o espírito e o homem é vítima da carne.
Assim,o espírito já não domina e a pessoa está em estado de morte e precisa e uma regeneração divina. (Cl.3:10). A alma é o princípio inteligente e vivificante que anima o corpo humano, usando para expressar e comunicar.
Veio a existir com o sopro sobrenatural de Deus, mas não é parte de Deus, mas dom e obra dEle.
OBS:A alma distingue a vida animal dos vegetais, que possuem vida inconsciente. Os animais também possuem almas, ou seja, vida consciente.A alma dos homens se distingue dos animais, pois as deles só vivem enquanto durar o corpo (Ec.3:21) Alma do homem é vivificada pelo espírito,que o segue após a morte.
• ORIGEM DA ALMA: Resultado do sopro de vida no homem e no caso da descendência, se pode explicar como um processo de cooperação entre o Criador (Pai dos Espíritos) e os pais, onde o processo normal de reprodução humana põem em execução as leis da vida,fazendo com que a alma nasça no mundo-Mistério(Ec.1:5;Jó 10:8)
• ALMA E CORPO: Relação se descreve assim: 1)A Alma é a depositária da vida , relacionada ao sustento, risco e perda da vida;muitas vezes, alma, tipifica vida (Gn.9:5; Pv.7:23; At.15:26). A vida é o resultado do entrosamento do corpo com a alma;quando a alma e o corpo se separam, ele não mais existe, restando apenas moléculas materiais em rápida decomposição.
2)A alma permeia e habita em todas as partes do corpo e afeta todos os membros, como sentimentos se atribuem ao corpo: a2) Coração e rins: (Sl. 73:21; Pv.23:16; Jó.38:36); b2) Entranhas: (Jr.4:19; Is.16:1); c2) ventre: (Jó.20:23; Jó.15:35; Jo.7:38).As partes internas(entranhas)descrevem ligação da alma e do corpo como centro dos sentimentos, experiência espiritual e sabedoria. 3)Pelo corpo, a alma recebe impressões do mundo exterior (sentidos);por meio do cérebro e nervos, a alma elabora impressões pelo intelecto, razão, memória e imaginação. 4)Alma estabelece contato com o mundo pelo corpo:o”EU”;sentir, pensar e atos;sem o membro,a alma não funciona bem:-lesão cerebral causa demência.
• ALMA E PECADO:A alma vive naturalmente por instintos, impulsos inatos implantados na criatura, como forças motrizes da personalidade que Deus o dotou para sua experiência terrestre,originando e preservando a humanidade.
5 INSTINTOS HUMANOS IMPORTANTES:(Gênesis.): a)Auto-preservação - Nos avisa dos perigos e nos capacita a cuidar de nós mesmos.(implica proibição de aviso): após o pecado, originou-se egoismo,irritabilidade, inveja e ira; b)Aquisição - (conseguir)-conduz a adquirir as provisões para o sustento;(Adão recebeu Éden); após o pecado originou-se roubo e cobiça; c)Busca de Alimento - impulso que leva a satisfazer a fome natural.(...vos tenho dado todas as ervas que dão semente...); após o pecado, gerou-se bebedice e glutonaria; d)Reprodução - conduz a perpetuação da espécie.(...homem e mulher os criou...frutificai-vos e multiplicai-vos); após o pecado gerou-se impureza, perversão, prostituição e adultério; e)domínio - conduz a exercer certa iniciativa própria necessária para o desempenho da vocação e responsabilidades.(enchei a terra, sujeitai e dominai). Após o pecado, gerou-se tirania,arrogância, injustiça e implicância. O homem foi elevado à dignidade de possuir livre-arbítrio e razão para se disciplinar, como árbitro de seu destino. Deus impôs uma lei para regulamento das faculdades do homem; entendimento da lei, produziu a consciência (relativo ao conhecimento).
