jueves, 6 de diciembre de 2012

De onde viemos

I-A fabulosa árvore genealógica humana
 
 
     Os seres humanos (Homo sapiens) anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo seu comportamento moderno conhecido há apenas cerca de 50 mil anos. A evolução foi longa para chegarmos até aqui.
      É como um quebra-cabeça que vai sendo montado lentamente enquanto são achados fósseis de nossos antepassados. No gráfico abaixo, você confere as peças dessa árvore genealógica humana que abrange nossa evolução desde 5 milhões de anos atrás até o presente.


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      Para entender o gráfico:

• Cada barra colorida representa o intervalo de tempo que se acredita que cada espécie viveu, com base nos fósseis encontrados até agora. As barras pontilhadas indicam os descendentes. Pesquisadores diferentes fazem essas ligações de maneiras distintas, preservando a mesma sequência cronológica.
• Sob o nome de cada espécie, você encontra as áreas em que a maioria dos fósseis foi encontrada.
• Os números em branco dentro das barras coloridas indicam aproximadamente quantos fósseis de indivíduos distintos de cada espécie foram encontrados.
• Como você pode observar, algumas regiões estão vagas, com pouquíssimos indivíduos conhecidos – muitos deles representados apenas por um dente ou fragmento de osso. As conexões evolutivas entre os australopitecos e o Homo erectus, incluindo as relações evolutivas entre as espécies de hominídeos Homo habilis, ergaster e erectus, ainda precisam de muitos esclarecimentos.
• Quatro espécies humanas propostas pela literatura científica - H. floresiensis, H. pekinensis, H. georgicus e H. rhodesiensis – foram omitidos da árvore genealógica.

Hominídeos



       Segundo a taxonomia atual (com base na genética, em vez de características comportamentais), o termo “hominídeo” refere-se aos membros da família Hominidae: pertencem a ela seres humanos atuais, todos os seres humanos ancestrais, os pertencentes ao gênero australopitecos e nossos parentes primatas mais próximos, nomeadamente o chimpanzé o gorila.

Evidências fósseis

       Fósseis de hominídeos são preciosos – não importa o tamanho ou condições. Esqueletos completos são raros em nossos tempos. Dentes, ossos faciais e cranianos são os restos de fósseis mais comuns que sobrevivem ao longo dos séculos. Crânios quase nunca são encontrados intactos, e normalmente são reconstruídos a partir de fragmentos.
       Quando cientistas chegam a conclusões específicas sobre comportamento de nossos antepassados, eles precisam de partes específicas do esqueleto. Por exemplo, a postura agachada ou em pé pode ser interferida a partir da conexão da coluna vertebral com o crânio, enquanto o bipedismo exige análise de ossos da coxa, joelho ou articulações do pé. Já os crânios são usados para investigar a evolução do cérebro dos hominídeos.
 
 

II- Os três maiores mistérios da evolução humana

      Apesar de muitos estudos e teorias já terem sido formulados, ainda há muito debate sobre como exatamente nos tornamos, ao longo de centenas de milhares de anos, a espécie humana que somos hoje. Três questões, em específico, dividem opiniões entre os cientistas e curiosos em geral. Aprenda um pouco mais sobre estes pontos:
 
 
1 – Bipedalismo

       Charles Darwin dizia que os ancestrais do Homo sapiens passaram a caminhar sobre dois membros ao invés de quatro por conveniência: foi uma adaptação para deixar nossas mãos livres para criar ferramentas, o que acelerou a evolução. Essa tese já foi derrubada: hominídeos se tornaram bípedes há mais de 4 milhões de anos, enquanto as ferramentas mais antigas de que se tem registro não passam de 2,6 milhões.
        Ainda não há certeza sobre o motivo real. Alguns defendem que ser bípedes nos fez mais altos, o que é uma vantagem para visualizar presas e predadores. Outros afirmam que andar sobre duas pernas nos fez mais rápidos e hábeis, ampliando o território por onde podíamos nos expandir e instalar. É claro que talvez seja uma mistura de várias razões.

2 – Perda de pelos

 
 
        Mamíferos têm o corpo coberto de pelos por proteção: com maior capacidade de conservar a temperatura corporal, os animais podem se instalar em regiões mais frias e inóspitas. Mas os antecessores do Homo sapiens acabaram fazendo o caminho oposto, e também há mais de uma teoria para o que levou a isso.
       Uma das ideias afirma que foi o contato com a água. Passando mais tempo de vida nadando em lagos ou rios, fomos perdendo a necessidade de tanta pelagem. É por isso que os mamíferos aquáticos (como a baleia, por exemplo) não precisam disso.
        Outra corrente de pensamento, no entanto, defende que a perda dos pelos aconteceu quando os hominídeos deixaram as florestas e passaram a viver também em savanas, onde não há proteção contra os raios solares e poderíamos nos superaquecer. Logo, fomos perdendo a “cobertura”.
Essa teoria parece mais sensata, com um único porém: alguns animais, como leões e zebras, vivem perfeitamente bem e recobertos de pelos nas savanas africanas, onde as temperaturas são sempre altíssimas. O mistério, portanto, continua no ar.

3 – Aumento do cérebro

      Nosso desenvolvimento encefálico, e estamos falando mesmo em aumento do tamanho do cérebro, impulsionou a evolução do Homo sapiens. Neste ponto, nossa distinção dos outros primatas é clara. Enquanto os macacos não podem ter um cérebro muito grande porque as mandíbulas fazem muita força e pressionam o crânio com violência, uma mutação genética teria feito os hominídeos se livrarem deste problema.
      A maioria dos cientistas sempre imaginou que o cérebro humano foi pouco a pouco crescendo e nossa capacidade foi aumentando. Mas há quem pense o contrário: as novas habilidades adquiridas ao longo do tempo é que foram conferindo mais complexidade ao cérebro.
Uma nova adaptação é que incitava um novo desenvolvimento do cérebro, e isso teria acontecido incontáveis vezes ao longo da nossa linha evolutiva.
 
