a) Hata’:
01) - A perda de alguma coisa de valor - quem perder (pecar contra) a sabedoria, faz
violência a si mesmo (Pv 8.36).
02) Designa, freqüentemente, o mal praticado contra o próximo (2 Sm 19.20; 1 Rs
8.31).
03) O pecado contra o concerto (Êx 32.30-33).
04) Em Jó 1.5 a palavra refere-se ao pecado íntimo, nos pensamentos do coração.
05) Referência aos pecados voluntários ou deliberados (Êx 10.17; Dt 9.18; Sl 25.7).
b) Pasha’:
O verbo significa “rebelar-se ou revoltar-se”. É usado em 1 Reis para referir-se à rebeldia
contra a casa de Davi (Is 1.2; Os 8.1).
A idéia central do termo designa um rompimento nas relações entre duas pessoas, mediante
a rebelião ou revolta por parte de uma delas. Em última análise, o pecado é uma revolta da
vontade do homem contra a vontade de Deus. Segundo Leite Filho é uma das palavras
centrais usadas pelos profetas mais proeminentes.
Pasha’ não somente cria um abismo entre o homem e Deus, mas gera distorções dentro do
próprio homem, como por exemplo: esconder suas ações (Jó 34.6), o engano (Pv 28.24), a
apatia (Sl 36.1), enfermidades (Sl 107.17), um gosto pelas brigas (Pv 17.19), uma sensação
de escravização (Pv 12.13), fácil irritabilidade (Pv 19.11), adoração hipócrita (Is 58.1) e
uma sensação de estar sujo (Ez 14.11).
c) Rasha’:
Significa ser provado, ímpio, culpado, pecaminoso e descreve o caráter formado pela
prática do pecado (Sl 1.1; Is 3.11).
A famosa tradução dos Setenta (LXX) traduz por irreligioso, perverso, transgressor e,
geralmente, indica a mudança no estado moral ou religioso do homem.
O termo é usado freqüentemente como sinônimo de palavras que significam enganar,
defraudar, trair (Jr 12.1).
Leite Filho atesta que o significado do termo começa com um problema físico: a pessoa
desconjuntada é anormal, cambaleia balanceando a cabeça; no sentido espiritual, afirma
Leite Filho, o pecador também é assim; ele cambaleia, treme e se arrasta. O termo é usado
em textos, como Is 57.20,21; Sl 18.21; Ez 18.27; 33.19; Ml 3.15,18.
d) ‘Awôn:
O termo é usado no sentido de torcer, perverter, desviar, ficar culpado de perversidade,
designando um pecado de má intenção (Gn 19.15; Sl 31.10; Zc 3.9).
Muitas vezes a palavra significa culpa, ou da iniqüidade cometida, ou da natureza perversa
de quem pratica a iniqüidade.
e) Nâbel:
O sentido básico significa pingar ou secar; origina ser o pecador seco, insensível, tolo (Sl
14.1; 53.1; Is 32.6; Sl 74.18; Dt 32.6,21).
Malcolm Smith narra um evento natural que bem ilustra o sentido de nâbel. Ele afirma que
observou uma rã tomando sol, deitada numa rocha parcialmente submersa, bem no centro
da lagoa. De repente a rã entrou em colapso... não caiu, mas murchou como se fosse uma
bexiga com um furinho, por onde vazava o ar. Finalmente, só restou ali um montinho
horroroso de pele de rã; o recheio desaparecera de todo! Só então foi que viu o assassino.
Um besouro d’água, gigante, havia picado a rã, injetando-lhe uma substância que lhe
dissolveu as entranhas. Em seguida o besouro passou a sugar o conteúdo da rã, deixando só
a pele, como se fora uma sacola vazia de mercearia, atirada na rocha. O pecado age
semelhantemente, infectando o indivíduo e sugando-lhe todas as suas forças até deixar
apenas um cadáver espiritual movido por ossos, carne e pele.
f) Tâmê:
Significa mergulhar, estar imerso, com o sentido de ser manchado ou poluído, como
resultado da imersão: “(…) sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de
impuros lábios (…)” (Is 6.5; Nm 5.13-29; Jr 2.23; Sl 106.39; Os 5.3; 6.10; Ez 22.3-5).
O termo e seus derivados ocorrem 279 vezes no Antigo Testamento e a maior parte é usada
nos textos cúlticos em Levítico; é um termo basicamente sacerdotal.
g) Ma’al:
O termo envolve infidelidade e traição, ou o ato de ser culpado, de quebrar uma promessa
ou não cumprir a palavra. Deus dotou o homem com um alto privilégio e uma solene
responsabilidade que foi violada pelo homem.
