jueves, 30 de junio de 2011

Corpus Christi

Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa Cristã. É um evento baseado em tradições católicas. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).


História



Procissão de Corpus Christi, Moosburgo, Alemanha, 2005.

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.

A festa de Corpus Christi foi decretada em 1269.

O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo…isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Neste Sacramento, no momento da Consagração, ocorre a transubstanciação, ou seja, o pão se torna carne e o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível.

Corpus Christi é celebrado 60 dias após a páscoa. Podendo cair entre 21 de maio e 24 de junho

A Festa no Brasil



Procissão de Corpus Christi, pausa para o Tantum Ergo em Latim. Pirenópolis, Goiás.

Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas, que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.

Em Pirenópolis, Goiás, é uma tradição os tapetes de serragem colorida e flores do cerrado, cobrindo as ruas por onde passa-se a procissão de Corpus Christi, também enfeita-se cinco altares para a adoração do Santíssimo Sacramento, e execução do cântico latino Tamtum Ergo Sacramentum, esta procissão é acompanhada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário. É neste dia que o Imperador do Divino recebe a coroa para a realização da Festa do Divino de Pirenópolis, do ano seguinte.

Em Castelo, no estado do Espírito Santo, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridos formados por flores, serragem colorida e grãos.

O município de Matão, São Paulo, é famoso por seus tapetes coloridos feitos de vidro moído,dolomitas,serragem e flores que formam uma cruz que se estendem por 12 quarteirões no centro da cidade onde passa a procissão da eucaristia,um espetáculo que reúne fé, tradição, arte e muita beleza. No ano de 2011 Matão realiza a 63ª edição do Corpus Christi,onde mais de 70 toneladas de materiais serão usados para compor os desenhos.A expectativa dos organizadores é que o evento atraia um público total de 80 mil pessoas. A praça de alimentação do evento fica por conta das entidades filantrópicas da cidade.

A cidade de Mariana, Minas Gerais, comemora a festa de Corpus Christ'i' enfeitando as ruas com tapetes de serragem e pinturas.

As cidades paulistas de Jaguariúna, Santo André, Santana de Parnaíba, São Joaquim da Barra, além da baiana Jacobina, também seguem o mesmo estilo, as ruas ao redor da matriz são enfeitadas com serragem, raspa de couro, areias coloridas - tudo o que a criatividade proporciona para este dia santo.

Em Caieiras, a juventude da cidade promove com sua criatividade tapetes que se estendem no trajeto da procissão deste solene dia, desde a Igreja Matriz de Santo Antonio até a igreja de São Francisco de Assis, um trabalho que dura doze horas e é coroado com a procissão luminosa em torno ao Santíssimo Sacramento.

Em Porto Ferreira, a festa tem como finalidade a partilha, em comunhão com as três paróquias da cidade. Arrecadam-se alimentos que integram os enfeites nas ruas por onde o Santíssimo Sacramento passa e, após a solenidade, são doados a famílias que são assistidas por pastorais, como a Pastoral da Criança e Pastoral da Saúde. Esta iniciativa é realizada desde 2008.

Em Borborema (SP), as ruas são decoradas com enxovais, bordados e artesanatos, produzidos pelas mais de 50 lojas e fábricas da cidade. Após a procissão, tudo é vendido e a renda revertida ao Lar de Idosos São Sebastião.

Em Portugal

Em todas as 20 dioceses de Portugal fazem-se solenes procissões a partir da igreja catedral, tal como em muitas outras localidades, que são muito participadas. Estas procissões atingem o seu esplendor máximo em Braga, Porto e Lisboa.

Ordenada por D. Dinis, a festa do Corpus Christi começou a ser celebrada em 1282, embora haja referências à sua comemoração desde os tempos de Dom Afonso III.[1] Em Portugal a festa de longa tradição era antigamente celebrada com danças, folias, e procissões em que sagrado e o profano se misturavam. Representantes de várias profissões, carros alegóricos, diabos, a serpe,a coca, gigantones, ao som de gaitas de foles e outros instrumentos desfilavam pelas ruas.[2] Das danças dos ofícios, em Penafiel ainda se celebra o baile dos ferreiros, o baile dos pedreiros e o baile das floreiras.[3][4]

Esta celebração tem uma conotação muito forte no Minho, particularmente em Monção e em Ponte do Lima.

Em Ponte de Lima, a tradição d´O Corpo de Deus perdura já há vários séculos.