 
III- Os 10 maiores mistérios da evolução humana
 
Teóricos antigos, Charles Darwin, a genética e a ciência moderna ainda não foram capazes de solucionar completamente os mistérios relacionados à nossa evolução.
Existe sólido conhecimento produzido sobre os conceitos de evolução, mas o senso comum ainda desconhece a maior parte deles.
Confira uma lista com dez destes pontos obscuros.
 
10 – Por que não somos mais parecidos com os macacos?

Coloque lado a lado o DNA do homem e o do chimpanzé e você descobrirá que existe uma diferença de pouco mais de 1% entre nós e eles. Até as cadeias de cromossomos de ratos e camundongos, por exemplo, têm menos em comum entre si do que nós e os outros primatas. Apesar disso, somos muito diferentes.
A principal razão para isso é a própria genética. Quando se trata de cadeias de DNA, uma ínfima mudança de ordem pode incorrer em uma grande alteração no fenótipo. Apenas 1% difere entre chimpanzés e humanos, mas estas alterações se espalham por 80% dos nossos cerca de 30 mil genes. Dessa maneira, fica fácil haver duas espécies completamente distintas.
 
9 – Por que nos tornamos bípedes?

Os ancestrais do homem são bípedes há muito mais tempo do que se imagina. Darwin sugeriu que o ser humano passou a caminhar sobre duas pernas com o intuito biológico de deixar as mãos livres para a confecção de ferramentas. Cientistas posteriores, no entanto, derrubaram essa tese ao afirmar que o bipedalismo é 4 milhões de anos mais antigo que as primeiras ferramentas, logo, uma coisa está desvinculada da outra.
Um exame evolutivo mais apurado, feito por vários pesquisadores, mostra que há várias razões para que nós tenhamos deixado de ser quadrúpedes. Em parte, pode haver vínculo com a velha seleção natural, em que os bípedes levavam vantagem entre brigar melhor, economia de energia ao se movimentar, etc. O bipedalismo teria começado em árvores ou outros ambientes em que os quadrúpedes precisam de maior habilidade de locomoção.

8 – Por que o desenvolvimento tecnológico foi tão lento?

Uma descoberta relativamente recente (há cerca de duas décadas), em Afar, na Etiópia, mudou o modo como os cientistas enxergam a evolução dos instrumentos manuais. Lascas de pedra neste local foram datadas de 2,6 milhões de anos, muito mais antigamente do que se imaginava. A nova questão a intrigar os pesquisadores passou a ser o motivo de a revolução tecnológica seguinte levar tanto tempo para acontecer.
Uma das razões foi o lento amadurecimento do sistema nervoso central. Nos dois milhões de anos posteriores ao aparecimento das primeiras ferramentas, o cérebro humano dobrou de volume, atingindo 900 centímetros cúbicos. Entre os ganhos neste aumento, incluem-se as capacidades motoras, o que propiciou a evolução.

7 – Quando desenvolvemos a linguagem?

Anatomicamente falando, o Homo sapiens não foi a única espécie do mundo a ter habilidade para a fala. Os Neandertais tinham língua e estrutruras vocais e respiratórias próprias para a função de se comunicar, e indícios apontam para a existência de fala na espécie há cerca de 500 mil anos. O pontapé inicial da comunicação pode estar por volta desta época.
Apesar de não propriamente falarem, no entanto, hominídeos que teriam vivido na Terra algumas centenas de milhares de anos antes já gesticulavam. Ainda antes da fala em si, seu corpo já apresentava um órgão primitivo que se assemelhava a uma “caixa de voz”, e permitia a emissão de sons altos.

6 – Por que nosso cérebro é tão grande?


Alguns primatas, durante sua linha evolutiva, desenvolveram fortes músculos na mandíbula. Isso amplia a pressão sobre o crânio, inibindo o desenvolvimento físico do cérebro. O ancestral do ser humano, há cerca de dois milhões de anos, tomou o sentido contrário: uma mutação genética favoreceu o crescimento do cérebro.
Pouca gente imagina, mas um cérebro bem desenvolvido é literalmente faminto, ou seja, foi preciso que os hominídeos desenvolvessem uma dieta mais rica em vários nutrientes (derivados da carne, inclusive) para ampliar o próprio potencial.

5 – Por que somos pelados?
 


Uma ideia já levantada para o fato de os hominídeos terem perdido os pelos foi o fato de entrarem mais na água (em rios e lagos). Com a mudança de adaptação à temperatura externa, teríamos perdido a necessidade de tanta “cobertura”. A teoria mais aceita, no entanto, defende que nos livramos dos pelos porque estávamos superaquecendo, e não nos resfriando.
Enquanto nos restringimos a florestas tropicais, onde a temperatura é amena devido à cobertura vegetal, ser peludo não era problema. Mas a partir do momento em que nossos ancestrais passaram a habitar áreas abertas e com a mesma alta temperatura, o único artifício para resfriamento corporal era o suor. Nesta etapa, os pelos se tornaram um entrave evolutivo, e foram pouco a pouco descartados.
 
4 – Como aconteceu nossa diáspora?
 


