martes, 25 de octubre de 2011

Nova Vulgata ou Neo Vulgata















http://www.vatican.va/archive/bible/nova_vulgata/documents/nova-vulgata_index_lt.html



1
1 In principio creavit Deus caelum et terram.




2 Terra autem erat inanis et vacua, et tenebrae super faciem abyssi, et spiritus Dei ferebatur super aquas.




3 Dixitque Deus: “Fiat lux”. Et facta est lux.




4 Et vidit Deus lucem quod esset bona et divisit Deus lucem ac tenebras.




5 Appellavitque Deus lucem Diem et tenebras Noctem. Factumque est vespere et mane, dies unus.




6 Dixit quoque Deus: “Fiat firmamentum in medio aquarum et dividat aquas ab aquis”.




7 Et fecit Deus firmamentum divisitque aquas, quae erant sub firmamento, ab his, quae erant super firmamentum. Et factum est ita.






8 Vocavitque Deus firmamentum Caelum. Et factum est vespere et mane, dies secundus.






9 Dixit vero Deus: “Congregentur aquae, quae sub caelo sunt, in locum unum, et appareat arida”. Factumque est ita.






10 Et vocavit Deus aridam Terram congregationesque aquarum appellavit Maria. Et vidit Deus quod esset bonum.






11 Et ait Deus: “Germinet terra herbam virentem et herbam facientem semen et lignum pomiferum faciens fructum iuxta genus suum, cuius semen in semetipso sit super terram”. Et factum est ita.



1-http://www.vatican.va/archive/bible/nova_vulgata/documents/nova-vulgata_vt_genesis_lt.html

Gênesis, 1

1.
No princípio, Deus criou o céu e a terra.
2.
A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.
3.
Deus disse: “Faça-se a luz”! E a luz se fez.
4.
Deus viu que a luz era boa. Deus separou a luz das trevas.
5.
À luz Deus chamou “dia” e às trevas chamou “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: o primeiro dia.
6.
Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras”.
7.
E Deus fez o firmamento. Separou as águas debaixo do firmamento, das águas acima do firmamento. E assim se fez.
8.
Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: o segundo dia.
9.
Deus disse: “Juntem-se num único lugar as águas que estão debaixo do céu, para que apareça o solo firme”. E assim se fez.
10.
Ao solo firme Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom.
11.
Deus disse: “A terra faça brotar vegetação: plantas, que dêem semente, e árvores frutíferas, que dêem fruto sobre a terra, tendo em si a semente de sua espécie”. E assim se fez.





Gênesis, 1 ( Septuaginta –A.T.)




Gênesis 1:1
(Transliteração)
[] Εν αρχη εποιησεν ο Θεος τον ουρανον και την γην.
en arch epoihsen o qeoV ton ouranon kai thn ghn



Gênesis 1:2
Η δε γη ητο αμορφος και ερημος· και σκοτος επι του προσωπου της αβυσσου. Και πνευμα Θεου εφερετο επι της επιφανειας των υδατων.
h de gh hn aoratoV kai akataskeuastoV kai skotoV epanw thV abussou kai pneuma qeou epefereto epanw tou udatoV




Gênesis 1:3
[] Και ειπεν ο Θεος, Γενηθητω φως· και εγεινε φως
kai eipen o qeoV genhqhtw fwV kai egeneto fwV ·


Gênesis 1:4
και ειδεν ο Θεος το φως οτι ητο καλον· και διεχωρισεν ο Θεος το φως απο του σκοτους
kai eiden o qeoV to fwV oti kalon kai diecwrisen o qeoV ana meson tou fwtoV kai ana meson tou skotouV ·


Gênesis 1:5
και εκαλεσεν ο Θεος το φως, Ημεραν· το δε σκοτος εκαλεσε, Νυκτα. Και εγεινεν εσπερα και εγεινε πρωι, ημερα πρωτη.
kai ekalesen o qeoV to fwV hmeran kai to skotoV ekalesen nukta kai egeneto espera kai egeneto prwi hmera mia


Gênesis 1:6
[] Και ειπεν ο Θεος, Γενηθητω στερεωμα αναμεσον των υδατων, και ας διαχωριζη υδατα απο υδατων.
kai eipen o qeoV genhqhtw sterewma en mesw tou udatoV kai estw diacwrizon ana meson udatoV kai udatoV kai egeneto outwV


Gênesis 1:7
Και εποιησεν ο Θεος το στερεωμα, και διεχωρισε τα υδατα τα υποκατωθεν του στερεωματος απο των υδατων των επανωθεν του στερεωματος. Και εγεινεν ουτω.
kai epoihsen o qeoV to sterewma kai diecwrisen o qeoV ana meson tou udatoV o hn upokatw tou sterewmatoV kai ana meson tou udatoV tou epanw tou sterewmatoV


Gênesis 1:8
Και εκαλεσεν ο Θεος το στερεωμα, Ουρανον. Και εγεινεν εσπερα και εγεινε πρωι, ημερα δευτερα.
kai ekalesen o qeoV to sterewma ouranon kai eiden o qeoV oti kalon kai egeneto espera kai egeneto prwi hmera deutera


Gênesis 1:9
[] Και ειπεν ο Θεος, Ας συναχθωσι τα υδατα τα υποκατω του ουρανου εις τοπον ενα, και ας φανη η ξηρα. Και εγεινεν ουτω.
kai eipen o qeoV sunacqhtw to udwr to upokatw tou ouranou eiV sunagwghn mian kai ofqhtw h xhra kai egeneto outwV kai sunhcqh to udwr to upokatw tou ouranou eiV taV sunagwgaV autwn kai wfqh h xhra


Gênesis 1:10





Gênesis 1:11
Και εκαλεσεν ο Θεος την ξηραν, γην· και το συναγμα των υδατων εκαλεσε, Θαλασσας· και ειδεν ο Θεος οτι ητο καλον.
kai ekalesen o qeoV thn xhran ghn kai ta susthmata twn udatwn ekalesen qalassaV kai eiden o qeoV oti kalon

Και ειπεν ο Θεος, Ας βλαστηση η γη χλωρον χορτον, χορτον καμνοντα σπορον, και δενδρον καρπιμον καμνον καρπον κατα το ειδος αυτου, του οποιου το σπερμα να ηναι εν αυτω επι της γης. Και εγεινεν ουτω.