ALMA NO PECADO: Alma consciente usa voluntariamente o corpo para pecar contra Deus.Alma pecaminosa + corpo, origina corpo do pecado/carne(Rm.6:6; Gl.5:24). A inclinação e desejo da alma para usar o corpo,denomina de mente carnal (Rm.8:7). Logo, o homem será julgado, segundo o que fez por meio do corpo (2 Co.5:10) e isso envolve ressurreição (Jo.5:28-29). A carne é a soma total dos instintos do homem, anormais pelo pecado de Adão e atos voluntários pecadores.
ALMA E CORAÇÃO: Na escritura, coração significa centro de alguma coisa:centro de sua personalidade, de onde procedem impulsos e caráter (Mt. 12:40; Sl.46:2);Centro do
ALMA E SANGUE: Sangue,fonte da vida física;escala da criatura determina valor do sangue,desde Jesus a animal (Lv.17:1).
À IMAGEM DELE: Parentesco(anthropos)que olha para o alto;Caráter moral(religião); Razão:(arte);imortalidade e domínio.
Anexo.
CATECISMO
DA IGREJA CATÓLICA
PRIMEIRA
PARTE
A
PROFISSÃO DA FÉ-SEGUNDA
SEÇÃO
A
PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO
PRIMEIRO
CREIO
EM DEUS PAI-(§
198-§ 421)
198.
A nossa profissão de fé começa por Deus, porque Deus é «o
Primeiro e o Último» (Is
44, 6), o Princípio e o Fim de tudo. O Credo começa por Deus Pai,
porque o Pai é a Primeira Pessoa divina da Santíssima Trindade; o
nosso Símbolo começa pela criação do céu e da terra, porque a
criação é o princípio e o fundamento de todas as obras de Deus.
«CREIO
EM DEUS PAI TODO-PODEROSO
CRIADOR DO CÉU E DA TERRA»
CRIADOR DO CÉU E DA TERRA»
PARÁGRAFO
4-(§279)
O
CRIADOR
279.
«No
princípio, Deus criou o céu e a terra» (Gn
1,
1). É com estas palavras solenes que começa a Sagrada Escritura. E
o Símbolo da fé retoma-as, confessando a Deus, Pai todo-poderoso,
como «Criador do céu e da terra» (101), «de todas as coisas,
visíveis e invisíveis» (102). Vamos, portanto, falar primeiro do
Criador, depois da sua criação, e, finalmente, da queda do pecado,
de que Jesus, Filho de Deus, nos veio Libertar.
280.
A
criação é o fundamento
de
«todos os desígnios salvíficos de Deus», «o princípio da
história da salvação» (103), que culmina em Cristo. Por seu lado,
o mistério de Cristo derrama sobre o mistério da criação a luz
decisiva; revela o fim, em vista do qual «no princípio Deus criou o
céu e a terra» (Gn
1,
1): desde o princípio, Deus tinha em vista a glória da nova criação
em Cristo (104).
281.
É por isso que as leituras da Vigília Pascal, celebração da nova
criação em Cristo, começam pela narrativa da criação. Do mesmo
modo, na liturgia bizantina, a narrativa da criação constitui
sempre a primeira leitura das vigílias das grandes festas do Senhor.
Segundo o testemunho dos antigos, a instrução dos catecúmenos para
o Baptismo segue o mesmo caminho (105).
I.
A catequese sobre a criação
282.
A catequese sobre a criação reveste-se duma importância capital.
Diz respeito aos próprios fundamentos da vida humana e cristã,
porque torna explícita a resposta da fé cristã à questão
elementar que os homens de todos os tempos têm vindo a pôr-se: «De
onde vimos?» «Para onde vamos?» «Qual a nossa origem?» «Qual o
nosso fim?» «Donde vem e para onde vai tudo quanto existe?» As
duas questões, da origem e, do fim, são inseparáveis. E são
decisivas para o sentido e para a orientação da nossa vida e do
nosso proceder.
283.