Já é famosa a postulação de que os hominídeos partiram da África em direção a outras regiões do planeta. Há cerca de 1,8 milhões de anos houve ancestrais na Ásia e há uns 800 mil na Europa, mas estas espécies primitivas foram extintas. O ser humano se expandiu a partir do continente africano há cerca de 65 mil anos, um feito inédito para qualquer espécie animal.
Uma das explicações para a diáspora foi a instabilidade climática que a África vivenciava naquela época. O que estimulou o crescimento populacional foram as conquistas materiais dos hominídeos, tais como o domínio do fogo e tecnologias rudimentares de defesa, transporte e obtenção de alimento. O fato de andar, conforme explicam os cientistas, não era suficiente. Era preciso saber transformar os novos ambientes conquistados.
 
3 – Alguns humanos podem ser “híbridos”
 


A ideia de que todos os humanos de hoje possuem uma genética descendente de um ancestral único parece ser um erro. Estudos recentes mostram que os melanésios (etnia que habita ilhas no Pacífico Sul) têm 7% dos genes derivados do Hominídeo de Denisova, espécie primitiva descoberta recentemente, que teria sido extinta na região onde hoje está a Sibéria, na Rússia.
Isso significa que diferentes espécies ancestrais do homem teriam acasalado entre si, e algumas diferenças de DNA permanecem até hoje. Dessa maneira, a grosso modo, nem todos seríamos completamente Homo sapiens. Mas estas teorias nunca foram completamente confirmadas e ainda enfrentam grande contestação da comunidade científica.
 
2 – Ainda há outros hominídeos vivos hoje?
 


Provavelmente não. Embora haja lendas tais como o “Pé Grande” ou o Iéti (abominável homem das neves), de criaturas que lembram humanos, nada passou perto de ser comprovado. As supostas pegadas do Pé Grande (que habitaria a América do Norte), por exemplo, parecem ter sido simplesmente impressas por ursos, de acordo com pesquisas recentes.
Apesar disso, alguns sinais apontam para a ideia de que certas espécies coexistiram com o Homo sapiens mesmo depois que ele já havia superado os estágios evolutivos e as espécies primitivas “clássicas”, como o Homo erectus, já estavam extintas há muito tempo. Uma delas, o Homo florensis, foi descoberta da Ilha de Flores, na Indonésia, e teria vivido há até 18 mil anos atrás.

1 – Nós matamos os Neandertais?


Aparentemente, a culpa para a extinçao dos Neandertais recai justamente sobre os ancestrais do Homo sapiens moderno. Os Neandertais teriam se instalado há mais de cem mil anos em cavernas da Rocha de Gibraltar, na Espanha, e de lá se espalharam pela Europa e Ásia. Quando chegou a nossa vez de se expandir a partir da África, no entando, teríamos levado doenças que dizimaram pouco a pouco os Neandertais, até sua extinção há cerca de 24 mil anos.
O cérebro deles, conforme apontam os estudos, era de tamanho semelhante ao nosso. O que determinou nossa “vitória” sobre eles na face da Terra, no entanto, teria sido diferentes atribuições da massa cerebral: enquanto eles dedicavam boa parte a habilidades como a visão noturna, nosso cérebro foi programado para tarefas mais versáteis em termos de adaptação. Dessa maneira, eles sucumbiram.
 
 
IV-Como sabemos que houve o Big Bang?
 
 
A Teoria do Big Bang é o modelo científico que explica como o universo chegou a ser como é agora, como ele já foi, e como será no futuro. Mas como é que a ciência pode ter certeza de que o Big Bang aconteceu e vem acontecendo? Que é real? Afinal de contas, ninguém estava lá para ver o Big Bang ocorrer, e ninguém está recriando Big Bangs em laboratório para estudar como ele acontece.
 
  • Prova matemática de que o universo teve um começo

  • Mas não precisamos testemunhar um evento para saber que ele aconteceu; basta examinar os vestígios dele.
    Um caçador, por exemplo, examina o solo em busca de pegadas. Examinando-as, ele descobre de qual animal é, suas características e quanto tempo faz que passou por ali – sem precisar vê-lo. Semelhante coisa fazem os astrofísicos. Eles examinam o céu e encontram as marcas dos eventos passados, marcas que aprendemos a ver e a interpretar no último século, e que nos ajudam a contar a fascinante história do nosso universo.

    Escuridão do céu, à noite – Paradoxo de Olbers

    Esta não é tanto uma prova do Big Bang, quanto uma prova que o universo não pode ser infinito e eterno.
    Se o universo fosse infinito, homogêneo e eterno, então para onde quer que você olhasse, a linha da visão iria encontrar uma estrela. Alguns astrônomos fizeram as contas e chegaram à conclusão de que, se fosse assim, o céu noturno deveria ser tão brilhante quanto a superfície de uma estrela. Só que ele é escuro.
    O Paradoxo de Olbers é o resultado de se assumir premissas falsas: ou o universo não é infinito, ou ele não é eterno, ou ele não é nem eterno, nem infinito.

    O universo está em expansão

    A primeira evidência de que o Big Bang é a explicação mais correta para o universo é a sua expansão. Na década de 1920, os astrônomos começaram a perceber que as nebulosas espirais eram na verdade outras galáxias, e estavam se afastando.
    A conclusão mais lógica é que, se agora as galáxias estão distantes e se afastando, se voltarmos no tempo elas ficarão mais próximas, e quanto mais voltarmos no tempo, mais próximas elas estarão.
    Esta é uma evidência forte do evento. Só que existem alguns cenários (ou hipóteses, se preferir) que podem explicar um universo em expansão, sem incluir um Big Bang. Precisamos de mais evidências.

    A radiação cósmica de fundo

    Se considerarmos que a explicação para a lei de Hubble seja a expansão do universo, qual a consequência imediata disto? Em algum momento do passado, o universo estava extremamente denso e quente. E para onde este calor foi, se é que existiu?
    Em todo o lugar. Depois de bilhões de anos de expansão, a radiação de calor original, que era na faixa do ultravioleta, está deslocada para o vermelho até a faixa do micro-ondas. Esta foi uma descoberta espetacular, por que foi primeiro prevista pela teoria, e depois foi confirmada na prática.
    Com a radiação cósmica de fundo, podemos excluir todas as teorias que não preveem um universo a 3.000K em algum momento no passado.