11.
kai eipen o qeoV blasthsatw h gh botanhn cortou
speiron sperma kata genoV kai kaq' omoiothta kai xulon karpimon
poioun
 karpon ou to sperma autou en autw kata genoV epi thV ghV kai egeneto outwV




Liber Genesis, 1 (Neo Vulgata Latina)

1.
In principio creavit Deus caelum et terram.
2.
Terra autem erat inanis et vacua, et tenebrae super faciem abyssi, et spiritus Dei ferebatur super aquas.
3.
Dixitque Deus: “Fiat lux”. Et facta est lux.
4.
Et vidit Deus lucem quod esset bona et divisit Deus lucem ac tenebras.
5.
Appellavitque Deus lucem Diem et tenebras Noctem. Factumque est vespere et mane, dies unus.
6.
Dixit quoque Deus: “Fiat firmamentum in medio aquarum et dividat aquas ab aquis”.
7.
Et fecit Deus firmamentum divisitque aquas, quae erant sub firmamento, ab his, quae erant super firmamentum. Et factum est ita.
8.
Vocavitque Deus firmamentum Caelum. Et factum est vespere et mane, dies secundus.
9.
Dixit vero Deus: “Congregentur aquae, quae sub caelo sunt, in locum unum, et appareat arida”. Factumque est ita.
10.
Et vocavit Deus aridam Terram congregationesque aquarum appellavit Maria. Et vidit Deus quod esset bonum.
11.
Et ait Deus: “Germinet terra herbam virentem et herbam facientem semen et lignum pomiferum faciens fructum iuxta genus suum, cuius semen in semetipso sit super terram”. Et factum est ita.





2-http://www.bibliacatolica.com.br/







Traduções da Bíblia - Indíce Temático



    I- Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria.

      Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande.

      A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.

      A Septuaginta foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.

       A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma seguem o cânone judaico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei Jaime em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha.

       A Septuaginta foi tida em alta conta nos tempos antigos. Fílon de Alexandria e Flávio Josefo consideravam-na divinamente inspirada. Além das traduções latinas antigas, a LXX também foi a base para as versões em eslavo eclesiástico, para a Héxapla de Orígenes (parte) e para as versões armênia, georgiana e copta do Antigo testamento. De grande significado para muitos cristãos e estudiosos da Bíblia, é citada no Novo Testamento e pelos Padres da Igreja. Muito embora judeus não usassem a LXX desde o século II AD recentes estudos acadêmicos troxeram um novo interesse sobre o tema nos estudos judaicos. Alguns dos pergaminhos do Mar Morto sugerem que o texto hebraico pode ter tido outras fontes que não apenas aquelas que formaram o texto massorético. Em vários casos, estes novos textos encontrados estão de acordo com a LXX. Os mais antigos códices da LXX (Vaticanus e Sinaiticus) datam do século IV AD.

Controvérsia


Contra




      Há controvérsia quanto à veracidade de que a Septuaginta tenha mesmo existido como uma versão pré-cristã do Velho Testamento em grego, pois segundo alguns estudiosos nunca foi encontrada nenhuma versão do Velho Testamento em grego datando antes de Orígenes (185 — 253 d.C).[1] O Dr. H. D. Williams, vice-presidente da Dean Burgon Society[2] publicou um estudo detalhado, no qual defende que a Septuaginta nunca existiu e não passa de um mito.[3]

       Mesmo Dr. Jones e Dr. Silva, defensores da Septuaginta e escritores do prominente livro Invitation to Septuagint (Convite à Septuaginta), expressam, em duas ocasiões, a fragilidade que cerca o assunto:[4]

a) "The reader is cautioned, therefore, that there is really no such thing as the Septuagint" (O leitor é advertido, portanto, que na verdade não existe uma 'Septuaginta')

b) "Strictly speaking, there is no such thing as the Septuagint. This may seem like an odd statement in a book entitled Invitation to the Septuagint, but unless the reader appreciates the fluidity and ambiguity of the term, he or she will quickly become confused by the literature." (Estritamente falando, não existe uma 'Septuaginta'. Esta parece até uma declaração estranha num livro chamado Convite à Septuaginta, mas a menos que o leitor compreenda a fluidade e ambiguidade do termo, ele ou ela irá se confundir rapidamente pela literatura.).

Pró Septuaginta




      Vários estudos atestam que os Apóstolos e Evangelistas usaram a Septuaginta, a Sociedade Bíblica do Brasil afirma que "pois, como se sabe muitas citações (e alusões) do Antigo Testamento no Novo Testamento procedem diretamente da clássica versão grega".[5] E que das 350 citações que o Novo Testamento faz do Velho Testamento, pelo menos 300 provêm da versão grega.[5]

        Exemplos de trechos referentes a Septuaginta podem ser encontrados no Evangelho segundo Mateus, por exemplo, onde Jesus em resposta ao diabo diz:[5]

"Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." Mt 4, 4.