A questão das origens do mundo e do homem tem sido objecto de
numerosas investigações científicas, que enriqueceram
magnificamente os nossos conhecimentos sobre a idade e a dimensão do
cosmos, a evolução dos seres vivos, o aparecimento do homem. Tais
descobertas convidam-nos, cada vez mais, a admirar a grandeza do
Criador e a dar-Lhe graças por todas as suas obras, e pela
inteligência e saber que dá aos sábios e investigadores. Estes
podem dizer com Salomão: «Foi Ele quem me deu a verdadeira ciência
de todas as coisas, a fim de conhecer a constituição do Universo e
a força dos elementos [...], porque a Sabedoria, que tudo criou, mo
ensinou» (Sb
7, 17-21).
284.
O grande interesse atribuído a estas pesquisas é fortemente
estimulado por uma questão de outra ordem, que ultrapassa o domínio
próprio das ciências naturais. Porque não se trata apenas de saber
quando e como surgiu materialmente o cosmos, nem quando é que
apareceu o homem; mas, sobretudo, de descobrir qual o sentido de tal
origem: se foi determinada pelo acaso, por um destino cego ou uma
fatalidade anónima, ou, antes, por um Ser transcendente, inteligente
e bom, chamado Deus. E se o mundo provém da sabedoria e da bondade
de Deus, qual a razão do mal? De onde vem ele? Quem é por ele
responsável? E será que existe uma libertação do mesmo?
285.
Desde os princípios que a fé cristã teve de defrontar-se com
respostas, diferentes da sua, sobre a questão das origens. De facto,
nas religiões e nas culturas antigas encontram-se muitos mitos
relativos às origens. Certos filósofos disseram que tudo é Deus,
que o mundo é Deus, ou que a evolução do mundo é a evolução de
Deus (panteísmo): outros disseram que o mundo é uma emanação
necessária de Deus, brotando de Deus como duma fonte e a Ele
voltando; outros, ainda, afirmaram a existência de dois princípios
eternos, o bem e o mal, a luz e as trevas, em luta permanente
(dualismo, maniqueísmo). Segundo algumas destas concepções, o
mundo (pelo menos o mundo material) seria mau, produto duma
decadência e, portanto, objecto de repúdio ou de superação
(gnose); outras admitem que o mundo tenha sido feito por Deus, mas à
maneira dum relojoeiro que, depois de o ter feito, o abandonou a si
mesmo (deísmo); outras, finalmente, rejeitam qualquer origem
transcendente do mundo e vêem nele o puro jogo duma matéria que
teria existido sempre (materialismo). Todas estas tentativas dão
testemunho da permanência e universalidade do problema das origens.
É uma busca própria do homem.
286.
Não
há dúvida de que a inteligência humana é capaz de encontrar uma
resposta para a questão das origens. Com efeito, a existência de
Deus Criador pode ser conhecida com certeza pelas suas obras, graças
à luz da razão humana (106), mesmo que tal conhecimento muitas
vezes seja obscurecido e desfigurado pelo erro. E é por isso que a
fé vem confirmar e esclarecer a razão na compreensão exacta desta
verdade: «Pela fé, sabemos que o mundo foi organizado pela palavra
de Deus, de modo que o que se vê provém de coisas invisíveis»
(Heb
11,
3).
287.
A verdade da criação é tão importante para toda a vida humana que
Deus, na sua bondade, quis revelar ao seu povo tudo quanto é salutar
conhecer-se a esse propósito. Para além do conhecimento natural,
que todo o homem pode ter do Criador (107), Deus revelou
progressivamente a Israel o mistério da criação. Deus, que
escolheu os patriarcas, que fez sair Israel do Egipto e que,
escolhendo Israel, o criou e formou (108) revela-Se como Aquele a
quem pertencem todos os povos da terra e toda a terra, como sendo o
único que «fez o céu e a terra» (Sl
115,
15; 124, 8; 134, 3).
288.
Assim, a revelação da criação é inseparável da revelação e da
realização da Aliança de Deus, o Deus Único, com o seu povo. A
criação é revelada como o primeiro passo para esta Aliança, como
o primeiro e universal testemunho do amor omnipotente de Deus (109).
