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O Antigo Testamento, também conhecido como Escrituras Hebraicas, constitui a primeira grande parte da Bíblia cristã,[1][2] e a totalidade da Bíblia hebraica. Foram compostos em hebraico ou aramaico.
Chama-se também Tanakh, acrônimo lembrando as grandes divisões dos escritos sagrados da Bíblia hebraica que são os Livros da Lei (ou Torá), os livros dos profetas (ou Nevi'im), e os chamados escritos (Ketuvim). Entretanto, a tradição cristã divide o antigo testamento em outras partes, e reordena os livros dividindo-os em categorias; Lei, história, poesia (ou livros de sabedoria) e Profecias.
Antigo testamento em hebraico
Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por a Lei, os Profetas e os Escritos. Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C..
A Lei compreende os primeiros cinco livros, tais como na Bíblia cristã. Já os Profetas incluem: Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Os escritos reúnem o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas. Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei ocupasse espaço maior era escrito em dois grandes pergaminhos.
O aramaico foi a língua original de algumas partes dos lívros de Daniel e de Esdras. Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e por isso, se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
Diferentes composições do Antigo Testamento
Diferentes tradições cristãs possuem um diferente cânone para o Antigo Testamento. A Igreja Católica Romana utilizou , a partir do século I, como canônica a versão chamada Septuaginta, que foi uma tradução dos escritos hebraicos para o grego, feita antes mesmo do fechamento do cânone hebraico na tradição judaica. Assim, a Septuaginta inclui material que não foi incluído na Bíblia Hebraica, de fontes diferentes e divergentes, inclusive material original já escrito em grego. Os defensores da reforma protestante excluíram do cânone todos os livros ou fragmentos que não correspondiam ao texto hebraico massorético, e como resposta a isso o Concílio de Trento em 1546 determinou que os livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1° Macabeus e 2° Macabeus, os capítulos 13 e 14 e os versículos 24 a 90 do capítulo 3 de Daniel, os capítulos 11 a 16 de Ester (todos existentes em língua grega) deveriam ser tratados como canônicos, ao passo que os textos conhecidos como oração de Manassés e os livros de 3 e 4 Esdras não mais o seriam. A Igreja Católica Ortodoxa acabou por decidir pela inclusão de Tobias, Judite, Sirácida e Sabedoria.
Em outras tradições cristãs existe mais material adicional, como por exemplo na Bíblia Etíope e na Bíblia Copta. A tradição reformada optou por seguir o cânone estabelecido pela tradição judaica, porém mantendo a diferente ordem dos livros.
Temática do Antigo Testamento
O Antigo Testamento trata basicamente das relações entre Deus e o povo Israelita. Existem vários nexos temáticos entre os livros de acordo com suas divisões (seja a cristã ou a hebraica). Única entre essas tradições é a primeira divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da história sagrada do povo de Israel, a partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação litúrgica e religiosa. Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuída a Moisés e, depois de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a formação da Torá foi um processo longo passando por diversos grupos de autores até sua adoção uniforme pós-exílica.
Transmissão do texto
Quanto ao texto transmitido, não chegaram até nós nenhum rolo original de qualquer material bíblico. Atualmente os documentos mais antigos que ainda exitem são oriundos do século II A.C, tais como o chamado Papíro Nash, encontrado em 1902, no Egito, que contêm o decálogo e o texto da confissão de fé hebraica Shma Israel (Dt. 6:4), e os manuscritos do Mar Morto encontrados em Qumran que incluem diversos fragmentos de textos de praticamente todos os livros da Bíblia Hebraica com a exceção de Ester.
A partir de 100 d.C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar no judaísmo e desenvolveu-se um método de auxílio na transmissão do texto, inclusive a correta vocalização. Os estudiosos que trabalharam para manter a originalidade do texto, especialmente com o declínio do hebraico como língua falada, eram chamados de massoretas e terminaram por elaborar um texto que passou a ganhar autoridade oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto masorético. Oriundos dessa tradição existem dois manuscritos importantes que baseiam as edições críticas do texto atual: O códex Leningradensis e o Códex de Aleppo.