    Proporção entre elementos simples

    Se estamos prontos a assumir que o universo atingiu a temperatura de 10.000.000.000 K (dez bilhões de graus), então ele deve ter passado por uma fase geral de reações nucleares. O combustível era uma mistura de prótons e nêutrons em equilíbrio a esta temperatura. As cinzas eram principalmente deutério, os dois isótopos de hélio, e o isótopo pesado do lítio.
    Os cálculos mostram que, a partir de pressupostos razoáveis sobre a densidade atual de núcleons (prótons e nêutrons) e o número de famílias de partículas elementares, podemos chegar a uma proporção em que os elementos devem aparecer nas medições. Tal proporção foi comprovada pela observação.
    Esta proporção não pode ser explicada por outras teorias, somente a teoria do Big Bang.

    A razão entre fótons e nucleons

    Existe no universo aproximadamente 1.000 fótons para cada núcleon (próton ou nêutron), e nenhuma antimatéria. A razão disto está na física de alta energia, em como a matéria se comporta em estados de alta energia (e alta temperatura, portanto).
    Antes de avançar nesta evidência, é preciso entender uma coisa: em todas as reações observadas em laboratório, um número idêntico de partículas de energia, matéria e antimatéria é criado ou destruído. Para cada fóton, há uma partícula de matéria, e outra de antimatéria. Não deveria haver esta assimetria de 1000:1:0 entre fótons, matéria e antimatéria.
    A explicação é que quando a matéria está a temperaturas na ordem dos 10^27 K (10 seguido de 27 zeros), os fenômenos que acontecem geram a assimetria observada. Em outras palavras, a assimetria é prova que o universo já teve uma temperatura de 10^27 K.

    Algumas objeções comuns

    É importante sempre questionar a ciência e as suas conclusões, mas o questionamento tem que ser feito de forma racional e lógica. Claro que nem sempre isso acontece. Confira alguns questionamentos irracionais sobre a teoria do Big Bang:
    • O Big Bang é invenção de ateus para negar deus. Na verdade foi um padre católico, o belga Georges Lemaître quem criou a “teoria do ovo primordial”, que acabou sendo chamada de “Big Bang” por Fred Hoyle, um astrofísico ateu.
    • O Big Bang é só uma teoria, não é uma lei. Já vimos isto antes: uma teoria não vira lei, e as teorias da ciência não são “apenas uma teoria”, mas modelos que contam com hipóteses testáveis, fazem previsões, e têm evidências. [O que é uma teoria científica?]
    • Uma explosão na minha carteira não enche ela de dinheiro. O Big Bang, apesar do nome, não foi uma explosão, mas uma expansão do universo. No Big Bang, só se formaram átomos de hidrogênio e hélio, e traços de lítio. Outros átomos se formaram no núcleo de estrelas, e se espalharam quando elas explodiram.
    • Uma explosão não poderia criar um planeta redondinho ou a vida. Verdade. E nenhum cientista afirmou isto. O Big Bang aconteceu há 13,7 bilhões de anos, o planeta Terra se originou entre 4,5 a 5,5 bilhões de anos atrás, e a vida se originou a 3,8 bilhões de anos atrás. Três eventos diferentes, em tempos diferentes.
    • Não dá para acreditar nas teorias da ciência, elas estão sempre mudando. Os cientistas trabalham com evidências. Se as evidências apontarem que eles estão errados, eles vão se corrigir, seja alterando suas teorias, seja abandonando-as em favor de novas teorias. Vimos isto na história da mecânica quântica e também na história da teoria do Big Bang. Por enquanto não há motivo para afirmar que os cientistas estejam errados. [Como surgiu a teoria quântica?]
    • Se o Big Bang está certo, então por que ele não explica o que o originou? Uma teoria não precisa estar completa para estar correta, basta estar correta no que afirma. Por enquanto o Big Bang, apesar de não estar completo, e não explicar de forma satisfatória o tempo de Planck (a primeira fração de segundos do Big Bang), em todo o resto está correto, dentro de uma margem de erro aceitável. [Nova teoria explica o que havia antes do Big Bang]
    • Eu não acredito que o universo todo já foi do tamanho de um átomo ou menor. Quando o infomercial “Quem Somos Nós?” afirmou que a matéria é praticamente espaço vazio, ninguém duvidou. Tudo que a ciência faz é apontar que nas condições de temperatura e pressão do tempo de Planck estes espaços vazios diminuem até sumir. De qualquer forma, não acreditar em alguma coisa não prova que esta coisa seja falsa: isso é uma falácia lógica chamada “argumento da incredulidade”.
    • Nada surge do nada. Pela mecânica quântica, surge. No vácuo do espaço (o “nada absoluto” realmente não pode gerar nada) pululam partículas virtuais que surgem, e em uma fração de tempo minúscula, desaparecem. [Como ter um universo vindo do nada]
    • O cientista fulano de tal provou que o Big Bang não aconteceu, com sua nova teoria. Assim como os cientistas que propõe o Big Bang podem estar errados, os que duvidam da teoria também podem. Por enquanto, a ciência amplamente apoia o Big Bang, pois há décadas de acúmulo de evidências. Até que os especialistas cheguem a um outro consenso, ele continua valendo.
     