Por isso, a verdade da criação é expressa com vigor crescente na
mensagem dos profetas (110), na oração dos salmos (111) e da
liturgia, na reflexão da sabedoria (112) do Povo eleito.
289.
Entre tudo quanto a Sagrada Escritura nos diz sobre a criação, os
três primeiros capítulos do Génesis ocupam um lugar único. Do
ponto de vista literário, estes textos podem ter diversas fontes. Os
autores inspirados puseram-nos no princípio da Escritura, de maneira
a exprimirem, na sua linguagem solene, as verdades da criação, da
sua origem e do seu fim em Deus, da sua ordem e da sua bondade, da
vocação do homem, e enfim, do drama do pecado e da esperança da
salvação. Lidas à luz de Cristo, na unidade da Sagrada Escritura e
na Tradição viva da Igreja, estas palavras continuam a ser a fonte
principal para a catequese dos mistérios do «princípio»: criação,
queda, promessa da salvação.
II.
A criação – obra da Santíssima Trindade
290.
«No princípio, Deus criou o céu e a terra». Três coisas são
afirmadas nestas primeiras palavras da Escritura: Deus eterno deu um
princípio a tudo quanto existe fora d'Ele. Só Ele é criador (o
verbo «criar» – em hebraico «bara»
– tem
sempre Deus por sujeito). E tudo quanto existe (expresso pela fórmula
«o céu e a terra») depende d' Aquele que lhe deu o ser.
291.
«No princípio era o Verbo [...] e o Verbo era Deus [...] Tudo se
fez por meio d'Ele e, sem Ele, nada se fez» (Jo
1,
1-3). O Novo Testamento revela que Deus tudo criou por meio do Verbo
eterno, seu Filho muito-amado. Foi n'Ele «que foram criados todos os
seres que há nos céus e na terra [...]. Tudo foi criado por seu
intermédio e para Ele. Ele é anterior a todas as coisas, e todas se
mantêm por Ele» (Cl
1, 16-17). A fé da Igreja afirma igualmente a acção criadora do
Espírito Santo: Ele é Aquele «que dá a vida» (113), «o Espírito
Criador» (Veni,
Creator Spiritus), a
«Fonte de todo o bem» (114).
292.
Insinuada no Antigo Testamento (115) revelada na Nova Aliança, a
acção criadora do Filho e do Espírito Santo, inseparavelmente
unida à do Pai, é claramente afirmada pela regra de fé da Igreja:
«Existe um só Deus. Ele é o Pai, é Deus, é o Criador, o Autor, o
Ordenador. Fez todas as coisas por
Si mesmo, quer
dizer, pelo Seu Verbo e pela sua Sabedoria» (116) «pelo Filho e
pelo Espírito» que são como «as suas mãos» (117). A criação é
obra comum da Santíssima Trindade.
III.
«O mundo foi criado para glória de Deus»
293.
É
uma verdade fundamental, que a Escritura e a Tradição não cessam
de ensinar e de celebrar: «O mundo foi criado para glória de Deus»
(118). Deus criou todas as coisas, explica São Boaventura, «non
propter gloriam augendam, sed propter gloriam manifestandam et
propter gloriam suam communicandam – Não
para aumentar a Sua glória, mas para a manifestar e para a comunicar
» (119). Para criar, Deus não tem outra razão senão o seu amor e
a sua bondade: «Aperta
manu clave amoris creaturae prodierunt – As
criaturas
saíram da mão (de Deus) aberta pela chave do amor» (120). E o I
Concílio do Vaticano explica:
«Na
sua bondade e pela sua força omnipotente, não para aumentar a sua
felicidade nem para adquirir a sua perfeição, mas para a manifestar
pelos bens que concede às suas criaturas, Deus, no seu libérrimo
desígnio, criou do nada simultaneamente e desde o princípio do
tempo uma e outra criatura — a espiritual e a corporal» (121).
294.
A
glória de Deus está em que se realize esta manifestação e esta
comunicação da sua bondade, em ordem às quais o mundo foi criado.