A subdivisão do texto em capítulos e versículos não vem do texto original. A primeira divisão existente foi a divisão do texto da Torá (Pentateuco) em 54 parashot que são leituras semanais para o ano litúrgico judaico. A divisão por capítulos foi introduzida pelos cristãos com o objetivo prático de auxiliar a referência a textos. Uma das atuais divisões em capítulos foi realizada por Stephan Langton por volta de 1200 d.C. e foi adotada primeiramente num manuscrito hebraico no século XIV. A divisão em versículos foi resultado de um processo que só chegou ao final no século XVI. Por isso a tradição reformada, que rompeu com a tradição católica romana antes desse período, possui diferenças na contagem de capítulos e versículos.
Livros
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- Observação: Livros em itálico são deuterocanônicos
A Bíblia Hebraica Stuttgartensia, ou BHS, é uma edição da bíblia do Texto Massorético da Bíblia Hebraica no idioma Hebraico, totalmente baseada no Códice de Leningrado publicada pela Sociedade Bíblica Alemã Deutsche Bibelgesellschaft em Stuttgart.
É amplamente vista tanto pelo judaísmo como pelo cristianismo, como uma edição confiável das Escrituras em Hebraico e Aramaico (tanak na terminologia judia ou Antigo Testamento na terminologia cristã), e tem sido em muito, a mais usada por eruditos do texto mestre na língua original, tanto para pesquisas como para base de traduções em outros idiomas. Também tornou-se a edição mais usada em escolas bíblicas.
Atualmente usa-se uma revisão da terceira edição da Bíblia Hebraica editada por Rudolf Kittel, sendo que a primeira foi baseada no Códice de Leningrado. As notas de rodapé das páginas tem sido totalmente revisadas. Originalmente estas notas foram acrescentadas aos poucos desde 1968 a 1976, chegando a ser um só volume em 1977; Desde então sendo reimpressa muitas vezes.
O texto usado é uma cópia exata, salvo pequenos erros, do Texto Massorético assim como está registrado no Códice de Leningrado. A única pequena diferença está no Livro das Crônicas, o qual precede aos Salmos, este foi movido para o fim, assim como também ocorre com outros livros bíblicos. O Livro de Jó, precede ao Livro dos Provérbios, assim como o acontece com todas as outras bíblias hebraicas.
Em suas margens, possuem as notas massoréticas. Estas estão baseadas no códice massorético, mas foram reeditadas a fim de se tornarem mais fáceis de entender. Mesmo assim, alguns livros tem sido escritos, explicando estas notas.
As notas ao pé da página registram possíveis correções ao texto. Muitas destas estão baseadas no Pentateuco samaritano, nos Pergaminhos do Mar Morto, e em antigas traduções bíblicas tais como a Septuaginta, a Vulgata e a Peshitta.
Bíblia Hebraica
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Bíblia hebraica com Targum
O termo Bíblia Hebraica (em hebraico: תנ"ך, transl. Tanakh) é uma referência genérica para descrever livros da Bíblia escritos originalmente no hebraico bíblico (e no aramaico bíblico). O termo engloba os conteúdos do Tanakh judaico e do Velho Testamento protestante, sem incluir, no entanto, os livros deuterocanônicos das escrituras católicas, ou as partes Anagignoskomena do Velho Testamento ortodoxo. O termo não implica a padronização dos nomes, números ou ordem dos livros, que variam de acordo com a religião.
Versões da Bíblia em hebraico
Bíblia Hebraica pode se referir a versões da Bíblia na língua hebraica, como:
- Bíblia Hebraica de Rudolf Kittel
- Bíblia Hebraica Stuttgartensia
Bíblia Hebraica de Rudolf Kittel, (BHK)
O hebraísta Rudolf Kittel publicou na Alemanha, duas edições de Bíblia Hebraica, sendo a primeira em 1906 e a segunda com pequenas revisões em 1913.
A segunda edição tem sido reimpressa diversas vezes. Ambas as edições reproduziram o texto hebraico, editado por Mikraot Gedolot e publicado por Daniel Bomberg em Veneza, no ano de 1524.