      Jesus referiu-se a Deuteronômio 8,3, onde é usada é "da boca do Senhor" enquanto a Septuaginta traz "da boca de Deus".[5]

Criação do texto




     De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, sábios judeus traduziram a Torah para o grego koiné no séc. III a.C.[6] Outros livros foram traduzidos ao longo dos dois séculos seguintes. Não é claro quando ou onde cada tradução foi realizada. Alguns livros podem inclusive ter sido traduzidos mais de uma vez, configurando diferentes versões e posteriormente revisados.[7] A qualidade e o estilo dos diferentes tradutores também variavam consideravelmente de livro a livro, indo da tradução literal, à de paráfrase e à interpretativa. De acordo com a avaliação de um estudioso "o Pentateuco foi razoavelmente bem traduzido, mas o resto dos livros, especialmente os poéticos, foram em geral mal feitos e contém mesmo alguns absurdos".[8]

      A medida que o trabalho de tradução gradualmente progredia e novos livros eram adicionados à coleção, a abrangência da Bíblia grega passou a ficar um tanto indefinida. O Pentateuco sempre manteve a sua preeminencia como a base do Cânon, mas a coleção de livros proféticos (a partir dos quais os Neviim foram selecionados) teve sua composição alterada por ter vários escritos hagiográficos nele incorporados. Alguns dos escritos mais recentes, os chamados anagignoskomena, em grego, não estão incluídos no Cânon judaico. Dentre estes livros estão os Livros dos Macabeus e o Eclesiástico. Além disso, a versão da LXX de algumas obras, como o Livro de Daniel e o Livro de Ester, são mais longos do que aqueles encontrados no texto massorético.[9] Alguns livros posteriores, como o Livro da Sabedoria, II Macabeus, entre outros, aparentemente já foram compostos em grego e não em hebraico.[10]

      A autoridade do grupo mais extenso de "escritos", a partir dos quais se formou o ketuvim, ainda não havia sido determinada, apesar de que algum tipo de processo seletivo deve ter sido empregado, uma vez que a LXX não inclui outros documentos judaicos bem conhecidos como o Livro de Enoque, o Livro dos Jubileus e outros escritos que atualmente são parte da Pseudepigrafia. Não é sabido quais foram os critérios usados para determinar o conteúdo da LXX além da "Lei e dos Profetas", expressão usada muitas vezes no Novo Testamento.

 


Nome e designação


  

     A Septuaginta tem seu nome vindo do latim Interpretatio septuaginta virorum (em grego: ἡ μετάφρασις τῶν ἑβδομήκοντα, transl. hē metáphrasis tōn hebdomēkonta), "tradução dos setenta intérpretes". A palavra septuaginta,[11] acrescenta mais detalhes: "No entanto, não foi até o tempo de Agostinho de Hipona (354-430 dC) que a tradução grega das escrituras judaicas veio a ser chamado pela septuaginta termo latino [70 ao invés de 72]. Em sua Cidade de Deus 18,42, enquanto repetindo a história de Aristeu com enfeites típicos, Agostinho acrescenta o comentário: "É a tradução que agora se tornou tradicional para chamar a Septuaginta" ... [Latin omitido] ... Agostinho, portanto, indica que este nome para a tradução grega das escrituras foi um desenvolvimento recente. Mas ele não oferece nenhuma pista sobre quais os possíveis antecedentes levou a este desenvolvimento: Predefinição: Bibleverse, [Antiguidades 12,57, 12,86] Josefo, ou de uma elisão. ... Este nome Septuaginta parece ter sido desenvolvido do quarto para o quinto século. "[11].".[12]

      O título latino se refere ao relato legendário contido na pseudepigráfica Carta de Aristeias em que o rei do Egito Ptolomeu II Filadelfo pede a setenta e dois sábios judeus que traduzam a Torah para o grego, com o fim de incluí-la na Biblioteca de Alexandria.[13]

       Uma versão posterior da lenda, narrada por Fílon de Alexandria, afirma que apesar de os tradutores terem sido mantidos em salas separadas, todos eles produziram versões idênticas do texto em setenta e dois dias. Apesar desse relato ser historicamente implausível, sua redação traz à tona e desejo dos sábios judeus da época de apresentar a tradução como divinamente inspirada.[13] Uma versão desta lenda é encontrada no Tratado Megillah do Talmude Babilônico (páginas 9a-9b), que identifica especificamente quinze traduções pouco usuais feitas por eruditos. Somente duas dessas traduções são encontradas no texto da LXX que chegou até nós.

 


Edições impressas




      Todas as edições impressas da Septuaginta são derivadas de três antigas cópias.


Referências


  1. The Christian's handbook of manuscript evidence, 1997, Dr. Peter S. Ruckman
  2. Dean Burgon Society [1]
  3. Expondo a Farsa da Septuaginta, [2]
  4. Invitation to Septuagint, 2000, Dr. Jones and Dr. Silva
  5. a b c d Lima, Alessandro Ricardo. O Cânon Bíblico: A Origem da Lista dos Livros Sagrados (em português). 1ª ed. Brasília: [s.n.], 2007. 125 p. pp. 22. ISBN Página visitada em 26/02/11
  6. Josephus, Flavius, Antiquities of the Jews, 12.2.11-15; Whiston, William; The Complete Works of Josephus; Hendrickson Publishers, (Nashville, Tennessee, 1987); ISBN 0-913573-86-8
  7. Joel Kalvesmaki, The Septuagint
  8. Sir Godfrey Driver, Introduction to the Old Testament of the New English Bible (1970)
  9. Rick Grant Jones, Various Religious Topics, "Books of the Septuagint," (Accessed 2006.9.5).
  10. Ver Livros da Bíblia
  11. The Canon Debate, McDonald & Sanders editors, chapter by Sundberg, page 72
  12. significa "setenta" em latim (daí a abreviação LXX)
  13. a b Jennifer M. Dines, The Septuagint, Michael A. Knibb, Ed., London: T&T Clark, 2004
  14. Joseph Ziegler, "Der griechische Dodekepropheton-Text der Complutenser Polyglotte," Biblica 25:297-310, cited in Würthwein. Apud en:Septuagint;













































  II-   Vulgata é a forma latina abreviada de vulgata editio ou vulgata versio ou vulgata lectio, respectivamente "edição, tradução ou leitura de divulgação popular" - a versão mais difundida (ou mais aceita como autêntica) de um texto.

      No sentido corrente, Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerónimo, a pedido do Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Católica e ainda é muito respeitada.

      Nos seus primeiros séculos, a Igreja serviu-se sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de séculos seguintes.