O Corpo de Deus é celebrado no 60º dia após a Páscoa, ou mais correctamente na Quinta-feira que se segue ao Domingo da Santíssima Trindade (que por sua vez é o primeiro Domingo a seguir ao Pentecostes) seguindo a norma canónica. A diferença prende-se no facto de no dia posterior ao feriado nacional, se realizar uma celebração, própria e exclusiva da vila, tendo sido decretado desde 1977 feriado para todos os Limianos.

As celebrações do Corpo de Deus realizam-se durante todo o dia, sendo os Limianos presenteados com uma procissão da parte da manhã e outra da parte da tarde em volta da vila e uma missa para todos os habitantes do Concelho no próprio dia, sempre ao meio dia (12h00), na Igreja Matriz.

Em Braga, é também tradição desde 1923 a presença maciça de Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português, pois foi nessa procissão que os mesmos se apresentaram em público naquele ano.









Santa Juliana de Cornillon
Comemoração litúrgica 05 de abril.
Também nesta data: S. Vicente Ferrer, S. Zeno e Santa Catarina Tomás



     Santa Juliana nasceu no ano de 1193, numa aldeia denominada Retinne, situada próxima à cidade de Liége, na Bélgica. Conviveu pouco tempo com os pais, pois ficou órfã com apenas cinco anos de idade. Em decorrência disso, Juliana e sua irmã Agnes, foram confiadas aos cuidados das irmãs agostinianas em Monte Cornillon, onde receberam esmerada educação e viveram piedosamente. Quando completou 14 anos de Idade, ingressou definitivamente na comunidade das irmãs agostinianas.

      Desde a mais tenra infância, sempre nutriu muito amor, possuindo em grau elevadíssimo, admirável devoção ao Sacramento da Eucaristia. Deus a preparava e lhe infundia grandes conhecimentos, além do que se tornaria ela um instrumento em Suas mãos para a missão de difundir o valor da Sagrada Eucaristia.

     Um dia, no ano de 1208, Juliana quando em oração, teve a visão de um astro, semelhante à lua cheia brilhante, mas com uma pequena incisão preta. Temendo estar sendo vítima de uma ilusão maligna, suplicou ardorosamente ao Divino Mestre que lhe esclarecesse tais visões, as quais passaram a se repetir, consecutivamente, todos os dias. Somente após dois anos foi que Nosso Senhor revelou-lhe o significado: “A lua representa a Igreja e suas festas, e a incisura significa a falta da solenidade, cuja instituição eu desejo, para despertar a fé dos povos e para o bem espiritual dos Meus eleitos. Quero que uma festa especial seja estabelecida em honra ao Sacramento do Meu Corpo e do Meu Sangue.”

     Persuadida a realizar a vontade de Deus, porém, no momento em que julgou apropriado, Juliana indicou às autoridades religiosas a missão que havia recebido. Comunicou as aparições a Dom Roberto de Thorote, o então bispo de Liége e ao douto Dominico Hugh; também comunicou o fato ao bispo dominicano Jacques de Pantaleón que viria, mais tarde, a ser eleito Papa (Urbano IV).

     Em 1246, Dom Roberto concedeu aprovação junto ao seu escritório e em 1246, convocou um sínodo, onde requisitou que todos seus padres, religiosos e leigos. Disse a festa do Santíssimo Sacramento seria comemorada na quinta-feira seguinte à festa da Santíssima Trindade. Mas, em 16 de outubro daquele mesmo ano, o bispo veio a falecer e não pode ver cumpridas suas ordens.

      Muitos religiosos, porém, que há tempos haviam se unido em forte oposição à instituição da festa, ficaram aliviados com a morte do bispo Roberto; afirmavam eles que a narrativa de Juliana era fruto da sua imaginação; mediante diversas articulações e mentiras, instigaram a população local e perseguiram implacavelmente a religiosa, que foi mandada para um lugar chamado Namur, por ordem de seu Superior Geral Roger, que também alimentava muitas desconfianças sobre as declarações de Juliana. Mais tarde o Superior perdeu sua posição e Juliana teve autorização para retornar ao mosteiro de Cornillon. No ano seguinte, porém, Roger foi novamente designado a dirigir o mosteiro, tendo Santa Juliana sido enviada novamente para Namur.

      Apesar destas articulações, o Cardeal Cher, que era dominicano, decidiu instituir alguns anos depois em toda a diocese, a nova festa dedicada ao Corpo de Deus. A primeira delas foi celebrada na igreja de São Martinho, em Liége. O próprio cardeal foi quem conduziu a celebração, num grande cerimonial, cujos ritos canônicos acabaram sendo adotados posteriormente por modelo, em toda a Igreja universal.