Estas edições não incluíram as notas massoréticas, embora a edição do Bomberg as tivessem. Sua característica principal são suas notas de rodapé que gravam correções possíveis ao texto hebraico.
São também baseadas no Pentateuco Samaritano e em traduções conceituadas da Bíblia, como a Septuaginta, Vulgata e Peshitta. Assim, usou-se o texto geralmente aceito e preparado por Jacob ben Chayyim como base.
Mais tarde, quando tornaram-se disponíveis os textos massoréticos de Ben Asher, como o do Códice de Leningrado, textos que são bem mais antigos e superiores, sendo padronizados por volta do século XX EC, Kittel passou produzir uma terceira edição da Bíblia Hebraica, que teve um texto hebraico ligeiramente diferente e algumas notas de rodapé completamente revisadas. Esta obra foi concluída por seus associados, após a sua morte. Foi a primeira vez que uma Bíblia reproduziu o texto do Códice de Leningrado. Os créditos pela idéia de usar o códice, cabem a Paul Kahle.[1]
Esta revisão apareceu nas edições, de 1929 a 1937, sendo que a primeira edição em um só volume foi em 1937; Depois disso foi reimpresso muitas vezes, incluindo as mais antigas edições que gravam variantes no livro de Isaías e do livro de Habacuque nos Pergaminhos do Mar Morto. Reproduz exatamente as notas massoreticas do códice, sem as editar. Quanto à referência, a Bíblia Hebraica de Kittel é geralmente abreviado BH, ou BHK (K para Kittel). Quanto a edições específicas para consultas, usa-se BH1, BH2 e BH3[2].
Bíblia Hebraica Stuttgartensia
A Bíblia Hebraica Stuttgartensia, ou BHS, é uma edição da bíblia do Texto Massorético da Bíblia Hebraica no idioma hebraico, totalmente baseada no Códice de Leningrado publicada pela Sociedade Bíblica Alemã Deutsche Bibelgesellschaft em Stuttgart.
Atualmente usa-se uma revisão da terceira edição da Bíblia Hebraica editada por Rudolf Kittel, sendo que a primeira foi baseada no Códice de Leningrado. As notas de rodapé das páginas tem sido totalmente revisadas. Originalmente estas notas foram acrescentadas aos poucos desde 1968 a 1976, chegando a ser um só volume em 1977; Desde então sendo reimpressa muitas vezes.
Códice de Leningrado
Texto Codex Leningradensis
O Códice de Leningrado ("Codex Leningradensis, L") catalogado com a sigla "Firkovich B 19", é um dos mais antigos e completos manuscritos do texto massorético da Bíblia hebraica, escrito em pergaminho e datado de 1008 EC, de acordo com o Colophon (book), é a cópia mais antiga e completa das Escrituras Hebraicas do mundo. Este manuscrito serve como texto básico para modernas traduções da Bíblia, e encontra-se na famosa Biblioteca Pública de São Petersburgo Leningrado, Rússia.[1]
Atualmente, o Códice de Leningrado, é o mais importante texto Hebraico reproduzido na Rudolf Kittel's Biblia Hebraica (BHK),(1937) e na Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS), (1977). Serve também como uma fonte para que eruditos trabalhem na recuperação de detalhes nas partes faltantes do Codex de Aleppo.
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Conteúdo
Códice de Leningrado (folha 474a)
O texto bíblico encontrado no códice, contém a letra-texto hebraica, junto com os tiberianos Niqqud e Cantillation. Além disso, possui notas massoréticas em suas margens. Há também vários suplementos técnicos que tratam dos detalhes textuais e lingüísticos, muitos dos quais são pintados em formulários geométricos. O codex é escrito em pergaminho. A ordem dos livros no Códice de Leningrado segue a tradição textual Tiberiana (Sefardita), que combina também a tradição mais antiga de manuscritos biblicos.
A ordem de marcações para os livros difere da maioria de Bíblias hebraicas impressos para os livros do Ketuvim judaico. No Codex de Leningrado, a ordem de Ketuvim está: I Crônicas, Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, e Esdras-Neemias.