    v-Como ter um universo inteiro, do nada
     
     
    O físico teórico Lawrence Krauss já tomou parte em muitos tópicos complicados, da evolução até o estado das políticas científicas, passando pela física quântica e até a ciência em Star Trek. Mas em um de seus livros, ele talvez fale sobre o assunto limite: como nosso universo surgiu do nada sem uma intervenção divina.
    O argumento de que Deus foi o responsável pelo toque inicial, dando vida ao cosmos, vem desde Aristóteles e Tomás de Aquino. Em debates com teólogos, “a questão ‘porque existe algo ao invés de nada’ sempre aparece como ‘inexplicável’ e implica a existência de um criador”, afirma Krauss. “Nós já fomos tão longe, que responder essa pergunta – ou fazer questões similares – virou parte da ciência”.
    Ele comentou essa intrigante questão em uma palestra gravada, em uma conferência da Aliança Ateísta Internacional, em 2009. O vídeo já teve mais de um milhão de visualizações, e incitou Krauss a publicar seu mais novo livro, “A Universe From Nothing”.
    Porque existe algo ao invés de nada? O cientista afirma que essa questão implica uma pesquisa que não está realmente no propósito científico. “O ‘porque’ nunca é realmente um ‘porque’… de verdade, quando dizemos ‘porque’, estamos querendo saber ‘como’”.
    Ok, mas então como temos um universo do nada? Krauss traça uma série de descobertas, desde a teoria geral da relatividade de Einstein até os últimos estudos da energia escura, exemplificando como os cientistas determinaram que os espaços vazios estão preenchidos com energia, na forma de partículas virtuais. Da perspectiva da física quântica, as partículas entram e saem da existência a todo o tempo. Pra Krauss e muitos outros teóricos, o nada é tão instável que ele tem que criado algo: em nosso caso, o universo.
    E ainda mais. Krauss e seus colegas tem a visão de que pode haver uma sucessão infindável de big bangs, criando muitos universos com diferentes parâmetros e leis físicas. Alguns desses volta ao nada imediatamente, enquanto outros – como o nosso – ficam por aí tempo suficiente para dar origem às galáxias, estrelas, planetas e vida. Os cientistas ainda não têm uma forma de testar essa hipótese, mas isso explicaria como temos sorte de estar vivos: ganhamos na loteria cósmica.
    “Alguns dizem ‘Bom, isso é só uma escapatória’”, comenta Krauss. “Mas é uma desculpa menor do que Deus”.

    Positivos e negativos

    O livro de Krauss não é o primeiro a colocar que Deus é desnecessário para a criação do universo.
    Stephen Hawking apresentou um ponto parecido em seu livro “The Grand Design”. O argumento chave é que a energia positiva da matéria é balanceada pela energia negativa do campo gravitacional. Da perspectiva quântica, a energia total do universo é zero e a evidência matemática disso seria o fato do universo ser plano e não esférico. Portanto, a energia do “nada” é conservada, mesmo que “algo” entre na história.
    A ideia de um balanço entre a energia positiva e negativa tem gerado críticas por parte do criacionismo, mas Krauss afirma que o conceito bate com as teorias cosmológicas atuais.
    “Soa como uma fraude, mas não é. Uma vez com a gravidade, o incrível é que você pode começar com zero energia e acabar com diversas coisas, e essas podem ter energia positiva, contanto que você faça o efeito contrário com energia negativa. A gravidade permite que a energia seja negativa”, afirma o cientista.
    Daqui a muito tempo, quando todas as galáxias tiverem expandindo até o fim, e todas as estrelas morrido, os positivos e negativos vão se cancelar, levando nosso universo a voltar à uniformidade do espaço vazio. “O ‘algo’ talvez esteja aqui por um pequeno período de tempo”, afirma Krauss.

    Acentuar o positivo

    Para muitos isso pode soar um tanto suicida. O famoso evolucionista (e um dos ateus mais famosos do mundo) Richard Dawkins afirma o seguinte: “Se você acha que isso é sombrio e pouco entusiasmante, que pena. Realmente não traz conforto”. Mas Krauss não pretende ser um depressor.
    “Meu objetivo não é destruir a religião, apesar de isso ser um efeito colateral interessante. Meu objetivo não é diferente do que o de Charles Darwin com seu livro “A Origem das Espécies”. Meu objetivo é usar essa fascinante questão, que todos fazem, e motivar as pessoas a aprender sobre o universo real”.
    Krauss afirma que a perspectiva científica sobre as origens e o destino do universo oferece uma alternativa válida para o tradicional “consolo” que a religião propõe.
    “Aqui estão estas marcantes leis da natureza que surgiram e produziram tudo que você conhece, algo muito mais interessante do que qualquer conto de fadas”, comenta Krauss. “Nós somos os beneficiários sortudos disso, e deveríamos aproveitar o fato de termos consciência para apreciar o universo. É um acidente fantástico, como temos sorte de ser parte disso! E você pode criar uma ‘teologia’ ao redor disso, se quiser”.
    É claro que Krauss não se refere à teologia no sentido literal, do estudo de Deus, mas em um sentido de atitude com a vida e seus significados (ou falta de). Qual é a sua atitude? Sinta-se livre para expressar sua opinião, mas com respeito.
    Confira a palestra do físico Lawrence Krauss com legendas, em três partes: Parte I, Parte II e a Parte III .
     