Fazer de nós «filhos adoptivos por Jesus Cristo. Assim aprouve à
sua vontade, para
que fosse enaltecida a glória da
sua graça» (Ef
1, 5-6): «Porque a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do
homem é a visão de Deus: se a revelação de Deus pela criação já
proporcionou a vida a todos os seres que vivem na terra, quanto mais
a manifestação do Pai pelo Verbo proporciona a vida aos que vêem a
Deus!» (122). O fim último da criação é que Deus Pai, «criador
de todos os seres, venha finalmente a ser 'tudo em todos' (1
Cor 15,
28),
provendo, ao mesmo tempo, à sua glória e à nossa felicidade»
(123).
IV.
O mistério da criação
DEUS
CRIA COM SABEDORIA E POR AMOR
295
Acreditamos que Deus criou o mundo segundo a sua sabedoria (124). O
mundo não é fruto duma qualquer necessidade, dum destino cego ou do
acaso. Acreditamos que ele procede da vontade livre de Deus, que quis
fazer as criaturas participantes do seu Ser, da sua sabedoria e da
sua bondade: «porque Vós criastes todas as coisas e, pela vossa
vontade, elas receberam a existência e foram criadas» (Ap
4, 11). «Como são grandes, Senhor, as vossas obras! Tudo fizestes
com sabedoria» (Sl
104, 24). «O Senhor é bom para com todos e a sua misericórdia
estende-se a todas as criaturas» (Sl
145, 9).
DEUS
CRIA «DO NADA»
296.
Acreditamos que Deus não precisa de nada preexistente, nem de
qualquer ajuda, para criar (124). A criação tão pouco é uma
emanação necessária da substância divina (126). Deus cria
livremente «do nada» (127):
«Que
haveria de extraordinário, se Deus tivesse tirado o mundo duma
matéria preexistente? Um artista humano, quando se lhe dá um
material, faz dele o que quer. O poder de Deus, porém, mostra-se
precisamente quando parte do nada para fazer tudo o que quer» (128).
297.
A fé na criação a partir «do nada» é testemunhada na Escritura
como uma verdade cheia de promessa e de esperança. É assim que a
mãe dos sete filhos os anima ao martírio:
«Não
sei como aparecestes no meu seio; não fui eu que vos dei a
respiração e a vida, nem fui eu que dispus os membros que compõem
cada um de vós. Por isso, o Criador do mundo, que formou o homem à
nascença e concebeu todas as coisas na sua origem, vos dará
novamente, na sua misericórdia, a respiração e a vida, uma vez que
vos desprezais agora a vós próprios, por amor às suas leis [...]
Peço-te, meu filho, que olhes para o céu e para a terra. Vê todas
as coisas que neles se encontram, para saberes que Deus não as fez
do que já existia, e que o mesmo sucede com o género humano» (2
Mac 7,
22-23.28).
298.
Uma vez que Deus pode criar «do nada», também pode, pelo Espírito
Santo, dar a vida da alma aos pecadores, criando neles um coração
puro e a vida do corpo aos defuntos, pela ressurreição. Ele que «dá
a vida aos mortos e chama o que não existe como se já existisse»
(Rm
4, 17). E como, pela sua palavra, pôde fazer que das trevas
brilhasse a luz (130), pode também dar a luz da fé aos que a
ignoram (131).
DEUS
CRIA UM MUNDO ORDENADO E BOM
299.
Uma vez que Deus cria com sabedoria, a criação possui ordem.
«Dispusestes tudo com medida, número e peso» (Sb
11, 20). Criada no Verbo e pelo Verbo eterno, «que é a imagem do
Deus invisível» (Cl
1,
15), a criação destina-se e orienta-se para o homem, imagem de Deus
(132), chamado ele próprio a uma relação pessoal com Deus. A nossa
inteligência, participante da luz do intelecto divino, pode entender
o que Deus nos diz pela sua criação (133), sem dúvida com grande
esforço e num espírito de humildade e de respeito perante o Criador
e a sua obra (134). Saída da bondade divina, a criação partilha
dessa bondade («E Deus viu que isto era bom [...] muito bom»: Gn
1,
4. 10. 12. 18. 21. 31). Porque a criação é querida por Deus como
um dom orientado para o homem, como herança que lhe é destinada e
confiada. A Igreja, em diversas ocasiões, viu-se na necessidade de
defender a bondade da criação, mesmo a do mundo material (135).