O Códice de Leningrado, foi bem conservado e está em excelentes condições, mesmo após um milênio. Fornece também base para a arte judaica medieval. Dezesseis de suas páginas contêm desenhos padrões geométricos decorativos que iluminam as passagens do texto. A página da assinatura mostra uma estrela com os nomes dos escritores nas bordas.
História
De acordo com o Colophon (book), o códice foi copiado em Cairo, sendo um dos manuscritos copiados em 1008 EC - "dos livros corrigidos, preparados e anotados por Aaron ben Moses ben Asher, o instrutor".[2]
Acredita-se ser um manuscrito bem mais fiel do que o tradicional Codex Aleppo. Seu proprietário anterior, o coletor Abraham Firkovich, não deixou nenhum indício em seus escritos, sobre como adquiriu o códice, por volta de 1838. Algum tempo depois, em 1863, foi transferido para a Biblioteca Nacional da Russia em São Petersburgo. Por volta de 1917, foi rebatizado de Codex Leningradensis, mesmo nome da cidade onde fica a biblioteca que o abriga.
Edições Modernas
Bíblia Hebraica
Em 1935, o Códice de Leningrado foi emprestado ao Seminário do Velho Testamento da Universidade de Leipzig, por dois anos, quando Paul E. Kahle usou seu texto como base para a transcrição para o texto hebraico da terceira edição da Rudolf Kittel's Biblia Hebraica (BHK), publicada em Stuttgart, 1937. O Códice foi usado também para o tradução da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS) em 1977, e será usado para Biblia Hebraica Quinta (BHQ). Como um trabalho original feito pelos massoretas Tiberianos, o Códice de Leninegrado está por diversos séculos, bem à frente de outros manuscritos hebraicos, que tinham sido usados por todas as edições precedentes de Bíblias hebraicas impressas até a Rudolf Kittel's Biblia Hebraica (BHK).
The Westminster Leningrad Codex[3] é uma versão digital, do Códice de Leningrado mantido por J. Alan, para pesquisa Bíblica avançada no Westminster Theological Seminary. Esta é uma versão eletrônica verificada da BHS, com várias correções. A versão atual, inclui notas e ferramentas de transcrição para analisar a sintaxe.
Edições Judaicas
O Códicede Leningrado serviu também como a base para duas importantes edições judaicas da Bíblia Hebraica (Tanak):
- The Dotan edition, official Tanak of Israel Defense Forces , 1990.
- The New Jewish Publication Society of America Version, JPS Hebrew-English Tanakh (Philadelphia, 1999).
Notas
- ↑ Alexandre II: do livro Spamers Illustrierte Weltgeschichte, Leipzig, 1898.
- ↑ [1]
- ↑ The Westminster Leningrad Codex, Versão Digital;
Tanakh
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Tanakh ou Tanach (em hebraico תנ״ך) é um acrônimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica.
O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém com outra divisão.
A palavra é formada pelas sílabas iniciais das três porções que a constituem, a saber:
- A Torá (תורה), também chamado חומש (Chumash, isto é "Os cinco") refere-se aos cinco livros conhecidos como Pentateuco, o mais importante dos livros do judaísmo.
- Neviim (נביאים) "Profetas"
- Kethuvim (כתובים) "os Escritos"
O Tanakh é às vezes chamado de Mikrá (מקרא).
O Tanakh e o Antigo Testamento
A divisão refletida pelo acrônimo Tanakh está atestada em documentos do período do Segundo Templo e na literatura rabínica. Durante aquele período, entretando, o acrônimo Tanakh não era usado, sendo que o termo apropriado era Mikra ("Leitura"). Este termo continua sendo usado em nossos dias, junto com Tanakh, em referência as escrituras hebraicas.
No hebraico moderno, o uso do termo Mikrá dá um tom mais formal do que o termo Tanakh.
De acordo com a tradição judaica, o Tanakh consiste de vinte e quatro livros. A Torá possui cinco livros, o Nevi'im oito e o Ketuvim onze.