      No século IV, a situação já havia mudado, e é então que o importante biblista São Jerónimo traduz pelo menos o Antigo Testamento para o latim e revê a Vetus Latina.

       A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos a única, versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta. [carece de fontes?] No Novo Testamento, São Jerônimo selecionou e revisou textos. Ele inicialmente não considerou canônicos os sete livros, chamados por católicos e ortodoxos de deuterocanônicos. Porém, seus trabalhos posteriores mostram sua mudança de conceito, pelo menos a respeito dos livros de Judite, Sabedoria de Salomão e o Eclesiástico (ou Sabedoria de Sirac), conforme atestamos em suas últimas cartas a Rufino. Chama-se, pois, Vulgata a esta versão latina da Bíblia que foi usada pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções.

O nome vem da expressão vulgata versio, isto é "versão de divulgação para o povo", e foi escrita em um latim cotidiano, usado na distinção consciente ao latim elegante de Cícero, do qual Jerônimo era um mestre.

       A denominação Vulgata consolidou-se na primeira metade do século XVI, sobretudo a partir da edição da Bíblia de 1532, tendo sido definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546. O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, o qual foi oficializado como a Bíblia oficial da Igreja e ficou conhecido como Vulgata Clementina.

       Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata e ficou estabelecida como a nova Bíblia oficial da Igreja Católica .



Prólogos da Vulgata




      Além do texto bíblico da Vulgata, ela contém prólogos dos quais a maioria foi escrita por Jerônimo. Esses prólogos são escritos críticos e não eram destinados ao público em geral.

       O tema recorrente dos prólogos se refere à primazia do texto hebraico sobre os textos da Septuaginta (LXX), em grego koiné.

       Entre os mais notáveis prólogos se destaca o Prologus Galeatus, no qual Jerônimo descreve um Cânon bíblico judaico composto de 22 livros. Independentemente disto, Jerônimo traduziu e incluiu no Antigo Testamento da Vulgata os livros Deuterocanônicos.

        O prólogo Primum Quaeritur, de autoria desconhecida, defende a autoria paulina para a carta aos Hebreus.





    III-  Vetus Latina foi o nome comumente dado aos textos bíblicos traduzidos para o latim antes da tradução de São Jerônimo, conhecida como Vulgata.

       Vetus Latina é uma expressão em latim que significa "Latim Antigo".

       Com a pregação do cristianismo por todo Império Romano, houve a necessidade de se traduzir os escritos bíblicos para os cristãos que não liam o grego ou o hebraico.

        Acredita-se que esta tradução dos escritos bíblicos seja do início do século I, e que foram realizadas por tradutores informais.

Texto




Uma página do Codex Vercellensis, um exemplo da Vetus Latina. Este manuscrito contém o Evangelho de São João, 16,23-30.



      Não existiu nenhuma Bíblia "Vetus Latina" como uma coleção de manuscritos bíblicos traduzidos para o Latim que precedeu a Vulgata de São Jerônimo.

Depois de comparar a leitura de Lucas 24,4-5 nos manuscritos da Vetus Latina, Bruce Metzger contou "não menos que 27 variações!".

      A estas traduções precedentes, muitos estudiosos adicionam freqüentemente citações das passagens bíblicas que aparecem nos escritos dos Pais da Igreja Latina. Acredita-se que alguns deles compartilham da leitura de determinados grupos de manuscritos.

      Muitas das versões da Vetus Latina não foram consideradas autorizadas como traduções bíblicas que poderiam ser usadas por toda Igreja. Entretanto, muitos dos textos que fazem parte dos manuscritos da Vetus Latina foram desenvolvidos para suprir uma necessidade de uma comunidade local, ou para ajudar em uma homilia ou sermão.

      Muitos dos manuscritos existentes da Vetus Latina contêm os quatro Evangelhos canônicos e também possuem várias diferenças substanciais de um para o outro. Por outro lado, em outras passagens bíblicas possuem exatamente o mesmo texto.

Em sua obra "A Doutrina Cristã" (2,16), Santo Agostinho lamenta a variação na qualidade dos textos presentes nos manuscritos disponíveis. Solecismos gramaticais abundam, alguns reproduzem literalmente expressões no grego ou hebraico conforme constam na Septuaginta.

      Do mesmo modo, os vários manuscritos da Vetus Latna refletem as várias recensões da Septuaginta que circulavam com os manuscritos africanos (tais como o Codex Bobiensis) que preservam leituras do texto típico ocidental, enquanto as leituras nos manuscritos europeus estavam mais próximos do texto típico Bizantino. Várias particularidades gramaticais são das formas gramaticas em uso no Latim vulgar que se encontram nos textos.

Manuscritos


Os textos da Vetus Latina chegou até nosso tempo através de vários códices, os mais conhecidos são:


Uma lista completa dos manuscritos da Vetus Latina, bem como sua descrição podem ser encontradas na obra de Roger Gryson (ver Bibliografia).

Livros


Segue abaixo os livros bíblicos reunídos no conjunto de manuscritos disponíveis da Vetus Latina. Os títulos estão apresentados conforme constam nesta tradução:

VETUS TESTAMENTUM

  • Genesis
  • Exodus
  • Leviticus
  • Numeri
  • Deuteronomium
  • Josue
  • Judicum (Juízes)
  • Ruth
  • 1-4 Regum (1 e 2 Reis (1 e 2 Samuel) e 3 e 4 Reis (1 e 2 Reis))
  • 1-2 Paralipomenon (Paralipômenos ou Crônicas)
  • Esdras
  • Nehemias
  • 3-4 Esdras
  • Tobit
  • Judith
  • Hester
  • Job
  • Psalmi (Salmos)
  • Proverbia
  • Ecclesiastes
  • Canticum Canticorum
  • Sapientia (Sabedoria de Salomão)
  • Sirach, Ecclesiasticus (Sabedoria de Sirac ou Eclesiástico).
  • Esaias (Isaías)
  • Jeremias (Lamentationes, Baruch)
  • Daniel
  • XII Prophetae (Doze Profetas)
  • I-II Macchabaeorum (1 e 2 Macabeus).