      Santa Juliana estava repleta de alegria, ao ver sua visão feita real. Estava ansiosa para ver a festa em honra ao Santíssimo Sacramento ser estendida à toda a Igreja, mas não viveu o suficiente para isso. Passou os últimos anos numa vida solitária e morreu em Fosses, no dia 05 de abril de 1258.

      No ano de 1261, o referido bispo Jacques de Pantaleón veio a assumir o governo da Igreja, sob o nome de Urbano IV. Foi ele que, como mencionado, havia pessoalmente recebido o relato das visões de Santa Juliana, quando era bispo. Sucede que, no segundo ano de seu pontificado, junto à localidade de Bolsena, ao Norte de Roma, ocorreu um grande milagre eucarístico: Um sacerdote que celebrava a Santa Missa, duvidou da presença real de Cristo na Eucaristia e no momento de partir o Pão, viu dele sair sangue, que em seguida foi empapando o corporal. A veneranda relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 1264. Hoje se conservam os corporais, o cálice e a patena, bem como a pedra do altar em Bolsena, manchada com o Sangue de Cristo. O Santo Padre, então, determinou que a festa do Corpo de Cristo fosse estendida a toda a Igreja Universal, através da bula “Transiturus”, de 08 de setembro de 1264, fixando-a para depois da oitava de Pentecostes. Foi nesta época que o Papa Urbano IV encarregou um ofício, designando São Boaventura e São Tomás de Aquino para elaborarem o hino oficial dedicado ao Santíssimo Sacramento (Tantum Ergo Sacramentum). Os hinos seriam por eles apresentados, para que fosse feita a escolha definitiva. No dia indicado, na presença do Pontífice, quando se começou a entoar a música com a letra de São Tomás de Aquino, São Boaventura maravilhado, tomou nas mãos seus apontamentos e os foi rasgando em pedaços.



Reflexões



      Santa Juliana enfrentou diversos obstáculos para ver instituída a Solenidade de Corpus Christi. Foi colocada às mais duras provas, não só pela perseguição perpetrada pelos membros da comunidade leiga, mas também do clero e da sua própria organização religiosa. Deus permitiu que tal testemunho chegasse aos ouvidos do então bispo diocesano, que viria a se tornar o Papa Urbano IV. No curso deste pontificado, Deus fez impulsionar de forma extraordinária a devoção ao Corpo de Cristo, através do milagre eucarístico de Bolsena. O Papa Urbano IV, então, obteve a definitiva confirmação da versão de Santa Juliana, que narrou o pedido de Jesus pela instituição da solenidade. Estendeu, assim, por decreto, a comemoração da festa à toda a Igreja.

      Durante o curso da história, Deus concedeu uma infinidade de graças e milagres extraordinários a fim de reavivar a fé nos homens. O milagre, para o católico, representa um meio e não um fim absoluto para que possa crer na Palavra de Deus. A origem da fé não está nos milagres, pois para os corações endurecidos, nos diz Jesus, ainda que ressuscitasse um morto, não acreditariam. Mas para quem crê, os milagres são manifestações gloriosas, que renovam as forças daqueles que buscam a verdade, a perfeição cristã. Peçamos ao Senhor, sobretudo, que nos conceda um coração de carne, e que nos aperfeiçoe cada vez mais no caminho da fé.



"Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé"





Milagre Eucarístico de Lanciano

     A leste de Roma, bem próximo ao mar Adriático, encontra-se a cidade de Lanciano, pequena cidade italiana. Ali nasceu Longino, o centurião que deu o golpe de lança no lado de Cristo crucificado e que, posteriormente, se converteu ao cristianismo.

     No Século VIII, havia naquela localidade, num mosteiro, um monge basilicano que passou a duvidar da presença real de Cristo na Eucaristia, ou seja, duvidou que houvesse transubstanciação das frações do pão e do vinho ao Corpo e Sangue de Cristo, no ato da consagração. Durante uma celebração da Missa, foi surpreendido por gotas de sangue caindo sobre o altar, enquanto em suas mãos a Hóstia elevada transformou-se em carne viva, um círculo de carne em torno do pão. O vinho do cálice, transformou-se em sangue visível. A carne permaneceu intacta, enquanto o sangue do cálice dividiu-se em cinco coágulos distintos.