Esses vinte e quatro livros são os mesmos livros encontrados no Antigo Testamento protestante, mas sua ordem é diferente. A enumeração também difere: os cristãos contam esses livros como trinta e nove, pois contam como vários alguns livros que os judeus contam como um só.
O termo Velho Testamento, apesar de comum, é muitas vezes considerado pejorativo pelos judeus, pois pode ser interpretado como inferior ou antiquado.
O termo Bíblia hebraica é adotado por alguns estudiosos para indicar que existe uma equivalência entre o Tanakh e o Antigo Testamento, tentando evitar algum sectarismo.
Os Antigos Testamentos católico e ortodoxo contêm seis livros que não estão incluídos no Tanakh. Eles são chamados "Deuterocanônicos", ou seja, foram canonizados em segundo ou mais tarde, mais precisamente durante a contra-reforma. Todavia, tais livros sempre fizeram parte da literatura hebraica, sendo estudados nas sinagogas, tendo um estimado valor dentro do judaísmo e para a história de Israel, como é o caso de I Macabeus e II Macabeus, os quais narram a heróica resistência ao helenismo na Palestina.
Nas bíblias das Igrejas Católica Romana e Ortodoxas, Daniel e o Livro de Esther podem incluir material deuterocanônico que não está na Tanakh ou no Antigo Testamento protestante.
Línguas
Rolo de Torá
A maior parte dos livros do Tanakh estão escritos em hebraico. Partes de Daniel, Esdras, uma sentença em Jeremias e um topônimo no Gênesis estão em aramaico, mas com escrita hebraica.
Deuterocanônicos
O que aconteceu no Concílio de Trento foi apenas uma confirmação dos Livros aceitos como pertencentes às Sagradas Escrituras que não é outra coisa senão a repetição da mesma lista aprovada pelo Concílio de Hipona em 367 d.C. em seu canon nº. 36: “Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes:
- Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos(1),
- dois livros dos Paralipômenos(2)
- Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão(3),
- doze livros dos Profetas(4),
- Isaías, Jeremias(5),
- Daniel, Ezequiel, TOBIAS, JUDITE, Ester, dois livros de Esdras(6)
- e dois [livros] dos MACABEUS. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos(7),
- um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo (8), uma do mesmo aos Hebreus(9),
- duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João(10).
- Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar(11).
É também permitida a leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários" (Concílio de Hipona, 08.Out.393).
NOTA: Pelo que consta da lista acima e conforme anotações abaixo, estão contidos neste cânon os sete livros DEUTEROCANÔNICOS (em MAIÚSCULAS). No entanto estes livros nunca fizeram parte do Cânon judaico, visto que a Septuaginta (LXX) não inclui estes livros.
1-Trata-se dos dois livros de Samuel (1Rs/2Rs) e os dois livros de Reis (3Rs/4Rs).
2-Isto é, os dois livros das Crônicas (1Cr/2Cr).
3-Ou seja: Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, SABEDORIA e ECLESIÁSTICO.
4-A saber: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
5-Incluindo as "Lamentações" e "BARUC".
6-Isto é, o livro de Esdras e o livro de Neemias.
7-Mateus, Marcos, Lucas e João.
8-Aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito e a Filemon.
9-Curiosa distinção resultada, provavelmente, dos escrúpulos que a Igreja Africana tinha a respeito da autenticidade literária paulina dessa epístola.
10-Percebe-se, assim, que o cânon coincide perfeitamente com o cânon definido pelo Concílio de Trento.
11-Trata-se da Igreja de Roma.