     
    VI-Manifesto sobre o criacionismo
     
    Se você ainda está na dúvida se a terra tem 6 mil ou mais de 4 bilhões de anos alguns cientistas que entendem de genética escreveram um manifesto sobre o criacionismo que você tem que ler.
    O Manifesto sobre ciência e criacionismo explica tim-tim por tim-tim — até para os mais burrinhos como eu entenderem — como a mitologia cristã está totalmente equivocada com relação a origem e desenvolvimento da vida na Terra e que questões sobrenaturais devem permanecer na alçada da religião ao invés de permearem as aulas de ciências:
    Curiosamente, algumas dessas versões criacionistas se apresentam ao grande público como produto de “estudos científicos avançados”, como se fossem parte da atividade discutida em congressos científicos em diversos países, no Brasil inclusive. Nessas versões, a Teoria Evolutiva é deturpada, como se pouco ou nenhum trabalho científico tivesse sido efetuado desde sua proposta há mais de 150 anos, demonstrando um total desconhecimento dos milhares de resultados e evidências que consolidam essa Teoria. Alguns raros criacionistas são cientistas produtivos em suas áreas específicas de atuação, que não envolvem pesquisas na área da Evolução Biológica. Mas quando abordam o criacionismo, falam de sua crença particular e não das pesquisas que estudam e publicam. Como perguntas e explicações criacionistas não podem ser testadas pelo método científico, estes pesquisadores estão apenas emitindo uma opinião pessoal e subjetiva, motivada geralmente por uma crença religiosa.
    Cientistas são perguntadores por natureza. Responder que Deus é a causa de algo que a ciência ainda não explica é uma falácia. Se todas as pessoas pensassem assim não teríamos os avanços e confortos que apenas a ciência e tecnologia nos proporcionam. Determinar que Deus é a causa de algum fenômeno que até o momento é desconhecida é o mesmo que deixar de perguntar e de estudar; é parar de avançar.
    Reconhecendo que a divulgação destas ideias criacionistas representa uma deterioração na qualidade do ensino de Ciências, a Sociedade Brasileira de Genética (SBG) vem aqui ratificar que a Evolução Biológica por Seleção Natural é imensamente respaldada pelas evidências e experimentações nas áreas de Genética, Biologia Celular, Bioquímica, Genômica, etc. Além disto, reiteramos que, como qualquer outra Teoria científica, a Evolução Biológica tem sido remodelada com a incorporação de várias novas evidências (incluindo da área de Genética), tornando suas hipóteses e explicações mais complexas e robustas a cada ano, desde a primeira publicação de Charles Darwin em 1859.
    CRIACIONISMO CIENTÍFICO (OU DESIGN INTELIGENTE)
    Não existe qualquer respaldo científico para ideias criacionistas (incluindo o Design Inteligente) (…) Ao lado do respeito à liberdade de crença religiosa, deve ser também observado o respeito à Ciência que tem enfrentado todo tipo de obscurantismo político e religioso, de modo similar às situações vividas por Galileu Galilei e o próprio Charles Darwin.
    No Brasil
    Alguns criacionistas também utilizam o argumento de que a Ciência brasileira é retrógrada (ou “tupiniquim”, como a chamam), afirmando que o criacionismo é “aceito” no exterior, mas a Ciência é unânime em todos os países sobre este assunto, o que pode ser verificado
     

    VII-Vaticano afirma que Teoria da Evolução é compatível com o Criacionismo

        Segundo representantes do Vaticano, a Teoria Evolucionista de Darwin seria compatível com a versão da história de Adão e Eva no Jardim do Éden.
        O Arcebispo Gianfranco Ravasi, chefe do Pontifício Conselho de Cultura, disse que apesar da Igreja ter sido contrária ao evolucionismo, raízes da idéia de Darwin poderiam ser rastreadas até São Tomás de Aquino e Santo Agustinho.
          Segundo o padre Giuseppe Tanzella, Professor de Teologia da Pontifícia Universidade de Santa Cruz, em Roma, São Agustinho nunca usou o termo “evolução”, mas sabia que peixes menores eram comidos pelos maiores e que as formas de vida se transformavam com o passar dos anos. Tomás de Aquino,de acordo com Tanzella, também tinha idéias similares.
          O Vaticano está propondo a idéia do “Design Inteligente”, que tornaria Deus responsável pela complexidade das criaturas e também pela evolução. De acordo com Ravasi, as teorias de Darwin nunca foram propriamente condenadas pela Igreja e o Papa Pio XII teria dito, há 50 anos, que a evolução era uma hipótese válida para entender o desenvolvimento dos humanos.
          Segundo religiosos, os ateístas militantes estão afastando as pessoas das teorias evolucionistas usando-as para atacar a religião, enquanto já está na hora dos criacionistas perceberem as evidências da evolução.
           Agora como, exatamente, Adão e Eva, a serpente, e a Evolução podem caminhar juntos, ainda não foi explicado. 
     
    VIII-Teria Darwin plagiado Wallace na Teoria da Evolução?
     
     
         Nas últimas quatro décadas, Charles Darwin tem sido acusado de ter guardado o trabalho de seu colega naturalista Alfred Russel Wallace por quinze dias, impedindo-o de revisar os elementos de sua teoria da evolução. Darwin então pode anunciar a sua teoria da evolução pela seleção natural, em 1858.
          Mas, apenas recentemente, dois pesquisadores, o historiador John van Wyhe e o colaborador Kees Rookmaaker, reconstruíram a rota feita pela carta de Wallace para Darwin, descobrindo evidências de que o primeiro a enviou um mês depois do que os historiadores imaginavam. Isso limparia Darwin das acusações que vinha sofrendo.
    A controvérsia
          Alfred Russel Wallace, o naturalista que passou oito anos em Singapura e no sudeste da Ásia entre 1854 e 1862, descobriu a evolução pela seleção natural independentemente de Charles Darwin. Wallace teve um momento “eureca” quando vivia na ilha de Ternate, na Indonésia. Ele escreveu suas ideias em um trabalho enviado em 1858 para Charles Darwin, para que ele o repassasse até o geólogo Charles Lyell. Os acusadores dizem que Darwin segurou o trabalho por 15 dias, mentindo sobre a data de recebimento, para que ele próprio revisasse as ideias de Wallace.
         O trabalho de Wallace foi publicado junto com o de Darwin, em 1858, e marca a primeira publicação da teoria da evolução, que depois resultou em uma das maiores revoluções na história da ciência.
     