     Era uma manhã do ano 700. Diante do milagre, os fiéis permaneceram estáticos por uns segundos, tendo o sacerdote em seguida começado a chorar incontrolavelmente, cheio de alegria e agradecimento. "Venham irmãos", disse ele, "maravilhem-se diante de nosso Deus e contemplem a Carne e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo!". As pessoas se apressaram para ir ao altar para presenciar o milagre e passaram a clamar por perdão e misericórdia. Muitos batiam no peito e confessavam publicamente seus pecados, declarando-se indignos em presenciar tão grande milagre. O fato espalhou-se rapidamente entre a população local e povos circunvizinhos.

      Posteriormente, os próprios monges testemunharam mais um sinal extraordinário daquele milagre. Ao pesarem os fragmentos de sangue coagulado (todos de tamanhos diferentes), observou-se que, pesadas uma a uma separadamente ou todas juntas, totalizavam sempre o mesmo peso.

O fato foi uma comprovação sobrenatural da presença real de Jesus na Eucaristia e, desde então, peregrinos do mundo inteiro passaram a visitar o local para venerar a Hóstia, que permaneceu alojada no mosteiro, sob a guarda dos monges e seus sucessores durante mais de 1200 anos, sem qualquer substância conservadora. Tais amostras foram, em 1970 submetidas à intensas avaliações científicas, sob rigorosas condições.

Sob orientação do Professor Odoardo Linoli, chefe da Unidade de Anatomia e Histologia Patológica e Citogenética do Hospital de Arezzo, durante quatro meses foram feitos criteriosos exames biológicos, microquímicos, cromatográficos, imunológicos e eletroforéticos da carne e do sangue, seguindo criteriosa metodologia científica e com todas as etapas rigorosamente documentadas. Os resultados foram surpreendentes:



1º) O sangue é de espécie humana, do grupo AB.

2º) A carne é de músculo cardíaco humano, sem qualquer ação de produtos químicos preservantes, evidenciando ter sido colhida viva e agora se apresentando mumificada pela ação do tempo, sem contudo decompor-se. Nela são evidenciados o miocárdio, o endocárdio, vasos e nervos cardíacos. O grupo sanguíneo da carne é o mesmo das gotas de sangue.

3º) Macroscopicamente, é uma fatia vertical de um coração humano, com as cavidades direita e esquerda bem individualizadas. Suas características fazem supor uma dissecação anatômica perfeita, atividade somente iniciada no ano 1300. Portanto, impossível de ter sido feita no século VIII, época reconhecida e documentada do surgimento dessa peça. A carne era realmente carne.

4º) Evidenciaram-se estruturas vasculares de tipo arterioso e venoso normais, que não apresentam alterações estruturais, que pertencem a um indivíduo são e jovem.

5º) Quanto às análises direcionadas a precisar revelação de substâncias mumificantes, concluiu-se que a antiga carne de lanciano pertence a um coração. Um coração sadio.

6º) Da análise eletroforética das proteínas dos fragmentos de sangue, constatou-se que a composição percentual das proteínas no líquido, correspondem exatamente às proteínas do sangue humano normal.

Constatou-se ainda que a Hóstia Eucarística que permaneceu no centro da carne desapareceu e que o recipiente, não estava hermeticamente lacrado. Quanto aos coágulos de sangue, relativos ao milagre do peso dos fragmentos (constatados na época pelos monges), nenhuma diferença de peso incomum foi notada.(Para a capacidade científica de cada época, revelou Deus diferentes milagres em tempos distintos).

“Um fragmento de miocárdio e de coágulos hemáticos, deixados em estado natural durante séculos, além de expostos à ação dos agentes físicos atmosféricos, ambientais e parasitosos, chegaram até nós depois de mais de um milênio, para ser submetido as atuais investigações científicas, inexplicavelmente inalterados.” (Comentário final da monografia de Linolli)

      O professor Linoli, autor da sua monografia de 1970 e revisada em 1991, descreve minuciosamente todos os detalhes científicos da pesquisa.



(Veja a monografia e os estudos no site http://www.corazones.org/sacramentos/eucaristia/milagro_lanciano_ciencia.htm - em espanhol).

























Solenidade de Corpus Christi

Comemoração litúrgica - Quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade



     A Igreja celebra Corpus Christi (Corpo de Deus) como festa de contemplação, adoração e exaltação, onde os fiéis se unem em torno de sua herança mais preciosa deixada por Cristo, o Sacramento da sua própria presença.