Às vezes, significa que o homem planeja a traição ou a quebra de sua palavra contra Deus e
sua elevada vocação. Geralmente é traduzido como transgredir ou prevaricar (Lv 16.16,21;
26.40; Nm 5.6; 31.16; Dt 32.51; 2 Cr 26.18; 29.6).
h) To’ebhah:
Designa especialmente os pecados repugnantes para Deus, ou chamados de abominação,
aquilo que é detestável, ofensivo. Aplica-se geralmente:
01) Aos ímpios (Pv 29.7):
Pessoas ímpias ou perversas eram culpadas da violação dos direitos sociais de outros,
pois foram violentas, opressoras, avarentas, envolvidas em tramar contra os pobres e
apanhá-los em armadilhas, e com disposição de até mesmo assassinar a fim de atingir
seus objetivos. Eram desonestos nos negócios e nos tribunais, faziam fortunas por meio
de opressão e toda espécie de práticas fraudulentas. Geralmente o ímpio é perfilado
como alguém que odeia o Senhor (Êx 2.13; Nm 35.31; 2 Sm 4.11; 2 Cr 19.2).
Malaquias 3.18 ressalta que uma das principais características do ímpio é recusar-se a
servir ao Senhor:
a) O ímpio se esquece de Deus (Jó 8.13).
b) Despreza-O (Sl 10.3).
c) Provoca-O (Is 5.12).
d) Age como se Deus não existisse (Sl 10.4;14.1; 53.2).
e) Age como se Deus não fosse vivo (Sf 1.12 cf Jó 22.17) e não observa nada
(Sl 94.7 cf. Jó 22.13s).
f) Acha que não vale a pena servir a Deus (Ml 3.14s).
g) O ímpio peca por fraude, injustiça, mentira, opressão, soberba, avareza,
embriaguez e luxúria, pecados estes censurados, sobretudo, pela literatura
sapiencial (Sl 10.2-11; 36.2-5; 73.6-9;94.3-7; Jó 24.2-4).
2) - Ao travestismo (Dt 22.5):
A palavra hebraica para veste é “simlah”, traduzida por roupa, veste ou manta. Tratavase
de uma vestimenta exterior semelhante a um lençol grande com capuz, e os judeus a
usavam como roupa de frio. Os pobres a usavam como vestido básico de dia e como
capa de noite (Êx 22.26-27).
O contexto bíblico, às vezes, fala de vestimentas em sentido próprio, outras como sinal
de nível social ou hierárquico, ou ainda como recurso poético para comparar
vestimentas com qualidades abstratas. É assim que se diz de “vestes de justiça” (Jó
29.14), de “salvação” (2 Cr 6.41), de “força” (Is 52.1) e assim por diante.
Em Dt 22.5, deve-se verificar que sendo o povo judeu, no período de sua formação, um
povo nômade, as modas dos homens israelitas permaneceram quase inalteradas. Haviam
pouquíssimas diferenças entre o vestuário feminino e o masculino. A veste interior que
assemelhava-se a uma camisa justa, apertada chamada de “kuthoneth”13, era feita de lã,
linho ou algodão, e geralmente a pessoa que usava apenas esta vestimenta interior diziase
que estava nu (1 Sm 19.24; Is 20.20-4). Não havia qualquer diferença entre a
“kuthoneth” masculina e a feminina. A vestimenta exterior dos homens consistia numa
faixa de pano, de 2 a 3 metros de largura, que em hebraico se chamava “me‘il” e é
traduzido por capa, manto, túnica ou vestimenta. Era enrolada no corpo como uma
coberta protetora, com dois cantos do material na frente, unidos ao corpo com um cinto.
Os homens judeus usavam franjas com fitas azuis na orla (Nm 15.38). A vestimenta
exterior da mulher hebréia era muito parecida com as do homem, todavia, era mais
comprida, com borda e franja suficientes para cobrir os pés (Is 47.22), um material mais
fino e mais colorido. Prendia-se à cintura por um cinto. Uma outra peça de destaque no
vestuário feminino era o véu e um ornato para a cabeça.
Do que anteriormente foi prescrito, fica claro que a diferença entre a indumentária
feminina e masculina era ínfima. Daí considerarmos que a proibição e a rotulação de
“coisa abominável” revestia-se de um caráter muito mais moral e sacramental do que de
usos e costumes. A proibição como tal, era uma referência às perversões sexuais e
homossexuais relacionados ao culto pagão em Canaã. Luciano de Samosata e Eusébio,
mencionam a prática do travestismo no culto à deusa da fertilidade Astarte. As
mulheres apareciam com roupas masculinas e os homens com roupas femininas. Fica
claro que a condenação divina é contra o travestismo, ao indecoro e a hipocrisia
característica de quem assim procede.