NOVUM TESTAMENTUM

  • Matthaeus
  • Marcus
  • Lucas
  • Johannes
  • Actus Apostolorum
  • Ad Romanos
  • Ad Corinthios I
  • Ad Corinthios II
  • Galatas
  • Ad Ephesios
  • Ad Philippenses
  • Colossenses
  • Ad Thessalonicenses
  • Timotheum
  • Ad Titum
  • Philemonem
  • Hebraeos
  • Epistulae Catholicae (1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João; Tiago e Judas)
  • Apocalypsis Johannes

Substituição


      Com a publicação da Vulgata de São Jerônimo, os textos traduzidos para o Latim ganharam unidade, estilo e consistência, atributos que não eram presentes na Vetus Latina; por esta razão esta foi ficando em desuso com o tempo.

      São Jerônimo, em dua de suas cartas, queixa-se que sua nova versão das Escrituras para o Latim não tenha agradado inicialmente os Cristãos, que estavam familiarizados com as expressões da Vetus Latina. Entretanto, como as cópias da Bíblia completa eram difíceis de se achar, as traduções da Vetus Latina para os vários livros bíblicos foram copiadas junto com os textos da Vulgata, o que gerava não poucos transtornos para a leitura.

      Os textos da Vetus Latina organizados como um único livro foram encontrados em manuscritos tardios, datados do séc. XIII.

Mesmo assim, a Vulgata suplantou a Vetus Latina foi reconhecida como a versão da Igreja Católica no Concílio de Trento.

      Abaixo segue uma amostra comparativa entre o texto da Vetus Latina e da Vulgata. O texto em tela refere-se a Lc 6,1-4 segundo o texto que consta no Codex Bezae.



Vetus Latina
Vulgata
Et factum est eum in Sabbato secundoprimo abire per segetes discipuli autem illius coeperunt vellere spicas et fricantes manibus
Factum est autem in sábbato secúndo, primo, cum transíret per sata, vellébant discípuli ejus spicas, et manducábant confricántes mánibus.
manducabant. Quidam autem de farisaeis dicebant ei, Ecce quid faciunt discipuli tui sabbatis
Quidam autem pharisæórum, dicébant illis : Quid fácitis quod non licet in sábbatis ?
quod non licet ? Respondens autem IHS dixit ad eos, Numquam hoc legistis quod fecit David quando esurit ipse et qui cum eo erat ?
Et respóndens Jesus ad eos, dixit : Nec hoc legístis quod fecit David, cum esurísset ipse, et qui cum illo erant ?
Intro ibit in domum Dei et panes propositionis manducavit et dedit et qui cum erant quibus non licebat manducare si non solis sacerdotibus ?
quómodo intrávit in domum Dei, et panes propositiónis sumpsit, et manducávit, et dedit his qui cum ipso erant : quos non licet manducáre nisi tantum sacerdótibus ?

O texto do Latim antigo sobreviveu na Igrej em muitas partes, especialmente na Liturgia, como se pode observar no conhecido canto de Natal em Lc 2,14:

Vetus Latina
Vulgata
Gloria in excelsis Deo, et in terra pax hominibus bonae voluntatis
Glória in altíssimis Deo, et in terra pax in homínibus bonæ voluntátis

       Provavelmente a mais conhecida diferença entre o texto da Vetus Latina e da Vulgata seja a oração do Pai Nosso. Enquanto a Vetus Latina traz "quotidianum panem" (pão nosso de cada dia), na Vulgata está "supersubstantialem panem" (pão super vigoroso).















Bibliografia


  • GRYSON, Roger. Altlateinische Handschriften/Manuscrits Vieux Latins. Herder, Freiburg: 1999.

     IV-A Nova Vulgata é atualmente a versão latina da Bíblia, oficial da Igreja Católica e aprovada por ela para uso na liturgia católica. Em 1965, no final do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI ordenou uma comissão para revisar a Vulgata de acordo com os estudos textuais e lingüísticos modernos e manter o refinado latim. Esta revisão foi concluída em 1975 e promulgada em 1979 pelo Papa João Paulo II.[1]

     A Nova Vulgata não contém alguns dos livros encontrados nas edições anteriores da Vulgata que foram rejeitados como apócrifos pelo Concílio de Trento,em 1563, ou seja, a Oração de Manasses, 3-4 Esdras e a epístola aos Laodicenses.

      O texto base da maioria da Nova Vulgata é a edição crítica dos monges da Abadia Beneditina de São Jerônimo. Para os livros de Tobias e Judite o texto segue os manuscritos da versão Vetus Latina, tradução antecessora da Vulgata, também conhecida com Antiga Bíblia Latina.

      A Nova Vulgata não foi amplamente adotado por católicos conservadores, estes consideraram que alguns versos do Antigo Testamento são uma nova tradução, em vez de uma revisão do trabalho de São Jerônimo. Além disso, algumas das suas leituras ficaram diferentes, o que causou estranheza para os que estavam acostumados com versão Vulgata Clementina, que desde 1592 era o texto oficial autorizado pela Igreja Católica até 1979, quando a Nova Vulgata foi autorizada.

      Em 2001, o Vaticano liberou a instrução Liturgiam Authenticam,[2] que estabeleceu a Nova Vulgata como um ponto de referência para todas as traduções da liturgia do rito romano católico nas línguas locais.

      Em 1984 e 1993 Kurt Aland e Barbara Aland publicaram o Novum Testamentum Latine. O texto é uma reimpressão do Novo Testamento da versão Nova Vulgata, ao qual foi adicionado um aparato crítico apresentado as variantes de leitura. Esta nova edição é uma atualização da publicação de 1906, na qual apresenta o texto da Vulgata Clementina, com o aparato crítico comparando as edições de Sixtus V (1590), Wordworth e White, Lachman (1842), e Tischendorf (1854) com os Codex Amiatinus e Codex Fuldensis.

































