lunes, 23 de enero de 2012

Deus-Javé ou nome de Deus

יהוה
(nome)

Fem./Plural:
Transliteração: YHVH
Tradução: Javé, Jeová, YHVH


Obs: Este é o sagrado nome de Deus, usado somente para o Deus de Israel e nenhum outro. Muitos transliteram erroneamente o nome de Deus como "Yehovah", que aportuguesado seria "Jeová", porém é bem conhecido que o nome de Deus NÃO é "JEOVÁ".

Deus - escritos em hebraico

אֵל (pronome masc)
Fem./Plural:
Transliteração: el
Tradução:
deus
Obs:






אֱלֹהִים

(pronome masc)

Fem./Plural:
Transliteração: elohim
Tradução:
deus; deuses
Obs:






אֲדֹנָי

()

Fem./Plural:
Transliteração: adonay
Tradução:
deus, Senhor (Deus)
Obs:






שָׁמַיִם

(masculino plural)

Fem./Plural:
Transliteração: shamayim
Tradução: céu, firmamento;
Deus
Obs:






שַׁדַּי

(masculino)

Fem./Plural:
Transliteração: shaday
Tradução:
Deus, Todo-Poderoso, Onipotente
Obs:






הַשֵּׁם

(masculino)

Fem./Plural:
Transliteração: hashem
Tradução:
Deus
Obs:






שַׂר-שָׂרִים

(masculino)

Fem./Plural:
Transliteração: sar-sarim
Tradução:
Deus
Obs:






טָמִיר וְנֶעְלָם

(masculino)

Fem./Plural:
Transliteração: tamir vene'lam
Tradução:
Deus (aquele que está oculto)
Obs:






צוּר

(masculino)

Fem./Plural: צוּרִים
Transliteração: tsur
Tradução: rocha, penhasco, penha; fortaleza;
Deus, protetor
Obs:






יָהּ

(masculino)

Fem./Plural:
Transliteração: yah
Tradução: o Senhor,
Deus; redução do Nome de Deus
Obs:






יוֹצֵר

(adjetivo)

Fem./Plural: יוֹצְרוֹת--יוֹצְרִים--יוֹצֶרֶת
Transliteração: yotser
Tradução: criador; ceramista;
Deus
Obs:






יְיָ

(masculino)

Fem./Plural:
Transliteração: Ver Obs
Tradução:
Deus, Ver Obs
Obs:






עֶלְיוֹן

(adjetivo)

Fem./Plural: עֶלְיוֹנוֹת--עֶלְיוֹנִים--עֶלְיוֹנָה
Transliteração: 'elyon
Tradução: superior, supremo, alto, sublime;
Deus

Deus - escritos em hebraico

אֵל (pronome masc)
Fem./Plural:
Transliteração: el
Tradução: deus
Obs:



אֱלֹהִים

(pronome masc)
Fem./Plural:
Transliteração: elohim
Tradução: deus; deuses
Obs:



אֲדֹנָי

()
Fem./Plural:
Transliteração: adonay
Tradução: deus, Senhor (Deus)
Obs:



שָׁמַיִם

(masculino plural)
Fem./Plural:
Transliteração: shamayim
Tradução: céu, firmamento; Deus
Obs:



שַׁדַּי

(masculino)
Fem./Plural:
Transliteração: shaday
Tradução: Deus, Todo-Poderoso, Onipotente
Obs:



הַשֵּׁם

(masculino)
Fem./Plural:
Transliteração: hashem
Tradução: Deus
Obs:



שַׂר-שָׂרִים

(masculino)
Fem./Plural:
Transliteração: sar-sarim
Tradução: Deus
Obs:



טָמִיר וְנֶעְלָם

(masculino)
Fem./Plural:
Transliteração: tamir vene'lam
Tradução: Deus (aquele que está oculto)
Obs:



צוּר

(masculino)
Fem./Plural: צוּרִים
Transliteração: tsur
Tradução: rocha, penhasco, penha; fortaleza; Deus, protetor
Obs:



יָהּ

(masculino)
Fem./Plural:
Transliteração: yah
Tradução: o Senhor, Deus; redução do Nome de Deus
Obs:



יוֹצֵר

(adjetivo)
Fem./Plural: יוֹצְרוֹת--יוֹצְרִים--יוֹצֶרֶת
Transliteração: yotser
Tradução: criador; ceramista; Deus
Obs:



יְיָ

(masculino)
Fem./Plural:
Transliteração: Ver Obs
Tradução: Deus, Ver Obs
Obs:



עֶלְיוֹן

(adjetivo)
Fem./Plural: עֶלְיוֹנוֹת--עֶלְיוֹנִים--עֶלְיוֹנָה
Transliteração: 'elyon
Tradução: superior, supremo, alto, sublime; Deus
Obs:

Jesus: o "como se" desta vida

1 Cor 7,29-31: "Isto vos digo, irmãos: o tempo é breve. A partir de agora, aqueles que têm esposas vivam como se não as tivessem; aqueles que choram, como se não chorassem; aqueles que se alegram, como se não se alegrassem; aqueles que compram, como se não possuíssem; aqueles que usam os bens do mundo, como se não os usassem plenamente. Porque a figura deste mundo passa".
Mc 1,14-20: "Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo foi cumprido e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho’. Passando à beira do Mar da Galileia, viu Simão e André, irmão de Simão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: ‘Vinde e segui-me. Eu vos farei pescadores de homens’. E eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que também estavam no barco a consertar as redes. E logo chamou-os. Também eles deixaram seu pai, Zebedeu, no barco com os ajudantes e foram atrás dele".
A resposta imediata dos primeiros discípulos chamados pelo Senhor mostra claramente o significado da exortação de Paulo a viver "como se" o que acontece ao nosso redor fosse, em si mesmo, completamente insignificante: "Isto vos digo, irmãos: o tempo é breve. E a figura deste mundo passa" (1 Cor 7,29-31).
É claro que Simão, André, Tiago e João nunca teriam deixado o trabalho e a família se não fosse Jesus quem os chamasse.
Isso quer dizer que o desapego emocional do próprio mundo não pode ser compreendido sem um encontro com aquele por meio de quem "todas as coisas foram feitas", e sem o qual "nada foi feito de tudo o que existe" (1 Jo , 3).
Quando um homem parte de casa para um lugar distante, de férias, ou para participar de uma convenção, ele se hospeda durante algum tempo num hotel. Ali ele come, dorme, usa o necessário para o dia-a-dia, conhece novas pessoas, e, no caso da convenção, participa ativamente nos trabalhos. Tudo isso é real e importante para ele, mas é temporário, de breve duração. Ele está ciente de que terá que retornar à sua cidade, à sua casa e ao seu trabalho, porque aquelas coisas é que são o seu mundo real.
Este "outro" mundo do hotel é alheio a ele. Ele usa todas as coisas dali "como se não as usasse plenamente" (1 Cor 7,31), porque elas não são suas e ele as terá que abandonar. Essa convenção, ou as férias, são apenas um parêntese na sua vida e em breve serão apenas passado.