      A solenidade do Corpo de Deus remonta o século XII, quando foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, através da bula “Transiturus”, que prescreveu esta solenidade para toda a Igreja Universal.

      A origem da festa deu-se por um fato extraordinário ocorrido ao ano de 1247, na Diocese de Liége – Bélgica. Santa Juliana de Cornillon, uma monja agostiniana, teve consecutivas visões de um astro semelhante à lua, totalmente brilhante, porém com uma incisão escura. O próprio Jesus Cristo a ela revelou que a lua significava a Igreja, a sua claridade as festas e, a mancha, sinal da ausência de uma data dedicada ao Corpo de Cristo. Santa Juliana levou o caso ao bispo local que, em 1258, acabou instituindo a festa em sua Diocese.

      O fato, na época, havia sido levado também ao conhecimento do bispo Jacques de Pantaleón que, quase duas décadas mais tarde, viria a ser eleito Papa (Urbano IV), ou seja, ele próprio viria a estender a solenidade a toda a Igreja Universal. O fator, que deflagrou a decisão do Papa, e que viria como que a confirmar a antiga visão de Santa Juliana, deu-se por um grande milagre ocorrido no segundo ano de seu pontificado: O milagre eucarístico de Bolsena, no Lácio, onde um sacerdote tcheco, Padre Pietro de Praga, colocando dúvidas na presença real de Cristo na Eucaristia durante a celebração da santa Missa, viu brotar sangue da hóstia consagrada. (Semelhante ao milagre de Lanciano, ocorrido no início do Século VIII). O fato foi levado ao Papa Urbano IV, que encarregou o bispo de Orvietro a levar-lhe as alfaias litúrgicas embebidas com o Sangue de Cristo. Instituída para toda a Igreja, desde então, a data foi marcada por concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de ser e de viver de cada país, de cada localidade.

      No Brasil, a festa foi instituída em 1961. A tradição de enfeitar as ruas com tapetes ornamentados originou-se em Ouro Preto, Minas Gerais e a prática foi adotada em diversas dioceses do território nacional. A celebração de Corpus Christi consta da santa missa, da procissão e da adoração do Santíssimo. Lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com o maná no deserto e hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a missa, o celebrante consagra duas hóstias, sendo uma consumida e a outra apresentada aos fiéis para adoração, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.



Reflexões



      Os católicos tem plena convicção da presença real de Cristo na Eucaristia. Jesus está verdadeiramente presente, de dia e de noite, em todos os Sacrários do mundo inteiro. Contudo, nos parece que esta certeza já não reside com tanta intensidade no coração do homem moderno. O maior Tesouro que existe sobre a terra, "que possui o valor do próprio Deus", a Eucaristia, Cristo a deixou para os homens .... de graça! Se mesmo na condição de pecadores, assombramo-nos com o descaso a tão valioso Sacramento, impossível assimilar o sentimento de Deus ante a indiferença dos homens com a Eucaristia.

      Ao contrário do que se imagina, a Igreja está mais preocupada em pregar e difundir a Sã Doutrina, do que com o número de ovelhas em seu aprisco. A Igreja não trabalha baseada em dados estatísticos, mas com a difusão do Evangelho. Nesse sentido, lembremos que houve debandada geral da turba quando Jesus revelou publicamente: "Minha carne é verdadeiramente comida e meu Sangue, verdadeiramente bebida". Ao ouvir isto, o povo escandalizado deu as costas à Jesus; todos evadiram-se, restando apenas doze. Jesus não deu maiores explicações, nem correu atrás da multidão desolada, pelo contrário, simplesmente perguntou aos doze: "Quereis vós também retirar-vos?". No que São Pedro respondeu: "A quem iríamos nós, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna" (Cf. Jo 6, 52 - 68). Portanto, é absolutamente claro que: "Jesus não depende das multidões, as multidões é que dependem d'Ele", assim como "A Igreja de Cristo não depende dos fiéis, os fiéis é que dependem dela para chegarem a Cristo" (Livro Oriente)

      Ao aproximarmo-nos do Santo Sacrário, tenhamos a confiança de dizer "Meu Senhor e meu Deus", certos de que Ele está ali, Vivo, Real e Verdadeiro a ouvir nossas preces e a contemplar nossa fé. E esta fé, é uma formidável bem-aventurança que recebemos de Jesus, por intermédio das dúvidas levantadas por São Tomé, a quem o Mestre disse: "Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!" (Jo 21, 29)

"Eu creio, Senhor, mas aumentai a minha fé"

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