Referências


  1. Vaticano Ato de promulgação da Nova Vulgata.
  2. Liturgiam Authenticam, English translation, 2001.

      V-Neovulgata ou Neovulgata latina foi uma acurada tradução da Bíblia, procurando manter o referencial na famosa Vulgata latina. Em face do longo e elaborado trabalho em torno da Neovulgata, com estudos que tiveram início em 1907, uma formação de uma Comissão com o fim exclusivo para tal, e finda conclusão somente setenta e dois anos depois em 1979, há quem não a considere uma "versão" da Vulgata, mas um trabalho independente de tradução para o objetivo litúrgico, visto que não se propôs somente à tradução e mera revisão, mas uma comparação nos originais e meticuloso estudo verso a verso.

     Dez dias antes da conclusão do Concílio Vaticano II, a 29 de Novembro de 1965, Paulo VI instituiu a Comissão Pontifícia para a Neovulgata, com a finalidade de dotar a Igreja com uma edição latina da Bíblia para o uso litúrgico”.[1]

      A Neovulgata vinha sendo editada separadamente os seus volumes desde 1969, tendo João Paulo I, “editado” os livros do Pentateuco, revistos pela Comissão Pontifícia, da Abadia de São Jerônimo em Roma, fundada com este fim por Pio XI, segundo a Constituição Apostólica Inter Praecipuas [2]. Já em 1907, o Papa Pio X havia solicitado estudos "confiado aos padres beneditinos o encargo de fazer investigações e estudos preparatórios para a edição da versão da Sagrada Escritura comumente chamada Vulgata" [3] A publicação num livro único da Neovulgata foi promulgada por João Paulo II através da Constituição Apostólica Scripturarum Thesaurus.

      Nessa revisão "teve-se em conta palavra por palavra o texto antigo da edição latina da Vulgata, quando os textos primitivos são referidos exactamente; tais como os apresentam as actuais edições críticas; mas esse texto foi prudentemente corrigido quando deles se afasta ou os refere com menor exactidão. Para isso, foi usado o latim cristão bíblico, de maneira que a devida estima da tradição se conjugasse com as justas exigências da ciência crítica" [4]

       O texto, como resultou desta revisão — mais profunda nalguns livros do Antigo Testamento em que não pusera mãos São Jerónimo — foi editado em volumes separados desde 1969 a 1977, e é agora apresentado num só volume, em edição típica. Esta edição da Neovulgata poderá também servir como base das traduções nas línguas modernas que se destinem ao uso litúrgico e pastoral; e, para usarmos palavras de Paulo VI, Nosso Predecessor, "é lícito pensar que ela constituirá fundamento seguro em que se apoiem... os estudos bíblicos, sobretudo onde mais dificilmente se podem consultar bibliotecas especializadas e mais obstáculos se apresentam a que se multipliquem os estudos convenientes" [5].

 


Referência


  1. http://percursos.rosabiblica.com/FICHAS%20DE%20ESTUDO%20A.htm
  2. http://www.intratext.com/IXT/POR0280/_P7.HTM
  3. Carta ao Revmo. D. Aidano Gasquet, de 3 de dez. de 1907. Pio X, Acta 4, pp.117-119; Ench. Bibl. n. 285s.
  4. Aloc. de Paulo VI, 23 de Dezembro de 1966; A.A.S., LIX, 1967, pp. 53 s.
  5. João Paulo II citando Cfr. Aloc. de 22 de Dezembro de 1977; cfr. o diário L'Osservatore Romano, 23 de Dezembro de 1977

CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA
SCRIPTURARUM THESAURUS


DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II

QUE DECLARA
COMO TÍPICA
E PROMULGA A EDIÇÃO
NEOVULGATA
DA BÍBLIA

João Paulo, Bispo,
Servo dos Servos de Deus,
para perpétua memória



      O TESOURO DAS ESCRITURAS, em que está encerrada a mensagem salvadora enviada por Deus aos homens na verdade, bem diz Santo Agostinho: "chegou-nos carta daquela cidade de que estamos afastados: ela é... que nos exorta a vivermos rectamente" (Enarr. in ps. XC, s. 2, 1; PL 37, 1159) — esse tesouro sempre e com razão o teve a Igreja na maior honra e o conservou com singular diligência. Ela, de facto, desde o princípio nunca deixou de velar por que o povo cristão gozasse da mais ampla liberdade para conhecer a palavra de Deus, sobretudo na sagrada Liturgia, em cuja celebração "goza da maior importância a Sagrada Escritura" (Conc. Vat. II, Const. Sacros. Conc. n. 24).

      Assim, a Igreja ocidental preferiu às outras versões aquela que se costuma chamar Vulgata, a qual — feita, na maior parte, pelo insígne doutor São Jerónimo — foi "aprovada pelo uso de tantos séculos na mesma Igreja" (Conc. Trid., sess. IV; Enchir. Bibl., n. 21). Prova de tão grande estima encontra-se também no cuidado de estabelecer segundo as exigências críticas o seu texto com uma edição, que está ainda a ser preparada com o maior rigor pelos monges da Abadia de São Jerónimo em Roma, fundada com este fim por Pio XI, Nosso Predecessor de feliz memória (Const. Apost. Inter praecipuas, 15 de Junho de 1933; A.A.S., XXVI, 1934, pp. 85 ss.).

      E, nos nossos dias, o Concílio Vaticano II, confirmando a honra prestada àquela edição chamada Vulgata (Const. Dei verbum, n. 22) e procurando que na Liturgia das Horas se tornasse mais fácil a compreensão do Saltério, estabeleceu que o trabalho da revisão do mesmo, felizmente começado, "fosse levado a termo quanto antes, respeitando a língua latina cristã e toda a tradição da Igreja" (Const. Sacros. Conc, n. 91).