Canon Judaico
De acordo coma tradição judaica (Midrash Rabbah 12:12) o Canon Judaico é composto de 24 livros que se agrupam em 3 conjuntos: A Lei ou Instrução, Os Profetas e Os Escritos. Os livros de 1 e 2 Samuel, são reunidos em um só livro, e 1 Reis e 2 Reis, também são considerados um só livro, assim como os 12 profetas "menores" estão em um só livro - "Os 12 profetas". A ordem do Cânon é apresentada abaixo:
Torá ( תורה ) Instrução (Os 5 de Moisés) (5) | Neviim ( נביאים) Profetas (8) | Kethuvim (כתובים) Escritos (11)
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O historiador judeu Flávio Josefo descreve em sua obra Contra Ápion[1], que o Canon possuía 22 livros. Algumas escolas sugerem que ele considerou Rute como parte de Juízes, e Lamentações como parte de Jeremias. Jerônimo, autor da célebre tradução da Bíblia para o latim conhecida como Vulgata, também fez essa mesma afirmação no Prologus Galeatus.
Referências
Texto Massorético
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Texto Massorético ("MT") é o texto hebraico da Bíblia, utilizado com a versão universal da Tanakh para o judaísmo moderno, e também como fonte de tradução para o Antigo Testamento da Bíblia cristã, inicialmente pelos protestantes e, modernamente, também por tradutores católicos.
Origem do Nome
O Nash Papyrus (Século II a.C.) contém uma parcela do texto pré-Massorético, especificamente os Dez Mandamentos e as práticas do Shema Yisrael.
Em torno do século VI, um grupo de competentes escribas judeus teve por missão reunir os textos considerados inspirados por Deus, utilizados pela comunidade hebraica, em um único escrito. Este grupo recebeu o nome de "Escola de Massorá". Os "massoretas" escreveram a Bíblia de Massorá, examinando e comparando todos os manuscritos bíblicos conhecidos à época. O resultado deste trabalho ficou conhecido posteriormente como o "Texto Massorético".
O termo "massorá" provém na língua hebraica de mesorah (מסורה, alt. מסורת) e indica "tradição". Portanto, massoreta era alguém que tinha por missão a guarda e preservação da tradição.
O Texto
Escrito em hebraico antigo, com letra quadrada, os massoretas levantaram a pronúncia tradicional do texto de consoantes ( o hebraico não tinha vogais), graças a um sistema de pontuação inventado para atender a acentuação vocálica. Com isso, eles padronizaram uma pronúncia das palavras do texto, tornando-o igual para qualquer pessoa que o lesse após a época em que iniciou-se a compilação. Nessa época o hebraico já não era um idioma popular e havia, principalmente por parte da comunidade hebraica muita dificuldade em pronunciá-lo corretamente, conforme a pronúncia original.
A metodologia utilizada era bastante rigorosa: ao final de cada cópia pronta, todas as letras eram contadas, e uma letra era estabelecida como letra central de referência. Assim, as letras do início da cópia até a letra central teriam de estar perfeitamente iguais às do documento original. Também eram contadas todas as letras desde a letra final até a letra central. Em caso de discordância, todo o trabalho era destruído e uma nova compilação realizada.
Por criarem uma base para a interpretação do texto hebraico, aperfeiçoando os símbolos da escrita, já que até então não havia um sistema definido de regras gramaticais por escrito, os massoretas são considerados os pais da gramática da língua hebraica atual.
A Composição
O Texto Massorético é composto de 24 livros:
- A Torá ( תורה ), que refere-se aos cinco livros conhecidos como Pentateuco.
- Neviim ( נביאים) "Profetas"
- Kethuvim (כתובים) "os Escritos".
Bibliografia
- Edições BHS:
- Bíblia Hebraica Stuttgartensia, Hardcover: ISBN 3-438-05218-0, Paperback: ISBN 3-438-05222-9
- Sobre a BHS:
- Kelley, Page H, Mynatt, Daniel S and Crawford, Timothy G: The Masorah of Biblia Hebraica Stuttgartensia: Eerdmans, 1998
- Mynatt, Daniel S: The Sub Loco Notes in the Torah of Biblia Hebraica Stuttgartensia: Bibal Press, 1994
- Wonneberger, R: Understanding BHS: Biblical Institute Press, 1984
- Würthwein, Ernst: The Text of the Old Testament, an Introduction to the Biblia Hebraica (2nd edition): SCM Press, 1995
- Introduction to the Massoretico-Critical Edition of the Hebrew Bible by C.D. Ginsburg
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