DEUS
TRANSCENDE A CRIAÇÃO E ESTÁ PRESENTE NELA
300.
Deus
é infinitamente maior do que todas as suas obras (136): «A vossa
majestade está acima dos céus» (Sl
8, 2), «insondável é a sua grandeza» (Sl
145, 3). Mas, porque Ele é o Criador soberano e livre, causa
primeira de tudo quanto existe, está presente no mais íntimo das
suas criaturas: «É n'Ele que vivemos, nos movemos e existimos»
(Act
17,
28). Segundo as palavras de Santo Agostinho, Ele é
«superior summo meo et interior intimo meo — Deus
está acima do que em mim há de mais elevado e é mais interior do
que aquilo que eu tenho de mais íntimo» (137).
DEUS
SUSTENTA E CONDUZ A CRIAÇÃO
301.
Depois
da criação, Deus não abandona a criatura a si mesma. Não só lhe
dá o ser e o existir, mas a cada instante a mantém no ser, lhe dá
o agir e a conduz ao seu termo. Reconhecer esta dependência total do
Criador é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de
confiança:
«Vós
amais tudo quanto existe e não tendes aversão a coisa alguma que
fizestes: se tivésseis detestado alguma criatura, não a teríeis
formado. Como poderia manter-se qualquer coisa, se Vós não
quisésseis? Como é que ela poderia durar, se não a tivésseis
chamado à existência? Poupais tudo, porque tudo é vosso, ó
Senhor, que amais a vida» (Sb
11, 24-26).
V.
Deus realiza o seu desígnio: a divina Providência
302.
A criação tem a sua bondade e a sua perfeição próprias, mas não
saiu totalmente acabada das mãos do Criador. Foi criada «em estado
de caminho» («in
statu viae») para
uma perfeição última ainda a atingir e a que Deus a destinou.
Chamamos divina Providência às disposições pelas quais Deus
conduz a sua criação em ordem a essa perfeição:
«Deus
guarda e governa, pela sua Providência, tudo quanto criou,
"atingindo com força dum extremo ao outro e dispondo tudo
suavemente" (Sb
8, 1). Porque "tudo está nu e patente a seus olhos" (Heb
4,
13), mesmo aquilo que depende da futura acção livre das criaturas»
(138).
303.
É unânime, a este respeito, o testemunho da Escritura: a solicitude
da divina Providência é concreta
e imediata, cuida
de tudo, desde os mais insignificantes pormenores até aos grandes
acontecimentos do mundo e da história. Os livros santos afirmam, com
veemência, a soberania absoluta de Deus no decurso dos
acontecimentos: «Tudo quanto Lhe aprouve, o nosso Deus o fez, no céu
e na terra» (Sl
115, 3); e de Cristo se diz: «que abre e ninguém fecha, e fecha e
ninguém abre» (Ap
3, 7); «há muitos projectos no coração do homem, mas é a vontade
do Senhor que prevalece» (Pr
19,
21).
304.
É assim que, muitas vezes, vemos o Espírito Santo, autor principal
da Sagrada Escritura, atribuir a Deus certas acções, sem mencionar
causas-segundas. Isso não é «uma maneira de dizer» primitiva, mas
sim um modo profundo de afirmar o primado de Deus e o seu senhorio
absoluto sobre a história e sobre o mundo (139) e de ensinar a ter
confiança n'Ele. A oração dos Salmos é, aliás, a grande escola
desta confiança (140).
305.
Jesus reclama um abandono filial à Providência do Pai celeste, que
cuida das mais pequenas necessidades dos seus filhos: «Não vos
inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? Que havemos de beber?