A santa carmelita Teresa de Ávila comparava a existência terrena com o curto espaço de uma noite passada numa hospedaria ruim. Teresa certamente não desprezava este mundo, mas o conhecimento que lhe tinha sido concedido da sublimidade do Outro a fazia desejar a morte, como um parto necessário para começar a viver em plenitude a felicidade inefável do Reino dos Céus.
Por isso ela não considerava a morte como uma destruição da vida, mas como a sua meta cobiçada, como implicitamente anuncia o Evangelho: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo" (Mc 1.14).
Tal como para Teresa, também para os primeiros discípulos tudo isso tem apenas um nome: Jesus Cristo. "Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens. E eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram"(Mc 4.17). O reino de Deus é seguir Jesus.
E é apenas pelo nome de Jesus que São Paulo nos exorta a viver o cenário passageiro deste mundo com um feliz e responsável desprendimento, animados e sustentados pelo pensamento da “definitividade” beata do Outro: "A partir de agora, aqueles que têm esposas vivam como se não as tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem..." (1 Cor 7,29-31).
O apóstolo dá um testemunho significativo na carta aos Filipenses: "Eu certamente não alcancei a meta, não cheguei à perfeição, mas estou correndo para conquistá-la, porque fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não considero ainda que cheguei à conquista. Tudo o que sei é isto: esquecendo o que está por trás de mim e voltado em direção ao que está na minha frente, eu corro para a meta, para o prêmio que Deus me chama a receber no céu, em Cristo Jesus" (Fil. 3,12-14).
Estas palavras vêm de um homem que está cheio da alegria de viver. Como os primeiros discípulos e todos os santos, Paulo foi capturado por Cristo não para abandonar a imagem deste mundo, mas para ser fermento misturado com ele.
Também para nós, na medida em que conseguimos viver "santos e irrepreensíveis diante dele no amor" (Ef 1.4), a comunhão em Cristo pode se tornar uma energia incontrolável para espalharmos a alegria do Evangelho pelo mundo inteiro.
O "ainda não" do Paraíso se torna um "já" na figura deste mundo, porque, de algum modo e sempre, "o viver é Cristo" (Fil. 1,21-23).
Isso nos ajuda a entender aquele "como se", que foi repetido cinco vezes e que nos soa completamente impossível do ponto de vista psicológico.
O que significa, para o marido, viver como se não tivesse mulher, e vice-versa? O que quer dizer, para aqueles que trabalham, viver como se não trabalhassem; para quem estuda, como se não estudasse; para aqueles que têm, como se não tivessem; para aqueles que vivem na imagem deste mundo, como se não vivessem?
Significa viver e fazer todas essas coisas sem absolutizá-las como fins em si mesmas, mas usá-las como meios para fazer a vontade de Deus, realizando o Bem e anunciando com a própria vida o Evangelho do seu amor.
A alegria de viver está na Verdade e no Amor. E a Verdade e Amor é Cristo. Converter-se e crer no evangelho é exatamente isso.