    Como o mistério começou
     
          Em 1972, um pesquisador descobriu outra carta de Wallace, para um amigo chamado Bates, enviada em março de 1858, da ilha de Ternate. A carta ainda guarda os selos de Singapura e Londres, que revela a chegada da carta na capital inglesa em três de junho de 1858 – duas semanas antes da data que Darwin afirma ter recebido o trabalho de Wallace. Assim começa o mistério – como duas cartas de Wallace, que viajaram juntas no mesmo caminho, chegaram em datas distintas? Isso deu asas a várias teorias, incluindo a que afirma que o famoso cientista guardou o trabalho de Wallace durante as duas semanas.
           Mas Darwin recebeu a carta quando disse, ou não?
           “No começo eu assumi que era impossível resolver esse mistério, já que muitos historiadores já haviam se debruçado sobre ele antes. Mas me ocorreu que não existe evidência contemporânea da data que Wallace enviou o trabalho para Darwin, apenas que ele o enviou logo após escrevê-lo, em fevereiro. Isso sugere que o envio aconteceu em março de 1858. Mas isso é apenas uma lembrança, que não serve como evidência. A outra diz que Darwin recebeu o trabalho em 18 de junho de 1858, e parece mais confiável. Então me ocorreu de traçar o caminho da carta a partir de Darwin, e não Wallace”, comenta van Wyhe.
           O pesquisador descobriu que um carregamento havia chego à Inglaterra no dia 16, com cartas da Índia e do Sudeste da Ásia. Isso com certeza não era uma coincidência – a carta de Wallace tinha que estar naquele navio. Ele, e seu colaborador, Kees Rookmaaker, checaram o caminho do barco, que passou por vários países.
           “Eventualmente, o caminho do correio foi completo. E nós ficamos espantados em saber que Wallace havia enviado a carta em abril, e não em maio, como muitos pensavam”, comenta van Wyhe.
           “Primeiro de tudo, nós sabemos que Wallace estava respondendo uma carta de Darwin enviada antes, e que essa chegou à Ternate em março. Isso revela que ele nunca respondeu a uma carta no mesmo carregamento que a levou. Aparentemente, o tempo intermediário foi muito pequeno. Por isso, há razões para duvidar que Wallace tivesse enviado a famosa carta em março, como se pensava”, afirma.
     
    IX-Pessoas não acreditam na teoria da evolução por medo
     
     
    Para a maioria dos cientistas, biólogos, mestres e doutores, a evolução foi a força motora que criou a vida na Terra e o homem em sua forma atual. As evidências da evolução são, no campo da ciência, muito fortes.
    Porém, uma pesquisa americana de 2007 descobriu que a população não pensa assim. 44% dos que responderam a enquete afirmaram acreditar que Deus criou o homem na sua forma atual (criacionismo puro) e 44% disseram que acreditavam que foi Deus quem guiou a evolução humana (design inteligente).
    Agora, um estudo da Universidade de Amsterdã oferece pistas fascinantes que podem explicar por que algumas pessoas rejeitam a evolução.
    O estudo incluiu 140 estudantes divididos em duas categorias. Com os estudantes da primeira categoria, foi feito apenas um questionário. A segunda categoria teve que participar de um jogo onde tiveram que recordar uma situação passada que ameaçou suas vidas sobre a qual eles não tinham controle. Depois, tiveram que dar três razões porque o futuro é incontrolável.
    O resultado da pesquisa apontou que, enquanto algumas pessoas não acreditam na evolução por motivos religiosos, o fator determinante para muitas outras pessoas negarem a teoria da evolução parece ser o medo da aleatoriedade e das circunstâncias descontroladas.
    Todos os alunos também foram convidados a escolher qual teoria da evolução eles sentiam que era mais válida entre as três mais populares: a evolução tradicional, que é a teoria padrão da evolução, e que destaca que a seleção natural é geralmente um processo aleatório em que as características imprevisíveis do ambiente natural determinam os resultados; o plano inteligente, uma teoria baseada na religião, que diz que a evolução foi guiada por uma divindade, e não por processos aleatórios; e uma nova teoria da evolução não-aleatória, uma visão da evolução pela seleção natural, que descreve como a evolução da vida não é aleatória, mas ordenada e previsível, descrita em 2006 pelo paleontólogo Simon Conway Morris.
    Os voluntários não-condicionados (aqueles da primeira categoria), em sua maioria, preferiram a tradicional teoria da evolução. Já os voluntários da segunda categoria, que tinham o tema da incerteza em suas vidas fresco em suas mentes, foram 15% mais propensos a escolher o design inteligente, e 25% mais propensos a apoiar uma teoria não-religiosa da evolução ordenada.
    A Teoria da Evolução de Darwin como a representação de um processo ordenado e previsível (teoria 3) reduziu a necessidade de reforçar a crença em um agente sobrenatural. Em outras palavras, o aumento da crença religiosa é anulado quando há outras opções para “restaurar a ordem”.
    Assim, dizem os pesquisadores, talvez a resistência à teoria da evolução baseie-se menos nas crenças religiosas das pessoas e muito mais em um medo da condição humana da incerteza.
    O debate sobre evolução determina uma série de medidas, incluindo o currículo de escolas públicas, concessões de pesquisa para faculdades, e outras.
    Esse estudo, ao determinar que parte do bloqueio mental para a evolução está na incerteza, pode ajudar universitários e professores de escolas públicas a apresentarem a teoria da evolução de uma forma menos ameaçadora e, finalmente, convencer o público cético desta ideia que a maioria dos cientistas profissionais acredita, suportados por evidências conclusivas.
     