[...] Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos
será dado por acréscimo»
(Mt 6, 31-33)
(141).
A
PROVIDÊNCIA E AS CAUSAS SEGUNDAS
306.
Deus é o Senhor soberano dos seus planos. Mas, para a realização
dos mesmos, serve-Se também do concurso das criaturas. Isto não é
um sinal de fraqueza, mas da grandeza e bondade de Deus omnipotente.
É que Ele não só permite às suas criaturas que existam, mas
confere-lhes a dignidade de agirem por si mesmas, de serem causa e
princípio umas das outras e de cooperarem, assim, na realização do
seu desígnio.
307.
Aos homens, Deus concede mesmo poderem participar livremente na sua
Providência, confiando-lhes a responsabilidade de «submeter» a
terra e dominá-la (142). Assim lhes concede que sejam causas
inteligentes e livres, para completar a obra da criação,
aperfeiçoar a sua harmonia, para o seu bem e o dos seus semelhantes.
Cooperadores muitas vezes inconscientes da vontade divina, os homens
podem entrar deliberadamente no plano divino, pelos seus actos e as
suas orações, como também pelos seus sofrimentos (143). Tornam-se,
então, plenamente «colaboradores de Deus» (1
Cor 3,
9)(144) e do seu Reino(145).
308.
Esta
é uma verdade inseparável da fé em Deus Criador: Deus age em toda
a acção das suas criaturas. É Ele a causa-primeira, que opera nas
e pelas causas-segundas: «É Deus que produz em nós o querer e o
operar, segundo o seu beneplácito» (Fl
2,
13)(146). Longe de diminuir a dignidade da criatura, esta verdade
realça-a. Tirada «do nada» pelo poder, sabedoria e bondade de
Deus, a criatura separada da sua origem, nada pode, porque «a
criatura sem o Criador esvai-se» (147). Muito menos pode atingir o
seu fim último, sem a ajuda da graça (148).
A
PROVIDÊNCIA E O ESCÂNDALO DO MAL
309.
Se
Deus Pai todo-poderoso, Criador do mundo ordenado e bom, tem cuidado
com todas as suas criaturas, porque é que o mal existe? A esta
questão, tão premente como inevitável, tão dolorosa como
misteriosa, não é possível dar uma resposta rápida e
satisfatória. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta
a esta questão: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor
paciente de Deus que vem ao encontro do homem pelas suas alianças,
pela Encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pela
agregação à Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamamento à
vida bem-aventurada, à qual as criaturas livres são de antemão
convidadas a consentir, mas à qual podem, também de antemão,
negar-se, por um mistério terrível. Não
há nenhum pormenor da mensagem cristã que não seja, em parte,
resposta ao problema do mal.
310.
Mas, porque é que Deus não criou um mundo tão perfeito que nenhum
mal pudesse existir nele? No seu poder infinito, Deus podia sempre
ter criado um mundo melhor (149). No entanto, na sua sabedoria e
bondade infinitas, Deus quis livremente criar um mundo «em estado de
caminho» para a perfeição última. Este devir implica, no desígnio
de Deus, juntamente com o aparecimento de certos seres, o
desaparecimento de outros; o mais perfeito, com o menos perfeito; as
construções da natureza, com as suas destruições. Com o bem
físico também existe, pois, o
mal físico, enquanto
a criação não tiver atingido a perfeição (150).
311.
Os
anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar
para o seu último destino por livre escolha e amor preferencial.
Podem, por conseguinte, desviar-se. De facto, pecaram. Foi assim que
entrou no mundo o
mal moral, incomensuravelmente
mais grave que o mal físico. Deus não é, de modo algum, nem
directa nem indirectamente, causa do mal moral (151). No entanto,
permite-o por respeito pela liberdade da sua criatura e
misteriosamente sabe tirar dele o bem:
«Deus
todo-poderoso [...] sendo soberanamente bom, nunca permitiria que
qualquer mal existisse nas suas obras se não fosse suficientemente
poderoso e bom para do próprio mal, fazer surgir o bem» (152).