lunes, 16 de enero de 2012

"O Espírito da Liturgia"

 
Rubrica de teologia litúrgica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi
Juan José Silvestre*


A profissão de fé, abordada na primeira parte do Catecismo da Igreja Católica, é seguida pela explicação da vida sacramental, por cujo meio Cristo está presente e age, continuando a edificação da sua Igreja. Se na liturgia, aliás, não se destacasse a figura de Cristo, que é o seu princípio e está realmente presente para torná-la válida, nem sequer teríamos a liturgia cristã, que depende do Senhor e é sustentada pela sua presença.
Existe, então, uma relação intrínseca entre fé e liturgia, ambas intimamente unidas. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não teria eficácia, pois careceria da graça que alicerça o testemunho dos cristãos. “Por outro lado, a ação litúrgica nunca pode ser considerada genericamente, prescindindo-se do mistério da fé. A fonte da nossa fé e da liturgia eucarística, de fato, é o mesmo acontecimento: o dom que Cristo fez de si mesmo no mistério pascal” (Bento XVI, Sacramentum Caritatis, 34).
Se abrirmos o catecismo na sua segunda parte, leremos que a palavra “liturgia” significa, originariamente, “serviço de e em favor do povo”. Na tradição cristã, significa que o povo de Deus faz parte da “obra de Deus” (CIC, 1069).
Em que consiste essa obra de Deus da qual fazemos parte? A resposta do catecismo é clara e nos permite descobrir a íntima conexão que existe entre a fé e a liturgia: “No símbolo da fé, a Igreja confessa o mistério da Santíssima Trindade e o seu desígnio benevolente (Ef 1,9) para toda a criação: o Pai realiza o "mistério da sua vontade" dando o seu Filho Amado e o Espírito Santo para a salvação do mundo e para a glória do seu nome” (CIC, 1066).
“Cristo, o Senhor, realizou esta obra da redenção humana e da perfeita glorificação, preparada pelas maravilhas que Deus fez no povo da antiga aliança, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada paixão, da ressurreição dentre os mortos e da sua gloriosa ascensão” (CIC, 1067). É este o mistério de Cristo, que a Igreja “anuncia e celebra na sua liturgia a fim de que os fiéis vivam dele e dêem testemunho dele no mundo” (CIC, 1068).
Por meio da liturgia, “exerce-se a obra da nossa redenção” (Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, 2). Assim como foi enviado pelo Pai, Cristo enviou os apóstolos para anunciarem a redenção e “realizarem a obra de salvação que proclamavam, mediante o sacrifício e os sacramentos, em torno dos quais toda a vida litúrgica gira” (ibidem, 6).
Vemos assim que o catecismo sintetiza a obra de Cristo no mistério pascal, que é o seu núcleo essencial. E o nexo com a liturgia se mostra óbvio, pois “por meio da liturgia é que Cristo, nosso Redentor e Sumo Sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção” (CIC, 1069). Assim, esta “obra de Jesus Cristo”, perfeita glorificação de Deus e santificação dos homens, é o verdadeiro conteúdo da liturgia.
Este é um ponto importante porque, embora a expressão e o conteúdo teológico-litúrgico do mistério pascal devam inspirar o estudo teológico e a celebração litúrgica, isto nem sempre foi assim. “A maior parte dos problemas ligados às aplicações concretas da reforma litúrgica têm a ver com o fato de que não foi suficientemente considerado que o ponto de partida do concílio é a páscoa [...]. E páscoa significa inseparabilidade da cruz e da ressurreição [...]. A cruz está no centro da liturgia cristã, com toda a sua seriedade: um otimismo banal, que nega o sofrimento e a injustiça do mundo e reduz o ser cristãos a ser educados, não tem nada a ver com a liturgia da cruz. A redenção custou a Deus o sofrimento do seu Filho e a sua morte. Daí que o seu exercitium, que, segundo o texto conciliar, é a liturgia, não pode acontecer sem a purificação e sem o amadurecimento que provêm do seguimento da cruz” (Bento XVI, Teologia della Liturgia, LEV, Vaticano, 2010, págs. 775-776).
Esta linguagem conflita com aquela mentalidade incapaz de aceitar a possibilidade de uma intervenção divina real neste mundo em socorro do homem. Por isso, “quem compartilha uma visão deísta considera como integrista a confissão de uma intervenção redentora de Deus para mudar a situação de alienação e de pecado, e este mesmo juízo é emitido a propósito de um sinal sacramental que torne presente o sacrifício redentor. Mais aceitável, aos seus olhos, seria a celebração de um sinal que correspondesse a um vago sentimento de comunidade. Mas o culto não pode nascer da nossa fantasia; seria um grito na escuridão ou uma simples auto-afirmação. A verdadeira liturgia pressupõe que Deus responde e nos mostra como podemos adorá-lo. “A Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na eucaristia precisamente porque o próprio Cristo se entregou antes a ela no sacrifício da cruz” (Sacramentum Caritatis, 14). A Igreja vive desta presença e tem a difusão desta presença no mundo inteiro como a sua razão de ser e de existir” (Bento XVI,Discurso de 15 de abril de 2010).
Esta é a maravilha da liturgia, que, como o catecismo recorda, é culto divino, anúncio do evangelho e caridade em ato (cf. CIC, 1070). É Deus mesmo quem age, e nós nos sentimos atraídos por esta sua ação, a fim de sermos, deste modo, transformados nele.
* Juan José Silvestre é professor de Liturgia na Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Santa Croce) e Consultor da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, além das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 11 de janeiro de 2012 (ZENIT.org).-