02) - Ao homossexualismo (Lv 18.22):
O pecado de homossexualidade é um pecado abominável aos olhos de Deus, não
somente porque é contrário à natureza e ao gênero humano criado por Deus, mas
também por ser um pecado que afeta a imagem moral de Deus no homem. Segundo
Gênesis, “(…) Deus criou o homem”; homem na primeira linha poética deste trístico
refere-se à humanidade como uma raça. Isto posto, toda a raça humana foi criada à
imagem de Deus. A segunda linha poética no singular, “à imagem de Deus o criou”
reforça o sentido de raça humana na primeira linha. No entanto, é na terceira linha
poética que fica claro que essa raça feita à imagem de Deus, é constituída de apenas
dois gêneros: masculino e feminino. A mudança do singular para o plural do verbo criar
(criou/os criou), reforça que, quanto à raça a natureza humana é una, mas quanto ao
gênero, é somente duas (macho e fêmea), e não andrógina. Isto posto, quanto à
categoria, no sentido coletivo, “homem” refere-se à raça dos racionais, à espécie
humana, e “macho e fêmea” ao gênero distinto entre estes dois seres. Num casal, cada
um foi criado com suas características personalógicas, psicológicas e anatômicas
distintas para unirem-se e satisfazerem-se no laço do matrimônio, como afirma a
descrição narrativa do versículo 28: “Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,
frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra (…)”. Homem e mulher complementam-se
mutuamente nas atividades sexuais que acompanham o casamento.
A prática homossexual, ao contrário, não encontra qualquer base escriturística. As
interpretações alegadas pelos simpatizantes, pastores, padres e professores, sobre textos
e eventos que parecem afirmar a homossexualidade, tem cheiro de enxofre e não
procede de uma sã exegese. Aos Coríntios, Paulo declara que nenhum efeminado ou
sodomita herdará o reino de Deus (1 Co 6.9-10). A Nova Versão Internacional traduz o
termo efeminado, no grego, “malakoi” e “arsenokoitês” para “homossexuais passivos e
ativos”. O termo “malakoi” descreve roupas e tecidos, indicando que são finos e suaves
(Mt 11.8); indica ainda pessoas que são “macias, efeminadas, especialmente os
catamitas, homens e meninos que se permitem ser usados homossexualmente”. Assim,
efeminado é o indivíduo passivo na relação homossexual. “Arsenokoitês”, traduzido na
NVI por homossexual ativo, procede de dois termos gregos “arsen”, que significa
“macho”, com fortes conotações sexuais, e “koite”, significa “cama, leito” em geral,
mas que também é um eufemismo para relação sexual. Isto posto, tanto a
homossexualidade ativa como a passiva são condenadas pelas Escrituras.
04) - À idolatria (Dt 7.25,26; Jr 16.18; Ez 5.11; 7.20; 2 Cr 15.8):
O Decálogo proíbe explicitamente a idolatria no primeiro e segundo mandamentos (Êx
20.3-5). A idolatria é pecado porque priva Deus de um direito que Lhe é próprio - o
culto e a adoração - daí ser considerado “coisa abominável”. Ezequiel denuncia a
idolatria como infidelidade e prostituição (16.36; 37.23) e, segundo o mesmo profeta,
Jerusalém foi destruída devido a sua idolatria (33.25; 36.18,25), provavelmente para
cumprir-se Êxodo 22.20 e Deuteronômio 13.12-16. Vários termos hebraicos definem o
vocábulo português “ídolo”:
a) Gillulîm: É traduzido por ídolos, imagens, e significa literalmente
madeira, bloco, ou coisa sem forma, pois o propósito fundamental é
demonstrar a inutilidade desses deuses e polemizar contra as nações
pagãs. O termo é uma palavra pejorativa pela qual se chamavam os
ídolos de bolotas de excremento.
b) Teraphîm: Os “terafins” eram ídolos pagãos do lar, e são mencionados
no relato do furto domiciliar feito por Raquel contra seu pai Labão em
Gênesis 31.19-23. Sabe-se, atualmente, pelos tabletes de Nuzi, que
quem possuía um “teraphim” ou imagem doméstica, poderia reclamar
para si, legalmente, as propriedades do sogro e a liderança da
família.15
c) Shiqquts: Empregado em contextos de práticas idólatras, referindo-se
tanto aos próprios ídolos como coisas abomináveis e detestáveis aos
olhos de Deus, quanto a algo associado ao ritual idólatra.
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