      Secundando estes objectivos, Paulo VI, Nosso Predecessor de recente memória, resolveu constituir, antes ainda do fim do mesmo Concílio, quer dizer, no dia 29 de Novembro de 1965, uma especial Comissão Pontifícia, encarregada de executar o mandato do mesmo Concílio ecuménico e de rever todos os livros da Sagrada Escritura; a fim de que a Igreja ficasse possuindo uma edição latina como o pedia o progresso dos estudos bíblicos, edição para ser usada sobretudo na liturgia.

     Nessa revisão "teve-se em conta palavra por palavra o texto antigo da edição latina da Vulgata, quando os textos primitivos são referidos exactamente; tais como os apresentam as actuais edições críticas; mas esse texto foi prudentemente corrigido quando deles se afasta ou os refere com menor exactidão. Para isso, foi usado o latim cristão bíblico, de maneira que a devida estima da tradição se conjugasse com as justas exigências da ciência crítica" (Aloc. de Paulo VI, 23 de Dezembro de 1966; A.A.S., LIX, 1967, pp. 53 s.).

      O texto, como resultou desta revisão — mais profunda nalguns livros do Antigo Testamento em que não pusera mãos São Jerónimo — foi editado em volumes separados desde 1969 a 1977, e é agora apresentado num só volume, em edição típica. Esta edição da Neovulgata poderá também servir como base das traduções nas línguas modernas que se destinem ao uso litúrgico e pastoral; e, para usarmos palavras de Paulo VI, Nosso Predecessor, "é lícito pensar que ela constituirá fundamento seguro em que se apoiem... os estudos bíblicos, sobretudo onde mais dificilmente se podem consultar bibliotecas especializadas e mais obstáculos se apresentam a que se multipliquem os estudos convenientes" (Cfr. Aloc. de 22 de Dezembro de 1977; cfr. o diário L'Osservatore Romano, 23 de Dezembro de 1977).

      No passado, julgava a Igreja que a antiga edição da Vulgata bastava e constituía suficiente autoridade para transmitir a palavra de Deus ao povo cristão: com mais razão poderá agora prestar o mesmo serviço esta edição da Neovulgata.

      Por isso, temos o gosto de apresentar, já impressa, à Igreja a obra que Paulo VI muito desejou mas não pôde ver terminada, e João Paulo I continuou a estimar muito, resolvendo presentear, com os livros do Pentateuco, revistos pela mencionada Comissão Pontifícia, os Bispos que se iriam reunir na cidade de Puebla, presente que Nós mesmo, com muitos outros Bispos do orbe católico, ansiosamente esperámos.

      Segundo isto, Nós com a autoridade desta Carta declaramos e promulgamos como típica a edição da Neovulgata da Bíblia, para ser usada sobretudo na sagrada Liturgia, mas apta também para as outras aplicações que indicámos.

      Expressamos, por último, a vontade de que esta Nossa Constituição se mantenha sempre firme e eficaz, e seja observada exactamente por todos a quem diz respeito, nada obstando tudo o que lhe seja contrário.



     Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 25 do mês de Abril, festa do Evangelista São Marcos, no ano de 1979, primeiro do Nosso Pontificado.





JOÃO PAULO PP. II



© Copyright 1999 - Libreria Editrice Vaticana







DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
À PONTIFÍCIA COMISSÃO
PARA A NEOVULGATA

27 de Abril de 1979

Excelência, estimadíssimos Professores

      Deixai-me antes de tudo exprimir a grande alegria que sinto hoje ao receber-vos aqui para a entrega oficial da Edição Típica da versão Neovulgata da Sagrada Bíblia. A minha alegria é a mesma daquele que pode finalmente recolher uma abundante colheita, que foi objecto de cuidados contínuos e amorosos.

      Neste momento, o meu pensamento não pode deixar de se dirigir para a figura do inesquecível Papa Paulo VI, ao qual pertence todo o mérito e a honra de ter empreendido esta iniciativa, hoje felizmente chegada a termo, com a publicação definitiva, e de a ter seguido e encorajado, levando-a até quase à conclusão. A sua morte e ainda mais a repentina do saudoso Papa João Paulo I fizeram que me coubesse a mim promulgar para toda a Igreja o resultado de uma fadiga, que precedeu inteiramente o meu Pontificado.

       Em todo o caso, seja louvado o Senhor, que não deixa nunca as suas obras incompletas.

       Mas um agradecimento muito particular vai para vós, responsáveis e membros da Pontifícia Comissão da Neovulgata, e para todos aqueles que puseram a sua competência, o seu tempo e o seu amor, ao serviço desta empresa, que é científica e ao mesmo tempo pastoral. Vós dispendestes muito tempo, a vossa ciência qualificada e as vossas energias indefesas em favor de um trabalho que ficará certamente por muito tempo como sinal eloquente de uma dedicada solicitude da Igreja por aquele Verbo divino escrito, de cuja plenitude todos nós recebemos (Jo. 1, 16), porque é palavra de salvação (Act. 13, 26) .

       Com a Neovulgata, os filhos da Igreja têm agora entre mãos mais um instrumento que, especialmente nas celebrações da Sagrada Liturgia, favorecerá uma aproximação, mais segura e mais precisa, às fontes da Revelação, propondo-se também aos estudos científicos como novo e prestigioso ponto de referência.

       Se me permitis, quero pensar que também São Jerónimo estará contente com esta fadiga! A Neovulgata, de facto, não só se coloca no sinal da continuidade, mais que do superamento do trabalho por ele realizado, mas é produto de uma acribia igual e de uma paixão igual. Além disso, os novos conhecimentos linguísticos e exegéticos conferem à nova versão um timbre de confiança certamente não menor do que a de Jerónimo, que também resistiu à prova de 1 500 anos de história. Certamente Jerónimo continua a ser um mestre de doutrina e também de língua latina, como ainda de vida espiritual. Ele, que por encargo do Papa Dâmaso, dedicou a vida inteira ao estudo e à meditação do texto sagrado, certamente sabe quanto custa ,mas também quanto é exaltante, o amoroso inclinar-se sobre as Escrituras. E sem dúvida é para desejar que para muitos cristãos se realize o que aconteceu a ele, e certamente também a vós, segundo as suas palavras à virgem Eustóquio: «Tenenti codicem somnus obrepat, et cadentem faciem pagina sancta suscipiat!» (Epist. 22, ad. Eust. 17).