312.
Assim, com o tempo, é possível descobrir que Deus, na sua
omnipotente Providência, pode tirar um bem das consequências
dum mal (mesmo moral), causado pelas criaturas: «Não, não fostes
vós – diz José a seus irmãos – que me fizestes vir para aqui.
Foi Deus. [...] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus
aproveitou-o para o bem [...] e um povo numeroso foi salvo» (Gn,
45,
8; 50, 20) (153). Do maior mal moral jamais praticado, como foi o
repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos
os homens, Deus, pela superabundância da sua graça (154), tirou o
maior dos bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção. Mas
nem por isso o mal se transforma em bem.
313.
«Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm
8, 28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta verdade:
Assim,
Santa Catarina de Sena diz aos «que se escandalizam e se revoltam
contra o que lhes acontece»: «Tudo procede do amor, tudo está
ordenado para a salvação do homem, e não com nenhum outro fim»
(155).
E
S. Tomás Moro, pouco antes do seu martírio, consola a filha com
estas palavras: «Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo
o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito
bom»(156).
E
Juliana de Norwich: «Compreendi, pois, pela graça de Deus, que era
necessário ater-me firmemente à fé [...] e crer, com não menos
firmeza, que todas as coisas serão para bem [...]». «Thou
shalt see thyself that all manner of thing shall be well» (157).
314.
Nós cremos firmemente que Deus é o Senhor do mundo e da história.
Muitas vezes, porém, os caminhos da sua Providência são-nos
desconhecidos. Só no fim, quando acabar o nosso conhecimento parcial
e virmos Deus «face a face» (1
Cor 13,
12),
é
que nos serão plenamente conhecidos os caminhos pelos quais, mesmo
através do mal e do pecado, Deus terá conduzido a criação ao
repouso desse Sábado
(158)
definitivo,
em vista do qual criou o céu e a terra.
Resumindo:
315.
Na
criação do mundo e do homem, Deus deu o primeiro e universal
testemunho do seu amor omnipotente e da sua sabedoria e fez o
primeiro anúncio do seu «desígnio amoroso», o qual tem como
finalidade a nova criação em Cristo.
316.
Embora a obra da criação seja particularmente atribuída ao Pai, é
igualmente verdade de fé que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
o único e indivisível princípio da criação.
317.
Só
Deus criou o Universo, livremente, directamente, sem qualquer ajuda.
318.
Nenhuma
criatura possui o poder infinito necessário para «criar», no
sentido próprio da palavra: quer dizer; para produzir e dar o ser ao
que de modo algum o possuía (chamar à existência «ex nihilo» a
partir do nada) (159).
319.
Deus
criou o mundo para manifestar e comunicar a sua glória. Que as
criaturas partilhem da sua verdade, da sua bondade e da sua beleza –
eis a glória, para a qual Deus as criou.
320.
Deus,
que criou o universo, mantém-no na existência pelo seu Verbo; «o
Filho tudo sustenta com a sua palavra poderosa» (He 1, 3) e pelo seu
Espírito criador que dá a vida.
321.
A
divina Providência consiste nas disposições pelas quais Deus
conduz, com sabedoria e amor; todas as criaturas, para o seu último
fim.
322.
Cristo convida-nos a abandonarmo-nos filialmente à Providência do
Pai dos céus (160);
o apóstolo São Pedro retoma o seu pensamento ao dizer: «Lançai
sobre Deus toda a vossa inquietação porque Ele vela por vós» (1
Pe 5, 7)(161).
323.
A Providência divina também age pela acção das criaturas. Aos
seres humanos, Deus permite-lhes cooperar livremente com os seus
desígnios.
324.
A
permissão divina do mal físico e do mal moral é um mistério, que
Deus esclarece por seu Filho Jesus Cristo, morto e ressuscitado para
vencer o mal. A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o
mal, se do próprio mal não fizesse sair o bem, por caminhos que só
na vida eterna conheceremos plenamente.
No hay comentarios:
Publicar un comentario