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O Antigo Testamento, também conhecido como Escrituras Hebraicas, constitui a primeira grande parte da Bíblia cristã,[1][2] e a totalidade da Bíblia hebraica. Foram compostos em hebraico ou aramaico.
Chama-se também Tanakh, acrônimo lembrando as grandes divisões dos escritos sagrados da Bíblia hebraica que são os Livros da Lei (ou Torá), os livros dos profetas (ou Nevi'im), e os chamados escritos (Ketuvim). Entretanto, a tradição cristã divide o antigo testamento em outras partes, e reordena os livros dividindo-os em categorias; Lei, história, poesia (ou livros de sabedoria) e Profecias.
Índice |
O Antigo testamento em hebraico
Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por a Lei, os Profetas e os Escritos. Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C..
A Lei compreende os primeiros cinco livros, tais como na Bíblia cristã. Já os Profetas incluem: Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Os escritos reúnem o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas. Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei ocupasse espaço maior era escrito em dois grandes pergaminhos.
O aramaico foi a língua original de algumas partes dos lívros de Daniel e de Esdras. Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e por isso, se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
Diferentes composições do Antigo Testamento
Diferentes tradições cristãs possuem um diferente cânone para o Antigo Testamento. A Igreja Católica Romana utilizou , a partir do século I, como canônica a versão chamada Septuaginta, que foi uma tradução dos escritos hebraicos para o grego, feita antes mesmo do fechamento do cânone hebraico na tradição judaica. Assim, a Septuaginta inclui material que não foi incluído na Bíblia Hebraica, de fontes diferentes e divergentes, inclusive material original já escrito em grego. Os defensores da reforma protestante excluíram do cânone todos os livros ou fragmentos que não correspondiam ao texto hebraico massorético, e como resposta a isso o Concílio de Trento em 1546 determinou que os livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1° Macabeus e 2° Macabeus, os capítulos 13 e 14 e os versículos 24 a 90 do capítulo 3 de Daniel, os capítulos 11 a 16 de Ester (todos existentes em língua grega) deveriam ser tratados como canônicos, ao passo que os textos conhecidos como oração de Manassés e os livros de 3 e 4 Esdras não mais o seriam. A Igreja Católica Ortodoxa acabou por decidir pela inclusão de Tobias, Judite, Sirácida e Sabedoria.
Em outras tradições cristãs existe mais material adicional, como por exemplo na Bíblia Etíope e na Bíblia Copta. A tradição reformada optou por seguir o cânone estabelecido pela tradição judaica, porém mantendo a diferente ordem dos livros.
Temática do Antigo Testamento
O Antigo Testamento trata basicamente das relações entre Deus e o povo Israelita. Existem vários nexos temáticos entre os livros de acordo com suas divisões (seja a cristã ou a hebraica). Única entre essas tradições é a primeira divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da história sagrada do povo de Israel, a partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação litúrgica e religiosa. Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuída a Moisés e, depois de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a formação da Torá foi um processo longo passando por diversos grupos de autores até sua adoção uniforme pós-exílica.
Transmissão do texto
Quanto ao texto transmitido, não chegaram até nós nenhum rolo original de qualquer material bíblico. Atualmente os documentos mais antigos que ainda exitem são oriundos do século II A.C, tais como o chamado Papíro Nash, encontrado em 1902, no Egito, que contêm o decálogo e o texto da confissão de fé hebraica Shma Israel (Dt. 6:4), e os manuscritos do Mar Morto encontrados em Qumran que incluem diversos fragmentos de textos de praticamente todos os livros da Bíblia Hebraica com a exceção de Ester.
A partir de 100 d.C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar no judaísmo e desenvolveu-se um método de auxílio na transmissão do texto, inclusive a correta vocalização. Os estudiosos que trabalharam para manter a originalidade do texto, especialmente com o declínio do hebraico como língua falada, eram chamados de massoretas e terminaram por elaborar um texto que passou a ganhar autoridade oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto masorético. Oriundos dessa tradição existem dois manuscritos importantes que baseiam as edições críticas do texto atual: O códex Leningradensis e o Códex de Aleppo.
A subdivisão do texto em capítulos e versículos não vem do texto original. A primeira divisão existente foi a divisão do texto da Torá (Pentateuco) em 54 parashot que são leituras semanais para o ano litúrgico judaico. A divisão por capítulos foi introduzida pelos cristãos com o objetivo prático de auxiliar a referência a textos. Uma das atuais divisões em capítulos foi realizada por Stephan Langton por volta de 1200 d.C. e foi adotada primeiramente num manuscrito hebraico no século XIV. A divisão em versículos foi resultado de um processo que só chegou ao final no século XVI. Por isso a tradição reformada, que rompeu com a tradição católica romana antes desse período, possui diferenças na contagem de capítulos e versículos.
Livros
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- Observação: Livros em itálico são deuterocanônicos
Referências
- ↑ Pearlman, Myer. Através da Bíblia: Livro por Livro (em português). 23 ed. São Paulo: Editora Vida, 2006. 439 p. ISBN 978-85-7367-134-6
- ↑ Echegary, J. González et ali. A Bíblia e seu contexto (em português). 2 ed. São Paulo: Edições Ave Maria, 2000. 1133 p. 2 vol. ISBN 978-85-276-0347-8
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