        Os meus votos são por que esta obra por vós levada a termo seja verdadeiramente fecunda para a vida da Igreja e favoreça cada vez mais o salutar encontro dos fiéis com o Senhor, contribuindo para saciar aquela «fome da palavra» de que fala o profeta Amós (Cfr. Am. 8, 11) e que parece particularmente sentida nos nossos dias.

A minha cordial Bênção Apostólica acompanhe a todos vós como sinal de renovada gratidão e benevolência, e penhor dos abundantes favores do Senhor, que sabe recompensar adequadamente os seus servidores.






      São Jerónimo (português europeu) ou Jerônimo (português brasileiro) (Strídon, c. 347 - Belém, 30 de Setembro de 420), nascido Eusébio Sofrónio (Sofrônio) Jerónimo (em latim: Eusebius Sophronius Hieronymus; em grego: Εὐσέβιος Σωφρόνιος Ἱερώνυμος) foi um padre e apologista cristão ilírio.[1] É conhecido sobretudo como tradutor da Bíblia do grego antigo e do hebraico para o latim. É o padroeiro dos bibliotecários e dos tradutores, e patrono das secretárias (inclusive ambos comemorados no dia 30 de setembro).

       A edição de São Jerónimo, a Vulgata, é ainda o texto bíblico oficial da Igreja Católica Romana, que o reconhece como Padre da Igreja (um dos fundadores do dogma católico) e ainda doutor da Igreja. Nasceu em Strídon, na fronteira entre a Panónia e a Dalmácia (motivo pelo qual também é chamado de Jerónimo de Strídon), no segundo quarto do século IV e faleceu perto de Belém, em sua cela, próximo à gruta da Natividade.

       A Vulgata foi publicada cerca de 400 d.C., poucos anos depois de Teodósio I ter feito do cristianismo a religião oficial do Império Romano (391).

       É reconhecido pela Igreja Católica como santo e Doutor da Igreja, e como santo pela Igreja Ortodoxa Oriental, onde é conhecido como São Jerônimo de Stridonium ou Abençoado Jerônimo.

Versões do nome


       Jerónimo é um nome partilhado através das línguas europeias de formas notavelmente pouco intuitivas: latim e alemão Hieronymus, inglês Jerome, francês Jérôme, neerlandês Jeroen, italiano Girolamo, castelhano e português Jerónimo, galego Xerome.

Biografia




São Jerónimo no deserto por Leonardo da Vinci, 1480.

       Dele disse o Papa Bento XVI: A preparação literária e a ampla erudição permitiram que Jerónimo fizesse a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um precioso trabalho para a Igreja latina e para a cultura ocidental. Com base nos textos originais em grego e em hebraico e graças ao confronto com versões anteriores, ele realizou a revisão dos quatro Evangelhos em língua latina, depois o Saltério e grande parte do Antigo Testamento. Tendo em conta o original hebraico e grego, a Septuaginta, a versão grega clássica do Antigo Testamento que remontava ao tempo pré-cristão, e as precedentes versões latinas, Jerónimo, com a ajuda de outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução melhor: ela constitui a chamada "Vulgata", o texto "oficial" da Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento e que, depois da recente revisão, permanece o texto "oficial" da Igreja de língua latina.

      É interessante ressaltar os critérios aos quais o grande biblista se ateve na sua obra de tradutor. Revela-o ele mesmo quando afirma respeitar até a ordem das palavras das Sagradas Escrituras, porque nelas, diz, "até a ordem das palavras é um mistério" (Ep. 57, 5), isto é, uma revelação. Reafirma ainda a necessidade de recorrer aos textos originários: "Quando surge um debate entre os Latinos sobre o Novo Testamento, para as relações discordantes dos manuscritos, recorremos ao original, isto é, ao texto grego, no qual foi escrito o Novo Pacto. Do mesmo modo para o Antigo Testamento, se existem divergências entre os textos gregos e latinos, apelamos ao texto original, o hebraico; assim tudo o que brota da nascente, podemo-lo encontrar nos ribeiros" (Ep. 106, 2).(Audiência geral, Roma, em 7 de novembro de 2007).

Crítica



"Jerónimo de Strídon" por Albrecht Dürer, 1521 (Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)

      Os críticos da tradução da Vulgata, apoiam-se neste trecho para afirmar que Jerônimo teria adulterado o seu conteúdo na tradução do texto grego para o latino: "Obrigas-me fazer de uma Obra antiga uma nova… da parte de quem deve por todos ser julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. Qual, de fato, o douto e mesmo o indouto que, desde que tiver nas mãos um exemplar, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros? (Meclamitans esse sacrilegum qui audeam aliquid in verteribus libris addere, mutare, corrigere). Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus". (Obras de São Jerônimo, edição dos Beneditinos, 1693, t. It. Col. 1425).

     Esta crítica, porém, parte do pressuposto errado de que o fazer "uma nova obra" é "corromper" uma existente. Jerónimo, tal como ele garante parágrafos adiante, apenas se refere à dificuldade de traduzir para latim os textos ao ter que manter, simultaneamente, o seu sentido original mediante uma tradução literal dos mesmos.

Jo 8-12










(12) Falou-lhes outra vez Jesus:

Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue

não andará em trevas,

 mas terá a luz da vida.















Curso: Seminário Arquidiocesano da Paraíba

Docente: Prof. Dr. Adilson L. P. Oliveira

Disciplina: Língua Latina II







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cel.: 083-99600590



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