    X-A evolução do RNA para DNA deve ter acontecido no gelo
     
     
     
    Pesquisadores estão tentando entender como a vida deu um salto do RNA para o DNA, e como ele adicionou uma gama de proteção e sustentação de compostos orgânicos ao longo dessa evolução. A resposta pode estar em um conceito pouco conhecido – o de que o RNA pode agir como uma enzima.
    O estudo também demonstrou que as bases do RNA monomérico podem se formar em condições semelhantes às de uma Terra pré-histórica. Essas bases individuais, flutuando em um ambiente aquático, podem se juntar e formar cadeias.
    Quando ao conceito do RNA como enzima, a comunidade bioquímica considera que o RNA age como enzima para produzir as proteínas do nosso corpo (chamadas “ribozima”). Assim, não é preciso muita lógica pensar que as enzimas do RNA, apesar de sua menor aptidão catalítica, poderiam lentamente gerar açúcares, proteínas, fosfolipídios e outras macromoléculas chaves. Na verdade, uma série de enzimas de RNA que gera vários tipos de molécula orgânica foi descoberta – incluindo enzimas para realizar auto-replicação das próprias enzimas.
    Uma questão crítica que ficou sem resposta, porém, foi a forma como que a antiga enzima de RNA poderia ter sobrevivido. O RNA, naturalmente, passa por reações de hidrólise em água que pode quebrar suas cadeias. Embora ocorrendo em uma taxa baixa, o grande número de ligações fosfodiéster em uma longa cadeia de RNA torna praticamente inevitável que a molécula de RNA se quebre em dias, ou meses. De que forma os antigos RNAs escaparam da destruição, então?
    Os pesquisadores fizeram experimentos para tentar decifrar esse enigma. Eles colocaram o RNA dentro de bolsões de líquido de arrefecimento a água, presos em gelo, e descobriram que as enzimas RNA funcionavam e, ao mesmo tempo, escapavam da degradação. O problema é que com a temperatura mais fria, a barreira de energia é provavelmente demasiado elevada para a hidrólise não catalisada das ligações fosfodiéster que ocorreriam – e que garantiriam a existência do RNA. Mas com íons suficientes, a enzima RNA poderia diminuir a barreira de energia e não só sobreviver como se auto-replicar.
    Assim, a origem da vida na Terra não poderia ter sido em um mar profundo de ventilação ou em mar aberto, mas em uma poça de lama fria nos pólos norte ou sul, que continha uma mistura de água e subprodutos orgânicos de carbono libertado da crosta terrestre.
    Ao longo do tempo esta forma de vida poderia ter construído um arsenal de produtos químicos úteis. A evolução mais crítica teria sido a criação de uma bicamada de fosfolipídios de proteção, a criação de enzimas de proteína para oferecer catálise mais rápida e, por último, a mudança para o DNA quimicamente mais estável. Depois disso, essa forma estaria pronta para arriscar climas mais quentes, sobreviver e se reproduzir, bem como captar a energia do sol para correção de energia nas moléculas à base de carbono.
    Essa é apenas uma teoria, que talvez nunca seja totalmente provada. Porém, os cientistas a consideram um avanço por ter fornecido uma explicação plausível de como a vida poderia ter evoluído a partir de compostos de carbono a um complexo sistema de vida.
     
     
    XI- Evolução: animais partiram da água salgada para a doce muito rápido
    
     
    Segundo uma nova pesquisa, os primeiros animais da Terra evoluíram não muito tempo depois de conquistarem os mares.
    Os pesquisadores estudaram fósseis no leste da Califórnia, EUA, sendo que alguns foram depositados em um mar salgado e outras peças em um rio. Nas camadas de água doce, os paleontólogos encontraram marcas de tocas em forma de U, nas quais duas espécies de vermes viveram.
    Pedras perto da fronteira entre Califórnia e Nevada preservam vestígios dos pequenos vermes, que ficaram esmagados na lama do rio cerca de 530 milhões de anos atrás. Isso é cerca de 80 milhões de anos antes de outros fósseis de animais de água doce, e não muito tempo depois da primeira aparição de formas diversas de animais em ambientes marinhos.
    O trabalho australiano mostra que os animais cruzaram essa barreira fisiológica muito cedo. Segundo os paleontólogos, a alteração dos níveis de salinidade pode ter tornado o verme resistente, de forma que ele evoluiu (de viver no oceano) para viver em rios e lagos.
    Os pesquisadores acreditam que os animais fizeram um caminho pelo mar através da água salobra (que tem mais sais dissolvidos que a água doce, e menos que a água do mar) até a água doce no momento em que as rochas se formaram.
    Se sim, ambientes de água doce eram lugares bastante hospitaleiros para viver no início da história dos animais – um tempo bem antes das plantas colonizarem a área terrestre, cerca de 450 milhões de anos atrás, o que alguns cientistas acham que foi uma etapa crucial na estabilização de paisagens em rios o suficiente para animais se desenvolverem ali.
    Como a maior parte do mundo é coberta por oceanos, seria de se esperar que grande parte dos fósseis fosse marinha, o que essa pesquisa prova que não é verdade. Os paleontólogos acreditam que os cientistas vão começar a procurar cada vez mais provas para esta etapa de transição para a água doce na história dos animais.
    Porém, nem todos os estudiosos estão convencidos da nova descoberta. Segundo eles, saber se as rochas estavam realmente depositadas em um rio, e não no mar ou ao longo da costa, é difícil. Um estudo publicado no início deste ano, por exemplo, argumenta que as rochas podem ter ficado muito perto da costa e, portanto, foram inundadas com água doce e água salgada
     
     
    
    
    

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